Agora, estes fazendeiros da Alemanha vão fazer de tudo para liberar a caça dos lobos antes em extinção.... Não dá para entender o tal "serumano"....
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Enquanto ambientalistas comemoram volta do animal selvagem ao território alemão após mais de um século de extinção, criadores de gado temem por seus rebanhos e defendem que caça seja permitida.Uma alcateia foi encontrada morta no estado alemão de Baden-Württemberg na última terça-feira (08/08). É a 24ª vez que isso acontece desde o ano 2000, quando, após um período de extinção de 150 anos, filhotes de lobo voltaram a nascer na natureza na Alemanha. Segundo a organização ambientalista Nabu, os animais foram vítimas de caçadores.
Enquanto defensores e críticos dos lobos discutem sobre como lidar com os animais selvagens, protegidos por lei no país, o pecuarista Holger Benning é afetado diretamente pelo problema. Todos os dias ele checa se há tensão suficiente na cerca elétrica e alimenta os cães de guarda que protegem suas ovelhas dos lobos que circulam por ali, na região de Lüneburger Heide.
Há dez anos, lobos voltaram a povoar a área, no norte da Alemanha, e eles buscam presas. Até agora, Benning não perdeu nenhuma ovelha, mas nem todos os criadores tiveram a mesma sorte. Mais de 600 animais já foram mortos por lobos na região, sobretudo ovelhas.
Os lobos foram extintos na Alemanha no fim do século 19. Com a Reunificação alemã e a abertura das fronteiras intereuropeias, os predadores migraram da Polônia e de outros países do Leste Europeu para o território alemão, onde decidiram se estabelecer. Desde então, o número de lobos vem crescendo constantemente. No fim de 2016, o governo contabilizou cerca de 130 lobos adultos nas florestas alemãs.
De início, eles se estabeleceram no leste do país, sobretudo nos estados da Saxônia e de Brandemburgo. Depois, se espalharam até a região de Lüneburger Heide, na Baixa Saxônia. Hoje há ali cerca de nove alcateias, somando um total de 80 lobos, incluindo filhotes.
"Há alguns anos se dizia que se deparar com um lobo pelo caminho era como ganhar na loteria. Se for assim, eu já ganhei cinco vezes", diz Benning, que conta ver com frequência rastros dos animais perto de seu rebanho.
"Coexistência é possível"
Amantes da natureza apreciam o fato de o lobo, antes extinto por culpa do homem, ter retornado à Alemanha. Para a ONG ambientalista Nabu, "do ponto de vista da proteção da natureza, esse é um dos maiores sucessos" já obtidos.
"O lobo faz parte da Alemanha, e, em princípio, acho positivo que ele tenha retornado. Mas sei que, com uma ocupação tão densa como temos hoje na Alemanha, isso pode levar a problemas", afirma Peter Schütte, da Nabu.
Ele coordena um projeto que apoia criadores na proteção de seus rebanhos. "Há soluções para a coexistência entre homem e lobo", afirma, citando cercas elétricas e cães de guarda.
O Estado também apoia os pecuaristas financeiramente na construção de cercas e paga indenização, caso um animal tenha sido comprovadamente morto por um lobo.
No entanto, muitos na região de Lüneburger Heide acham que já é hora de permitir a caça dos animais selvagens. A criadora de cavalos Sonja Christiansen, por exemplo, teme que os lobos ataquem seus potros ou que seus cavalos fiquem tão assustados que disparem e se machuquem.
"Não há mais lugar para os lobos em nossa civilização", diz. Ela conta que não sai mais para passear com a família por medo de se deparar com um lobo.
O criador de gado Hendrik Meine também acredita que a caça deveria ser permitida para controlar o número de lobos. Ele lamenta o fato de alguns pecuaristas que tiveram seus bezerros e vacas adultas atacados por lobos agora manterem seus animais somente em estábulos.
"Não haverá mais pastoreio no futuro - seja de vacas, ovelhas ou cavalos - se a situação dos lobos continuar assim", afirma. Com o apoio da Nabu, Meine vai construir uma cerca elétrica de 1,5 metro de altura ao redor de seu pasto. "Espero que seja suficiente", diz.
Região dividida
A questão dos lobos dividiu a região de Lüneburger Heide e é até mesmo tema de campanha eleitoral. Alguns moradores acendem uma fogueira quando veem um dos animais para chamar a atenção para o problema e sinalizar que já é hora de se livrar deles.
"Na Idade Média, o lobo era perigoso para nossos ancestrais, que talvez só tivessem uma vaca ou uma cabra. Se esta morresse, acabava a fonte de subsistência da família", diz. Apesar de hoje a situação ser diferente, ainda há o medo do "grande e perigoso predador", aponta.
Há quem alerte para o fato de que matar os lobos teria mais efeitos negativos que positivos. "Fazendo isso altera-se a estrutura social dos lobos", afirma Hannelore Martin, criadora de cavalos e diretora do grupo de trabalho da Nabu sobre cavalos e lobos.
Assim como muitos criadores, Martin também ficou preocupada quando ouviu que lobos tinham voltado a circular na região. Mas suas pesquisas mostraram que eles só atacam cavalos em casos excepcionais. Ela pede que a histeria seja controlada.
Segundo Martin, matar os lobos faria apenas com que novos animais se estabelecessem no local. "Com a abertura das fronteiras, lobos do Leste Europeu migraram para cá, e eles vão continuar fazendo isso."
