19/10/2013

Produção animal é um dos maiores contribuintes do aquecimento global, reafirma ONU

É importante isto ser reconhecido pela ONU, pois, é considerado como algo sério e verdadeiro.... Isto é ótimo!!!! O problema é que demora para as pessoas sentirem a ficha cair...
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HSI pede mais bem-estar animal e redução do consumo de carnes

Se o atual paradigma do bem-estar animal, sustentabilidade ambiental
e do consumo de carnes não mudar, as consequências
serão desastrosas para o planeta e todos os seus habitantes.
nullplus/istock
São Paulo (01 de outubro de 2013) – A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) reafirmou que a criação de dezenas de bilhões de animais para a alimentação humana tem impactos devastadores, de acordo com seu novo relatório “Tackling Climate Change Through Livestock" (Combatendo as Mudanças Climáticas por Meio da Pecuária). A Humane Society International (HSI) – uma das maiores organizações globais de proteção animal – novamente pede que mais atenção seja dada ao bem-estar animal, sustentabilidade ambiental e uma redução global do consumo de carnes. Se o atual paradigma não mudar, as consequências serão desastrosas para o planeta e todos os seus habitantes.

Excluindo a aquicultura, mais de 70 bilhões de animais terrestres são criados para consumo humano no
mundo todos os anos. Em 2006, no seu famoso relatório “A Longa Sombra da Pecuária”, a FAO concluiu que o setor de produção animal era um dos dois ou três maiores contribuintes para a degradação ambiental. Agora, sete anos mais tarde, a conclusão ainda é a mesma: a agricultura animal sozinha é responsável por 14,5% dos gases de efeito-estufa gerados por atividades humanas, de acordo com seu novo relatório. O relatório atual reconhece que programas que visem reduzir as emissões do setor devem também levar em consideração o bem-estar animal.

“Claramente, nós precisamos mudar drasticamente a forma com que nós criamos animais para a alimentação humana. E o Brasil não pode ficar de fora dessa mudança. Nós somos um dos países onde o consumo per capita de carnes, ovos e laticínios tem crescido significativamente nas últimas décadas”, disse Carolina Galvani Bruun, gerente de campanhas de animais de produção da HSI no Brasil. “Nós precisamos reduzir o número de animais que são criados para consumo, assim como encontrar soluções mais humanitárias para os impactos ambientais do setor”. 

A HSI defende uma alimentação com compaixão, que se dá por meio da redução ou substituição do consumo de produtos de origem animal, assim como pelo refinamento do consumo com a escolha de produtos que tenham padrões de bem-estar animal mais elevados. A HSI apoia produtores sustentáveis em esforços que oferecem aos consumidores produtos alimentícios mais humanitários.

A HSI e suas organizações parceiras continuarão trabalhando com governos e instituições internacionais para aprofundar esses objetivos. Para mais informações sobre o trabalho e pesquisas da organização sobre produção animal e mudanças climáticas, acesse:



Fatos:
De acordo com a FAO, entre 1980 e 2005, o consumo de per capita de carnes no Brasil praticamente dobrou alcançando níveis similares ao de países desenvolvidos. O consumo de laticínios e ovos também cresceu significativamente, em 40 e 20% respectivamente.

A produção animal é um dos fatores que mais contribui para o aquecimento global, a poluição da água e o uso de recursos hídricos. A expansão de pastos para animais de produção é uma das principais causas do desmatamento, especialmente no Brasil e na América Latina.

Globalmente, sistemas de produção industrial representam cerca de dois terços da produção de ovos e carne de frango, e mais da metade da produção de carne de porco. No Brasil, cerca de 90% da produção de ovos é proveniente do sistema de gaiolas em bateria convencional, tão intensivo que os animais praticamente não podem se mover. Na indústria suína brasileira, a maioria das porcas reprodutoras passam praticamente suas vidas inteiras em celas de gestação, que têm praticamente o mesmo tamanho do corpo dos animais e não permitem que as porcas sequer se virem dentro delas ou deem mais do que um passo para frente ou para trás. O confinamento de poedeiras em gaiolas em bateria convencionais e o confinamento contínuo de porcas reprodutoras em celas de gestação já foram proibidos em toda a União Europeia e em vários estados dos EUA.

Líderes de mercado como McDonald’s, Burger King, Wendy’s e Costco anunciaram que eliminarão o uso de celas de gestação em suas cadeias de fornecimento nos EUA. A HSI está trabalhando para que essas políticas de bem-estar animal também sejam estendidas ao Brasil.

Cada um de nós pode diminuir a nossa pegada ambiental ao reduzir nosso consumo de carnes, ovos e laticínios. De acordo com um estudo de 2008, uma família de renda média nos EUA que deixa de consumir carne vermelha e laticínios, os substituindo por produtos de origem vegetal, apenas um dia por semana reduz suas emissões anuais de gases de efeito estufa equivalentes a dirigir mais de 1.600 km por ano.

De acordo com um estudo de 2012, os produtos de origem animal geralmente têm uma maior pegada hídrica do que os produtos não-animais. Por exemplo, em termos de proteína, a pegada hídrica é seis vezes maior para a carne bovina, e uma vez e meia maior para carne de frango, ovos e laticínios, comparada à pegada dos legumes.

A ‘Segunda Sem Carne’ é uma forma fácil e gostosa de mitigar as mudanças climáticas. A campanha foi criada pelo governo dos EUA como uma medida de economia de recursos durante a Primeira Guerra Mundial. Em 2003, a Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg relançou o esforço com a campanha ‘Segunda Sem Carne’ para promover a substituição de carnes um dia por semana para a nossa saúde e a saúde do planeta. Muitas personalidades importantes como Paul McCartney, Al Gore, Rajendra Pachauri, Carlos Minc, Gilberto Gil e Fernando Gabeira também apoiam a campanha. Um crescente número de pequenos produtores rurais também está se unindo ao movimento como uma forma de atingir sistemas de produção mais sustentáveis, baseados na agricultura comunitária ou familiar. Assista o vídeo da campanha aqui.

FONTE: Humane Society International

2 comentários:

  1. Bom, eu posso falar um pouco sobre isso, intuitivamente e empiricamente.
    Não creio que é só o problema do efeito estufa.
    Explico: Eu sou um ser humano, mamífero, que precisa manter o corpo a 37oC para sobreviver. Para isso, eu consumo fontes de energia que me manterão nessa temperatura, que são basicamente hidrocarbonetos. A queima dessas fontes de energia é que geram o calor de que necessito. Então, eu estou constantemente gerando calor, aquecendo o planeta, e esse processo de aquecimento só cessará quando eu morrer.
    Agora imaginem: no planeta há, sei lá, cerca de 7 bilhões de humanos no mesmo processo. 70 bilhões de outros animais produzidos para consumo humano, que são similares ao ser humano no sentido de também gerarem calor para manter sua temperatura e assim sobreviver. Mais não sei quantos animais que não são consumidos pelos humanos mas existem em decorrência da ação dos humanos, como cães, gatos, cavalos, burros, ratos, etc.
    Nunca parei para fazer essa conta, de o quanto essa quantidade toda de massa de seres que produzem calor representa no aquecimento do planeta, mas creio que deve ser significativo; seria talvez um assunto interessante para uma pesquisa.
    Lembrei-me de novo da Hipótese de Gaia. O ser humano é uma praga no planeta. O planeta pode ser comparado a um organismo vivo que está passando por uma infecção bacteriana "das braba". Nós humanos somos essa infecção.
    Silvan

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  2. Sou simplista: quanto mais gente no mundo, maior o consumo do planeta, por isso, sou a favor do controle de natalidade mundial.

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