Com certeza absoluta.... Quando estava conveniada com a Prefeitura, tínhamos o serviço de atendimento às pessoas que sofrem pela doença e perda de seus animais de estimação.....
------------------------
Psicólogo conta como é o processo do luto, que muitas vezes não é compreendido, o que pode levar à depressão
Para aqueles que amam seus animais de estimação, um dos momentos mais difíceis é quando estes morrem. Esta tristeza pode durar dias, meses, ou anos anos.
O psicólogo de Ipatinga, Leonardo Moreli, lembra como os cães e gatos ganharam um novo significado na vida de seus donos, e também na sociedade. Até um tempo atrás, os animais eram criados nos quintais das casas, e hoje dividem rotinas, e podem, incusive, dormir nas camas com o donos.
De acordo com levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde, feito pelo IBGE, 44,3% dos lares brasileiros têm a presença de ao menos um cachorro.
Moreli fala que esse espaço ocupado pelos os animais de estimação na vida dos donos, reflete diretamente no processo do luto, no caso da morte dos pets.
"O luto caracteriza um processo de perda. Não pode ser considerado uma doença, portanto não existe um tratamento. Esse sentimento de perda pode ocorrer tanto em relação a um ente querido ou um animal. O luto é único, cada pessoa tem o tempo de recuperação e reações diferentes. No caso da morte de um animal de estimação, a pessoa que perdeu, geralmente, tem o pet como um membro da família, muitas vezes como filho, então é totalmente compreensivo a dor", explica.
A estudante de administração Jennefer Oliver Nunes, entende o que é perder um animalzinho que sempre fez parte da família. Há seis meses, a cadelinha dela Milly, da raça dachshund, começou a passar mal em casa e acabou falecendo. Segundo ela, no início foi difícil conviver com a perda, mas com o tempo ela conseguiu superar e atualmente permanece a saudade.
"A morte da Millynha foi muito difícil para todos nós da família, afinal 15 anos não são 15 dias. Sofri e chorei muito, porque é difícil olhar para os cantinhos da casa que ela ficava e não vê-la ali. Acreditamos que ela morreu de velhice. Na fase adulta ela teve algumas doenças, mas fizemos os tratamentos adequados, o que prolongou o tempo de vida dela. Certo dia estava tomando café e vi ela passando mal, corremos para cliníca, mas infelizmente ela não resistiu. Foi doloroso, é um processo de recuperação", contou.
Milly chegou na família Oliver em 2001; Jennefer conta que ela sempre foi considerada como um membro da família. Pela casa, há fotografias e até mesmo um quadro com um desenho da cadelinha. Segundo psicologo Leonardo, esse amor rotineiro que torna o processo do luto difícil para os donos de pets, e muitas vezes não compreendido por aqueles que não possuem um animal de estimação.
"Uma outra pessoa que não tem relação de tanta afetividade com animal, jamais vai entender o sentimento daquele dono que perdeu o cãozinho ou gato. Portanto, muitas vezes essa não compreensão gera um certo preconceito de quem está de fora, com a pessoa enlutada. Isso é ruim, porque os donos dos pets se sentem culpados por estarem sofrendo pela morte deles, e a caba reprimindo o sentimento. Essa repressão pode gerar uma doença, a depressão.
Moreli diz que o processo do luto pode levar de três meses a um ano. O profissional alerta que é preciso avaliar se esse sentimento está atrapalhando o dia a dia da pessoa que perdeu o animal.
"Passando o determinado tempo, é preciso avaliar o comportamento da pessoa, porque o luto não pode atrapalhar a retomada da vida dela. E como não há um tratamento, é somente a força de vontade de quem perdeu para voltar às atividades rotineiras", concluiu.
Jennefer procurou retomar as atividades dela. Mesmo triste, e com uma saudade imensurável de Milly , ela viveu o luto, e atualmente até conseguiu adotar um novo animalzinho de estimação.
"Nenhum cão substitui outro que morre, mas preenche o vazio que fica por causa desta ausência. No início tive resistência em adotar outro animalzinho, porque ainda estava sofrendo com a morte da Milly. Então comecei a cuidar de alguns animais de rua que ficavam na porta da minha casa. Tentei salvar um cachorro que estava muito doente, mas acabou morrendo. Hoje adotei o Bruce, um cachorro muito dócil e carente, que vivia nas ruas do bairro", contou.