Sempre é bom este tipo de leitura....
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De acordo com veterinário, mudanças de comportamento podem ser sinal de patologias ou problemas emocionais
Os “gateiros” que curtem a programação do Animal Planet já devem ter acompanhado alguns desafios de Jackson Galaxy em “Meu gato endiabrado”. No programa, o especialista em comportamento felino ajuda donos desesperados a tratar o mau comportamento dos animais de estimação, como agressividade, ansiedade, rivalidade/brigas e quando os bichanos “transformam” a casa em uma caixa de areia gigante.
Em Manaus, Edvone da Costa Souza, 29, enfrentou uma árdua batalha com Kiko, de cinco anos. O gato sem raça definida foi encontrado em meio ao lixo, com alguns dias de vida. Próximo de completar um ano de idade, ele já tinha mais dois companheiros resgatados. Porém, com a chegada do segundo “irmão”, o pet carinhoso e brincalhão se tornou extremamente agressivo.
“Tudo mudou. Kiko ficou extremamente agressivo com todos, brigava constantemente com os outros gatos, se isolou e quase não comia. O estado de saúde dele piorou quando começou a se auto-mutilar: com a língua e dentes, ele arrancou todos os pêlos das patas, orelhas e rabo; chegava a se ferir”, lembra a psicóloga, ao revelar o tratamento prescrito pela veterinária na época, após passar por vários profissionais.
“Levamos a vários veterinários, porém, foi com a Simone [Ambrósio], que não mora mais em Manaus, que Kiko ficou curado. Fez tratamento com antidepressivos, comendo um biscoito por dia, manipulado com a dose certa para ele, associada à utilização de feromônio felino (artificial). Após 15 dias de tratamento, ele já demonstrava evolução efetiva. Tratamos por mais 45 dias e, hoje, ele é um gatinho que nos dá muita alegria”, completa.
Fique de olho
De acordo com o veterinário Lenilson Filho, 30, os donos devem observar hábitos incomuns no gato, que surgiram aos poucos ou repentinamente, como: esconder-se; micção e/ou defecação inapropriada (fazer xixi e/ou cocô em locais impróprios); queda de pelos (alopecia); perda de apetite agressividade com os próprios donos e outros animais da casa; ou qualquer comportamento fora da rotina. Se notar algo fora do usual, deve-se procurar um especialista.
“Por exemplo, animais que só faziam xixi na caixa de areia e de uma hora para outra passam a urinar em todo lugar da casa, devem ser examinados para excluir a possibilidade infecções urinárias, uma causa muito frequente para esse tipo de comportamento inadequado”, afirma o veterinário especialista em clínicas médica e cirúrgica de pequenos animais. “O tratamento dependerá do diagnóstico. É preciso identificar o que estamos enfrentando”, enfatiza.
Ainda segundo Filho, os problemas comportamentais em felinos não podem ser encarados simplesmente como “depressão” — apesar de ser o termo popularmente usado. Por isso, a primeira avaliação é patológica. Descartando doenças físicas, então, é possível analisar a situação comportamental do gato, em busca dos motivos que o fizeram apresentar atitudes prejudiciais.
“Gatos são animais extremamente territorialistas e sensíveis às mudanças na rotina da casa. Às vezes, a simples mudança da marca da ração ou a chegada de uma nova pessoa pode ser a explicação”, ressalta. “Na maioria das vezes, o tratamento envolve o enriquecimento ambiental, com a criação de um espaço divertido e dinâmico. Se somente isso não for efetivo, o tratamento será complementado com medicações indicadas exclusivamente pelo veterinário”, finaliza Lenilson Filho.
Sinais de alerta
- O gato não usa a caixa sanitária, fazendo as necessidades no chão, tapetes, ou cama;
- Arranha/destrói tudo o que vê pela frente, mesmo se tiver arranhador e brinquedos;
- É violento com o dono e/ou outros animais/pessoas;
- Auto-mutilação, arrancando os pelos e se machucando. Em casos mais graves, o animal pode comer o próprio rabo;
- Passa muito tempo isolado e se escondendo até do próprio dono