19/12/2016

Em crise, Suipa facilita adoção e cria medidas para equilibrar as finanças

Realmente, a reclamação com as condições de adoção na SUIPA era grande. Vamos ver se vai haver uma melhora nesta situação..... É uma luta grande.....
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No mês passado, a Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa) recebeu 440 gatos e 234 cachorros. No mesmo período, foram adotados três felinos e cinco cães. A conta não fecha. Pela primeira vez, em 73 anos, a associação faz estatísticas mensais de abandono de animais. Foi uma das medidas de Marcelo Marques, de 54 anos, que está à frente do
abrigo há dois meses, depois da morte de sua antecessora, Isabel Nascimento. O novo presidente busca soluções para equilibrar as finanças e reduzir a população de animais de suas instalações. E implora: “Alguém precisa salvar a Suipa”.
O abandono de animais domésticos tem aumentado?

Em época de Natal e Ano Novo, o abandono costuma aumentar, por vários fatores. Um deles é que as pessoas saem de férias e não têm com quem deixar o animal nem estão dispostas a pagar hospedagem. A Suipa não tinha estatísticas mensais de abandono, então, começamos a fazer isso. Em novembro, recebemos 440 gatos e 234 cachorros. No mesmo mês, só três felinos e cinco cães foram adotados. Hoje, temos mais de cinco mil animais. Não temos mais espaço.


Qual é o quadro atual da Suipa?
A Suipa chegou a um ponto em que não podia ter chegado. A situação financeira está crítica. Estamos tomando medidas emergenciais para tentar sobreviver. Quando assumi a presidência, há dois meses, os funcionários estavam com três meses de salários atrasados e havia uma dívida com fornecedores de mais de R$ 70 mil. Fizemos um pedido desesperado de ajuda, e a sociedade correspondeu com a doação de 70 toneladas de ração. Assim, pudemos economizar algum dinheiro para acertar os pagamentos e quitar dívidas. Mas essa ração que foi doada só vai durar até semana que vem, e aí não sei o que fazer.

Quais são as medidas?
Primeiro estamos revendo toda a parte administrativa. Os nossos ambulatórios não tinham hora para encerrar os atendimentos. Como as consultas são mais baratas do que em qualquer outra clínica, a demanda é muito alta. Os veterinários atendiam até o último animal trazido, e isso gerava um custo muito alto de horas extras dos profissionais. Então, limitamos os atendimentos com senhas e não abrimos mais aos domingos e feriados. Além disso, paramos de receber animais saudáveis. Essa regra já existia, mas não era cumprida. O abrigo só recebe animais doentes ou machucados que não tenham donos. Por fim, tornamos mais fácil a adoção de animais, excluindo alguns critérios.

Quais foram as mudanças em relação à adoção?
Os critérios para adoção eram muito rígidos e isso gerava muita reclamação de quem não conseguia adotar um animalzinho. Um dos critérios era geográfico. Apenas moradores da cidade do Rio podiam adotar. Então, se você morasse na Baixada, por exemplo, saía de mãos abanando. Esse critério não existe mais. Também era necessário mostrar o contracheque, o que impedia a adoção por parte de profissionais liberais. Além disso, não era permitida a adoção de cães de raça, apenas de vira-latas. A ideia por trás disso era tentar valorizar os vira-latas e impedir que só cães com pedigree fossem adotados. Mas a raça é uma coisa criada pelos homens, não pela natureza. Então, abolimos isso também.


Ainda existem restrições?
Em poucos casos. Quando você chega para adotar, pede-se que preencha um questionário e temos algumas recomendações. Por exemplo, sugerimos que cães de grande porte não sejam adotados por pessoas que morem em apartamentos pequenos. Há alguns casos, no entanto, em que a adoção só é liberada com ordem da diretoria. No caso de cães das raças pitbull e rottweiler, é preciso saber se a pessoa não está em busca de uma arma, em vez de um companheiro. E no caso de gatos pretos, precisamos ter cuidado porque são muito usados em rituais de magia negra.
Além de cães e gatos, que outros animais vivem na Suipa?
Temos de tudo: cavalos, porcos, tartarugas e até galos de briga avaliados em R$ 30 mil. São animais que chegam por ordem judicial e que nunca poderão sair daqui, sob o risco de serem reconduzidos às rinhas.

Quais são os gastos da Suipa?
Só de ração para cachorro, consumimos uma tonelada e 300 quilos por dia, o que dá mais de R$ 50 mil por semana. Contamos ainda com uma folha de 150 funcionários.

Qual é a solução?
Esperamos, com as medidas, reduzir despesas. Além disso, precisamos de novos sócios. Hoje, temos cerca de oito mil ativos. Cadastrados, temos muito mais, mas muitos já morreram ou deixaram de pagar. Outra solução é buscar parcerias. Alguém precisa salvar a Suipa. Em relação ao aumento da população de animais, investimos em campanhas de castração. Uma ONG americana mostrou que um casal de animais pode produzir duas crias por ano, tendo de dois a oito filhotes por cria. Em dez anos, são dezenas de milhares de novos animais a partir de um único casal. É preciso diminuir essa população.

