A Justiça de São Paulo condenou uma veterinária a indenizar em R$ 11 mil os donos de um poodle de cinco anos que morreu após ser submetido a uma tartarectomia (retirada de tártaros).
A morte do cão, chamado Fred, ocorreu em agosto de 2011, em Amparo (a 130 km de São Paulo). A decisão de primeira instância foi publicada no início deste mês.
Arquivo Pessoal |
Fred morreu após tratamento |
A veterinária Kátia Pereira Michelini, 46, ainda pode recorrer da condenação, que a considerou negligente por não ter solicitado exames de hemograma no poodle antes de aplicar anestesia geral.
Um laudo de necropsia apontou que "o cão morreu por síncope cardíaca associada a provável quadro de discrasia sanguínea" (alteração do sangue). O problema seria constatado se o hemograma tivesse sido feito, diz o laudo.
O advogado André Luiz Cunha, parente dos donos do cão, afirma que eles procuraram a Justiça "para evitar que outros cães e seus donos passem pelo mesmo sofrimento".
Ele diz que a indenização será usada para tratar animais de rua. Dos R$ 11 mil, R$ 10 mil são por danos morais e R$ 1.100 por danos materiais.
OUTRO LADO
A veterinária disse à reportagem que vai recorrer da decisão, por considerá-la "injusta". "Foi uma fatalidade. Mas eu entendo o lado deles [donos do cão]."
Ela afirmou que Fred não morreu em função do atendimento dela. Michelini enviou ontem à Folha outro laudo que diz não ser possível associar a morte à anestesia geral. Disse ainda que chegou a cobrar exames pré-operatórios, mas aceitou dispensá-los porque os donos alegaram que não tinham tempo e aceitaram que o procedimento ocorresse assim mesmo. A Clínica Veterinária Au Au Miau, onde aconteceu o procedimento médico, fica no centro de Amparo e atende cerca de 500 animais por mês, segundo a veterinária.
Fonte: Folha de São Paulo