Para Martin e Schütte, há apenas uma solução: dialogar, descobrir mais sobre o modo de vida dos lobos e encontrar caminhos para uma coexistência. Pois enquanto os habitantes de Lüneburger Heide discutem se há ou não lugar para os lobos na região, os animais já decidiram que vieram para ficar.
Enquanto defensores e críticos dos lobos discutem sobre como lidar com os animais selvagens, protegidos por lei no país, o pecuarista Holger Benning é afetado diretamente pelo problema. Todos os dias ele checa se há tensão suficiente na cerca elétrica e alimenta os cães de guarda que protegem suas ovelhas dos lobos que circulam por ali, na região de Lüneburger Heide.
Há dez anos, lobos voltaram a povoar a área, no norte da Alemanha, e eles buscam presas. Até agora, Benning não perdeu nenhuma ovelha, mas nem todos os criadores tiveram a mesma sorte. Mais de 600 animais já foram mortos por lobos na região, sobretudo ovelhas.
Os lobos foram extintos na Alemanha no fim do século 19. Com a Reunificação alemã e a abertura das fronteiras intereuropeias, os predadores migraram da Polônia e de outros países do Leste Europeu para o território alemão, onde decidiram se estabelecer. Desde então, o número de lobos vem crescendo constantemente. No fim de 2016, o governo contabilizou cerca de 130 lobos adultos nas florestas alemãs.
De início, eles se estabeleceram no leste do país, sobretudo nos estados da Saxônia e de Brandemburgo. Depois, se espalharam até a região de Lüneburger Heide, na Baixa Saxônia. Hoje há ali cerca de nove alcateias, somando um total de 80 lobos, incluindo filhotes.
"Há alguns anos se dizia que se deparar com um lobo pelo caminho era como ganhar na loteria. Se for assim, eu já ganhei cinco vezes", diz Benning, que conta ver com frequência rastros dos animais perto de seu rebanho.
"Coexistência é possível"
Amantes da natureza apreciam o fato de o lobo, antes extinto por culpa do homem, ter retornado à Alemanha. Para a ONG ambientalista Nabu, "do ponto de vista da proteção da natureza, esse é um dos maiores sucessos" já obtidos.
"O lobo faz parte da Alemanha, e, em princípio, acho positivo que ele tenha retornado. Mas sei que, com uma ocupação tão densa como temos hoje na Alemanha, isso pode levar a problemas", afirma Peter Schütte, da Nabu.
Ele coordena um projeto que apoia criadores na proteção de seus rebanhos. "Há soluções para a coexistência entre homem e lobo", afirma, citando cercas elétricas e cães de guarda.
O Estado também apoia os pecuaristas financeiramente na construção de cercas e paga indenização, caso um animal tenha sido comprovadamente morto por um lobo.
No entanto, muitos na região de Lüneburger Heide acham que já é hora de permitir a caça dos animais selvagens. A criadora de cavalos Sonja Christiansen, por exemplo, teme que os lobos ataquem seus potros ou que seus cavalos fiquem tão assustados que disparem e se machuquem.
"Não há mais lugar para os lobos em nossa civilização", diz. Ela conta que não sai mais para passear com a família por medo de se deparar com um lobo.
O criador de gado Hendrik Meine também acredita que a caça deveria ser permitida para controlar o número de lobos. Ele lamenta o fato de alguns pecuaristas que tiveram seus bezerros e vacas adultas atacados por lobos agora manterem seus animais somente em estábulos.
"Não haverá mais pastoreio no futuro - seja de vacas, ovelhas ou cavalos - se a situação dos lobos continuar assim", afirma. Com o apoio da Nabu, Meine vai construir uma cerca elétrica de 1,5 metro de altura ao redor de seu pasto. "Espero que seja suficiente", diz.
Região dividida
A questão dos lobos dividiu a região de Lüneburger Heide e é até mesmo tema de campanha eleitoral. Alguns moradores acendem uma fogueira quando veem um dos animais para chamar a atenção para o problema e sinalizar que já é hora de se livrar deles.
"Na Idade Média, o lobo era perigoso para nossos ancestrais, que talvez só tivessem uma vaca ou uma cabra. Se esta morresse, acabava a fonte de subsistência da família", diz. Apesar de hoje a situação ser diferente, ainda há o medo do "grande e perigoso predador", aponta.
Há quem alerte para o fato de que matar os lobos teria mais efeitos negativos que positivos. "Fazendo isso altera-se a estrutura social dos lobos", afirma Hannelore Martin, criadora de cavalos e diretora do grupo de trabalho da Nabu sobre cavalos e lobos.
Assim como muitos criadores, Martin também ficou preocupada quando ouviu que lobos tinham voltado a circular na região. Mas suas pesquisas mostraram que eles só atacam cavalos em casos excepcionais. Ela pede que a histeria seja controlada.
Segundo Martin, matar os lobos faria apenas com que novos animais se estabelecessem no local. "Com a abertura das fronteiras, lobos do Leste Europeu migraram para cá, e eles vão continuar fazendo isso."
Para Martin e Schütte, há apenas uma solução: dialogar, descobrir mais sobre o modo de vida dos lobos e encontrar caminhos para uma coexistência. Pois enquanto os habitantes de Lüneburger Heide discutem se há ou não lugar para os lobos na região, os animais já decidiram que vieram para ficar.
FONTE: terra