Em cinco anos, 65 mil animais
Do início de 2011 ao fim de 2015, mais de 65 mil animais passaram pela Suipa. Do total, 812 foram entregues por bombeiros, 3.758 foram resgatados pela própria associação e 60.457 foram abandonados nas unidades do abrigo. No mesmo período, foram adotados cerca de 1.300 animais, cerca de 2% do total.
— As pessoas que querem se desfazer de um cãozinho trazem para a Suipa e acham que estão fazendo um bem. Mas não estão. Temos altos índices de mortalidade por motivos de depressão e briga, porque os cachorros são muito territorialistas. Além disso, os animais correm o risco de adoecer por ficar juntos a outros que estão em tratamento — diz Marcelo.

O índice de mortalidade nos últimos anos chegou a 80%: mais de 50 mil animais morreram nas dependências da associação, que tem a política de não sacrificar ou praticar eutanásia em nenhum deles.
Para evitar o crescimento da população de animais abandonados, a Suipa incentiva a castração. Em cinco anos, 36 mil animais foram castrados no ambulatório da associação e outros 240 mil foram operados de forma gratuita, em programas de controle de natalidade promovidos no Rio.

Outra frente de trabalho é o incentivo à adoção.
— Da última vez que fizemos um evento de adoção na Zona Sul, voltamos com mais animais do que levamos. Felizmente, temos visto mais pessoas passeando com vira-latas, então, parece que aumentou o número de adoções. Torcemos para que mais pessoas tenham esse ato nobre — diz.

Para adotar um animal na Suipa, basta ter em mãos um documento de identificação e um comprovante de residência, além de preencher um breve questionário. A sede da associação fica na Av. Dom Hélder Câmara, nº 1.801, em Benfica. Abre de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e, aos sábados, das 8h às 12h.

Fonte: EXTRA

7 comentários:

  1. Isso é o que acontece, quando as pessoas optam por comprar animais para imitar alguma "celebridade" ao invés de adotar. Sofrem os protetores, os animais sem raça e os de raça também por causa de roubos e exploração. Tudo em nome da vaidade humana!

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  2. Onde estão os artistas, cantores, atores e afins que adoram animais e costumam posar "babando" ao lado de seus pets, onde estão os que faturam alto, ADORAM seus animais e se despedaçam quando eles adoecem ou morrem? Onde estão os que podem contribuir, mensalmente ou não, com o dinheiro que não fará falta ao seu animalzinho de estimação, “vestido’ com a última tendência da moda e coberto de berloques que nem sempre ele gosta? Onde estão as dondocas que gastam fortunas com o guarda-roupa do gatinho fofo ou do cãozinho amado, onde estão os que poderiam desviar 10% de seus gastos extravagantes, desnecessários e supérfluos com as festinhas de aniversário carésimas de seus dogs, revertendo o percentual mínimo desse luxo todo com a Suipa, onde animais sobrevivem de teimosos porque os heróis que cuidam deles se recusam a desistir? Compaixão é preciso, Natal pode ser a motivação para se ter pena destes pobres cães sem dono, pode ser o mote para quem ama seus cães, chora e se descabela por eles, mas não costuma pensar nos melequentos, sarnentos, mal cheirosos e sub nutridos que respiram iguais ao seu cãozinho e são capazes de amar tanto quanto ou mais.

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  3. Os vira-latas são os melhores cães para se ter... Eles são os mais fortes resistentes... Ao passo que cães de raça, têm alergias, frescurinhas etc...Precisa mesmo é fazer marketing positivo dos SRDS... Sempre adotei virinhas que peguei da rua e tive cães de raça que foram descartados pelos donos, por que tinham alergias, otites e manias...Animal é igual criança deve-se ter paciência e amor para criar.

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  4. Muito sensato o novo presidente da Suipa, as medidas que ele tomou já eram defendidas por algumas pessoas que acabaram por deixar a ONG devido a esta rigidiz que foi a marca registrada da Suipa por muitos anos. Outra boa medida seria fazer alguma parceria com uma rede tipo PET CENTER para alavancar as feiras de adoções dos animais que chegam sadios e com boas chances de encontrar lares. Parabéns e boa sorte para o novo presidente da ONG. Aurea Abrantes

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  5. A Sandra, acima, falou por mim. Se as pessoas destinassem 10% do que gastam com frescuras para seus animais, a Suípa estaria muito bem.

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  6. concordo c todos os comentarístas

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  7. Com raça ou sem raça a condição mais importante para cães e gatos serem adotados é terem sido castrados.
    Eu sou suipana há mais de 15 anos.

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