04/08/2016

Os animais que detetam tuberculose, cancro e minas terrestres

Sempre falo que, considerando a existência da vida neste planeta, os animais são infinitamente superiores aos humanos... humanos estes que vivem explorando os animais das formas mais covardes possíveis..... Nossa espécie é uma invasora da Terra!!!!
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As ratazanas conseguem identificar o cheiro da tuberculose. Os cães farejam o cancro. Agora estão a ser treinados para salvar vidas. O relato é de Emma Young.

Numa sala pequena e quente, num complexo situado nas terras altas do sul da Tanzânia, estão três técnicos de laboratório vestidos de branco, uma câmara de vidro e metal e uma grande
ratazana castanha, cujo nome é Charles.

Assim que é cuidadosamente libertado dentro do recetáculo, Charles aponta o seu focinho comprido à primeira de dez placas deslizantes de metal na base da câmara. Uma das técnicas apressa-se a abri-la, revelando um pequeno buraco. Charles fareja-o… e continua a andar. O buraco é novamente fechado, e ouve-se o ruído de metal contra metal quando a placa seguinte é tirada. Desta feita, Charles fica atento. Fareja com força, arranha o metal, as cinco garras de cada pata espraiadas com a pressão. A técnica anuncia: “Dois!”

Ao pé da janela, o seu colega tem nas mãos uma prancha com uma ficha, que segura de modo a que os outros não a consigam ver. Faz uma marca. Espreito a ficha, de relance. É uma grelha de pequenas caixas, dez por dez, cada uma com o seu código alfanumérico. Duas das caixas em cada linha estão sombreadas a cinzento. A marca foi feita numa caixa branca. É muito possível que Charles tenha acabado de salvar a vida de alguém.

Charles é uma ratazana africana gigante, uma espécie endémica da África subsariana. É também um pioneiro, um dos trinta representantes da sua espécie que vivem e trabalham aqui, em Morogoro, a poucas centenas de quilómetros de Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia, num programa cujo objetivo é farejar a tuberculose (TB).

A tuberculose é uma doença infeciosa que pode destruir os pulmões. Todos os anos, são diagnosticados cerca de nove milhões de novos casos em todo o mundo, um quarto deles em África. O continente africano é também onde se encontra a mais alta taxa de mortalidade por TB per capita. Os antibióticos podem curar a TB, mas é uma doença fatal se não for tratada, e há muitos doentes não chegam a ser diagnosticados. Em parte, isto deve-se ao facto de o teste inventado há 125 anos que se usa na Tanzânia (bem como em muitos outros países onde o dinheiro não abunda) só conseguir detetar cerca de 60 por cento dos casos, uma percentagem que chega a descer aos 20 por cento quando se trata de pessoas que também estão infetadas com VIH.

E é aqui que entra Charles, a ratazana. Charles e as outras ratazanas farejam amostras de expetoração e saliva oriundas de doentes que se suspeita sofrerem de tuberculose. As ratazanas não são infalíveis, mas detetam cerca de 70 por cento dos casos, e é-lhes indiferente se o doente é portador do VIH – o que é muito importante na Tanzânia, onde uma média de quatro em cada dez pessoas que sofrem de tuberculose são seropositivas.

Só nesta manhã, Charles farejou 100 amostras, falhando uma que tinha sido assinalada como positiva pela clínica pública – sombreada a cinzento na ficha – mas identificando 12 novos casos suspeitos, que agora serão novamente analisados.

FONTE: observador.pt

2 comentários:

  1. A convivência harmônica só traz benefícios; só alguns "serumanos" se negam a ver isso.

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  2. Não acho correto explorar animais para salvar a humanidade. Tem gente tão inútil, que não merece o ar que respira.

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