Bem, parece que a medida não foi a correta, né?
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Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a medida é uma forma de controle populacional desses animais. Frequentadores do parque criticam a decisão
Conhecido como um dos poucos refúgios com características rurais que restam na capital, o Parque Doutor Fernando Costa, ou Parque da Água Branca, na Zona Oeste, confinou há vinte dias suas centenas de galinhas.
Trata-se de um fato inédito para a área verde, cujo grande trunfo era justamente ter os bichos soltos pela área de 137 000 metros quadrados, ao lado de patos, marrecos, galinhas d’angola e caipira e pavões. Nesse período, ao menos dois animais morreram.
“A situação está terrível. Elas estão presas em um lugar minúsculo”, diz a atriz Julia Bobrow, que já resgatou um galo à beira da morte no parque no final do ano passado. “Os animais estão brigando entre si e se matando”.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente diz, em nota a VEJA SÃO PAULO, que a prisão das fêmeas ocorreu por estarem em número desproporcional em relação aos machos, sendo uma uma forma de controle populacional.
“A proporção é de oito galos para uma galinha. O ideal deveria ser o contrário”, diz. “O confinamento iniciou-se após um estudo feito pela Coordenadoria de Parques Urbanos (CPU), em conjunto com a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN), onde definiu-se que essa seria a melhor forma de manter os animais”.
A secretaria não informa o tamanho do local destinado às aves, mas diz que estão numa área apropriada chamada “espaço zootécnico” e “não brigam entre si, recebendo monitoramento diário da administração”. Questionada sobre o motivo da morte das duas galinhas, a pasta se limitou a dizer que “os animais morrem em decorrência da idade”. “Não temos uma estimativa de mortes, mas, recentemente, teve início um trabalho de controle que permite acompanhar mais de perto a situação deles e identificar eventuais problemas, caso venham a ocorrer”.
O Movimento SOS Parque da Água Branca, integrado por moradores e frequentadores do espaço, critica o confinamento e está pedindo reunião com a direção para que haja outra forma de manejo dos bichos. “Isso provoca um mal-estar para o animal que sempre se viu livre naquele espaço e, agora, está preso”, critica Claudia Lukianchuki, membro da entidade.