Revoltante é a matéria achar que foi um custo alto para resgatar o cão... eita podridão!!!!
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O empenho da aeronave gerou um custo de R$ 7.000 para os cofres públicos
Para você, quanto vale salvar a vida de um animal de estimação? Para o Corpo de Bombeiros, o resgate aéreo do cachorrinho de uma família de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, custou R$7.000. O animal foi resgatado na última quarta-feira (5) e o empenho do helicóptero gerou polêmica.
A história começou no último domingo (2), quando o cachorro Gaúcho, que pertence a uma família de lavradores que vive na zona rural da cidade, não voltou para casa depois de ser solto durante a noite para vigiar a propriedade. Os donos chegaram a fazer uma busca, mas como não o encontraram, pediram ajuda.
Na segunda-feira (3), os militares do Corpo de Bombeiros e representantes de uma ONG da cidade iniciaram as buscas. A equipe de resgate diz ter procurado pelo animal a partir do som produzido por ele.
Eles abriram caminho em meio a mata fechada para que os militares da corporação conseguissem chegar mais perto do animal. Contudo, segundo afirmou o Corpo de Bombeiros, o local onde Gaúcho estava era de difícil acesso. Por isso, o helicóptero da corporação em Varginha foi acionado para auxiliar no trabalho de resgate.
Custo do socorro
Para que o helicóptero esquilo, modelo AS 350, do Corpo de Bombeiros de Varginha, levante voo tripulado por cinco servidores da corporação, incluindo dois funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) - que compartilha o uso da aeronave - o valor médio desembolsado pelos cofres públicos é de R$ 2.000 por hora. Como a ocorrência teve duração de 3h30, o resgate do animalzinho saiu por R$ 7.000.
Segundo informou o Corpo de Bombeiros, a corporação conta com um Batalhão de Operações Aéreas (BOA) no Estado, contendo duas companhias, sendo a sede em Belo Horizonte e a outra em Varginha.
Por mês, as duas aeronaves que atuam na capital - um esquilo (AS 350) e um EC 145 bi turbina - chegam a registrar 80 horas de voo, o que corresponde em média a um gasto de R$ 160 mil. Já o esquilo (AS 350) de Varginha, chega a fazer 40 horas de voo por mês, gera um custo de R$80 mil.
A corporação explicou que não há um custo total mensal fixo para manter as três aeronaves, mas revelou que só em 2016 o "valor girou em torno de 2,6 milhões". A quantia está relacionada a custos com seguro, compra de materiais e suprimentos, manutenção, pagamento de diárias, peças e outros.
Polêmica
Questionada sobre a necessidade da utilização da aeronave no regate de Gaúcho, o Corpo de Bombeiros declarou que a aeronave não deixou de prestar nenhum outro chamado em decorrência desse caso.
"O fato de ter um animal de estimação em perigo coloca também outras pessoas em risco, já que acabam realizando a busca por conta própria, sem equipamentos e técnicas de segurança. Dessa forma, o CBMMG contribui para também evitar acidentes", informou por nota a corporação.
Os bombeiros ainda lembraram os resgates de animais de estimação feitos após a tragédia do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em Novembro de 2015, para embasar sua defesa sobre a importância o uso de aeronaves neste tipo de ocorrência.
Segundo a advogada Val Consolação, especializada em causas relacionadas ao animais, os bombeiros agiram de forma legítima. “Eles fizeram um ato perfeito tanto no aspecto humano como no jurídico. A corporação não trabalha para salvar somente a vida de pessoas. A função deles também é a de ajudar os animais”, explica.
Contudo, a advogada ressalta que, se uma vida humana estivesse em risco no momento do salvamento do cachorro e a corporação contasse apenas com um veículo, a prioridade seria socorrer a pessoa. “Não foi esse o caso, mas se eles tivessem apenas um helicóptero e alguém corresse o risco iminente de morte, não tenho dúvida de que a ação seria outra. Os bombeiros sabem a prioridade e a competência deles”.
Para Val, as pessoas que criticarem a ação dos Bombeiros certamente não conhecem a dor da perda de um animal de estimação querido. “Pessoas que nunca passaram por uma situação de perda, além de desinformadas sobre a questão, não sabem a dor que é perder um animal de estimação, um amigo”, conclui.
Saúde pública
Em meio a essa história, dois servidores do Samu também ganharam atenção. Isso porque em um resgate de animal não há a necessidade da presença desses profissionais.
Sobre essa questão, a Secretaria de Estado de Saúde declarou que o médico e uma enfermeira do Samu que compartilham o uso da aeronave não participaram do socorro ao animal.
A pasta esclareceu que os dois socorristas, que fazem parte da equipe do helicóptero, estavam no local para dar apoio aos militares dos bombeiros, caso eles se ferissem durante o socorro, já que o ponto em que estava o cachorro se trava de difícil acesso.
Atendimento
Somente em 2016, foram resgatadas pelas aeronaves do Corpo de Bombeiros 424 pessoas em todo o Estado. Já entre 2008 e 2016, o número de resgatados foi 3.300.
Saiba mais
Em quais circunstâncias a utilização do helicóptero do Corpo de Bombeiros é essencial?
"As aeronaves do corpo de bombeiros são consideradas viaturas que podem ser empenhadas nas diversas ocorrências que a missão constitucional estabelece.
A aeronave é uma ferramenta de apoio aéreo com a função de dar suporte aos militares e preservar os bombeiros em terra quanto à sua disposição para o serviço, bem como quanto à sua segurança na operação.
A aeronave é utilizada para a prestação de serviços em todo o Estado. Quando uma aeronave desloca até um local de difícil acesso é porque outros recursos já foram tentados sem sucesso", esclarece o Corpo de Bombeiros.
Finanças do Estado
Minas Gerais enfrenta desde o ano passado um período de calamidade financeira. Em decorrência da crise, o governador Fernando Pimentel (PT) anunciou no fim de março dois projetos de lei para atrair cerca de R$ 20 bilhões de recursos aos cofres do Estado.
A primeira proposta dará desconto de 1% a 3% nos impostos cobrados pelo Estado para os adimplentes, como ICMS e IPVA, e ainda retirar multas e juros de quem está inadimplente com o Executivo mineiro. Hoje, os devedores do Estado acumulam uma dívida de R$ 63 bilhões.
O outro projeto de lei trata da criação de seis fundos de investimentos, entre eles o polêmico fundo imobiliário, que pretende quotizar a Cidade Administrativa e outros 4 mil imóveis em uso no Estado.