30/03/2017

Com dívida de R$11 mil e 27 cachorros na própria casa, cuidadora diz que vai fechar abrigo

A gente quer ajudar.... mas, como podemos no meio de tantas protetoras necessitadas?
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Tudo começou quando uma amiga lhe perguntou se poderia adotar dois cães em fase de tratamento. Em dois anos e meio a cuidadora Cinthia Amorim, responsável pelo abrigo de cães “Anjos Peludos de Cuiabá” tenta de todas as formas continuar resgatando animais na capital. 

Assumindo todos os gastos, ela não possui mais condições de manter o abrigo e já possui mais de R$ 11 mil reais em dívidas com veterinários por conta dos tratamentos dos animais que resgata, por isso ela declara: “eu amo o que eu faço, mas o abrigo vai fechar se eu não conseguir ajuda”.

São 27 cachorros sob a responsabilidade de Cinthia Amorim. No quintal de sua casa ela construiu o abrigo para os animais debilitados e abandonados na rua que resgatava. Não foi uma decisão planejada, apenas foi acontecendo. Sempre que encontrava um animal precisando de ajuda humana ela recolhia e levava para casa, cuidava, levava ao veterinário e posteriormente oferecia para adoção solidária. O problema é que as pessoas para adotar nunca apareciam e o número de animais foi só aumentando.

Com o passar do tempo, as pessoas passaram a contatá-la via facebook também para realizar resgates e ela passou a se deslocar para recolher os animaizinhos necessitados. O problema, segundo ela, é que o trabalho voluntário começou a ser visto pelos outros como uma obrigação.

“As pessoas me ligam e falam que tem um cachorro que querem doar e exigem que eu vá buscá-lo, mas eu não tenho obrigação de fazer isso e também não tenho mais condições. Outras dizem que vão ajudar com ração, dinheiro ou que virão aqui ajudar a limpar e dar carinho para os animais, mas nunca aparecem”, diz Cinthia.

A protetora ainda conta que recebe acusações de que esteja enriquecendo com o dinheiro doado para cuidar dos animais. “Eu tenho R$ 11 mil reais de dívida com veterinários, minhas despesas mensais com os cachorros chegam a R$ 5 mil.

Meu salário de R$ 1 mil vai todo para cuidar dos cachorros e ainda falta. As contas de água e luz meu marido paga porque são junto com as contas da casa, até o produto de limpeza eu compro junto com as compras de mercado de casa. O dinheiro das doações mal paga a ração, quanto menos os tratamentos com veterinário”, desabafa a protetora.

“Quando troquei minha moto por um carro os boatos ficaram maiores, mas ninguém vê que é um carro antigo e que eu fiz isso para poder fazer os resgates dos cachorros”, completa Cinthia.
Aos prantos, Cinthia relata a angustia entre fechar ou continuar com o abrigo. “Meu marido reclama que eu gasto todo o dinheiro com os cachorros, mas eu não posso abandoná-los. Apesar disso eu não tenho condições de continuar com o abrigo sem ajuda.

Eu sei que preciso fechar, doar os cães o quanto antes e parar de fazer os regastes, mas eu amo o que eu faço e não quero parar, mas preciso de ajuda. Quando eu contei para minha filha que ia acabar com o abrigo ela começou a chorar e disse ‘não desiste mãe, seu trabalho é tão bonito’. Eu não queria parar, a coisa mais feliz pra mim é pegar um cachorro só pele e osso e recuperar ele, deixar saudável e bonito”.

Para não fechar o abrigo a protetora necessita de ajuda fixa. De acordo com ela, já houve a tentativa de manter um grupo mensalistas, com pessoas dispostas a doarem R$ 10 reais por mês, mas das 60 pessoas que se comprometeram a participar do grupo, apenas 20 depositaram.

Constantemente Cinthia pede ajuda pelo facebook e muitas pessoas chegam a comentar e se mostrando dispostas a ajudar, mas nem sempre o auxílio realmente chega. “É uma choradeira sempre, eu tenho que implorar, falar que o abrigo vai fechar, me humilhar e ainda tem gente que diz que eu ganho dinheiro com isso.

As pessoas julgam sem saber. Uns dizem que vão doar ração, outros dizem ‘resgata tal cachorro que eu ajudo’ e depois esquece. Falam pra mim ‘o mundo precisa de pessoas como você, seu trabalho é lindo’, e é mesmo, mas custa dinheiro. Cuidar de cachorro não é só dar ração. Não adianta só resgatar, porque assim ele só vai ter um teto”, diz a protetora.

Cinthia também recebe doações de roupas e sapatos que compõem o bazar que realiza para ajudar na arrecadação de dinheiro para manter o abrigo. Além disso, ela diz que tentou organizar um evento para que as pessoas fossem conhecer o local, mas apenas uma pessoa foi.

Sua luta também é para transformar o abrigo em Organização Não Governamental (ONG), pois assim empresas privadas podem ajudar por meio de dedução do imposto de renda. “O problema está sendo a burocracia. Não tenho auxilio para redigir o estatuto”.

Quem puder colaborar com o abrigo “Anjos Peludos Cuiabá” basta entrar em contato com Cinthia pela página no facebook AQUI. Para doar por meio da vaquinha online acesse AQUI. Mais informações também pelo telefone de Cinthia Amorim (65) 9 9683-4983.

Banco do Brasil 
Conta corrente: 21014-5
Agência: 4043-6

Caixa Econômica
Conta Corrente: 23872-7
Agência: 0686

FONTE: olhardireto

3 comentários:

  1. É sempre assim, as pessoas só querem empurrar a responsabilidade para as protetoras, mas na hora de ajudar... Cadê o povo que deixou os animais com elas? Cadê os políticos que ganham votos através da causa? Cadê os pseudo protetores que falam muito, mas não fazem nada?
    Se estar nas ruas é ruim, nessas condições é bem pior!

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  2. Será que realmente a criação da ONG ajudaria?
    Será que bastaria copiar e adaptar um estatuto de outra ONG com o mesmo objetivo?
    O que mais ela precisaria para formalizar a ONG além do estatuto?

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