Sinceramente, fico tão revoltada quando vejo estas "experiencias" imbecis que me rasgo toda..... A própria matéria reconhece a crueldade do experimento (grifo meu) e no final diz que tudo fica na teoria..... É podre demais.... é muito podre demais.....
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Estudo usa optogenética – técnica capaz de alterar a atividade de células usando a luz – para acabar com lembranças ruins nos animais
Pesquisadores descobriram como, do ponto de vista bioquímico, determinados sons e estímulos trazem à tona memórias de medo – e criaram um método para enfraquecer as ligações do cérebro responsáveis por essas reações.
Essa solução, que só pode ser aplicada em animais, é precisa suficiente para atuar apenas nos neurônios responsáveis pelo trauma – deixando sem modificações os que estão associados a reações de medo úteis e naturais para o ser humano, como evitar uma caverna escura, não mexer com um animal selvagem ou, para sair dos exemplos pré-históricos, não atravessar a rua quando há um ônibus vindo.
O artigo científico é o avanço mais recente de uma longa sequência de pesquisas sobre o assunto – algumas das quais a SUPER noticiou.
Os pesquisadores usaram ratos de laboratório geneticamente modificados para monitorar os caminhos que ligam a área de processamento de sons do cérebro às amídalas – um conjunto de neurônios responsável pelas reações emocionais mais instintivas, heranças da época das cavernas. A ideia é simples: se você cortar o “fio certo”, seus ouvidos param de avisar às amídalas que você ouviu um som traumático, e você para de sentir medo à toa.
É claro que, na prática, não dá para “cortar o fio”. Nosso cérebro, quando aprende algo novo – por exemplo, que determinado barulho está associado ao perigo de morrer – reforça as ligações que guardam e carregam essa mensagem. O que é possível fazer é usar truques neurocientíficos para devolver esses neurônios ao estado original, anterior ao trauma.
Funciona assim: primeiro os ratos são condicionados a sentir medo. Eles ouvem um som grave e um agudo. Quando o agudo toca, eles tomam um leve choque na pata. Assim, os animais passam a se assustar toda vez que ouvem um som naquela determinada frequência – mesmo quando ele não vem acompanhado de ameaça nenhuma. Se você pudesse acompanhar as transformações nas ligações cerebrais ao vivo, você veria que o “caminho de neurônios” associado a sons mais agudos passou a ter conexões mais fortes.
Agora que você tem animais devidamente traumatizados (sim, isso é cruel), é hora curá-los.
O jeito tradicional de fazer isso é expor os bichinhos ao som agudo um número tão grande de vezes que eles parem de associá-lo ao choque elétrico. Esse é o princípio de alguns tratamentos psicológicos adotados hoje: encarar o gatilho emocional até você perder o medo dele. Dá certo, mas a conexão delicada continua lá, dormente. Quase como varrer a poeira para baixo do tapete.
Melhor que um medo escondido, só um medo eliminado. É aí que entra algo chamado optogenética – o uso de luz para controlar células geneticamente modificadas em seres vivos. Com ela, é possível apagar permanentemente a memória ruim. Mesmo. De vez.
Só há um problema: não estamos nem próximos de superar as restrições éticas associadas à aplicação de optogenética no cérebro humano – controlar o que os neurônios de alguém fazem ou não é simplesmente arriscado demais, mesmo para a vanguarda da medicina. Por enquanto, a boa notícia fica na teoria.
Pesquisadores descobriram como, do ponto de vista bioquímico, determinados sons e estímulos trazem à tona memórias de medo – e criaram um método para enfraquecer as ligações do cérebro responsáveis por essas reações.
Essa solução, que só pode ser aplicada em animais, é precisa suficiente para atuar apenas nos neurônios responsáveis pelo trauma – deixando sem modificações os que estão associados a reações de medo úteis e naturais para o ser humano, como evitar uma caverna escura, não mexer com um animal selvagem ou, para sair dos exemplos pré-históricos, não atravessar a rua quando há um ônibus vindo.
O artigo científico é o avanço mais recente de uma longa sequência de pesquisas sobre o assunto – algumas das quais a SUPER noticiou.
Os pesquisadores usaram ratos de laboratório geneticamente modificados para monitorar os caminhos que ligam a área de processamento de sons do cérebro às amídalas – um conjunto de neurônios responsável pelas reações emocionais mais instintivas, heranças da época das cavernas. A ideia é simples: se você cortar o “fio certo”, seus ouvidos param de avisar às amídalas que você ouviu um som traumático, e você para de sentir medo à toa.
É claro que, na prática, não dá para “cortar o fio”. Nosso cérebro, quando aprende algo novo – por exemplo, que determinado barulho está associado ao perigo de morrer – reforça as ligações que guardam e carregam essa mensagem. O que é possível fazer é usar truques neurocientíficos para devolver esses neurônios ao estado original, anterior ao trauma.
Funciona assim: primeiro os ratos são condicionados a sentir medo. Eles ouvem um som grave e um agudo. Quando o agudo toca, eles tomam um leve choque na pata. Assim, os animais passam a se assustar toda vez que ouvem um som naquela determinada frequência – mesmo quando ele não vem acompanhado de ameaça nenhuma. Se você pudesse acompanhar as transformações nas ligações cerebrais ao vivo, você veria que o “caminho de neurônios” associado a sons mais agudos passou a ter conexões mais fortes.
Agora que você tem animais devidamente traumatizados (sim, isso é cruel), é hora curá-los.
O jeito tradicional de fazer isso é expor os bichinhos ao som agudo um número tão grande de vezes que eles parem de associá-lo ao choque elétrico. Esse é o princípio de alguns tratamentos psicológicos adotados hoje: encarar o gatilho emocional até você perder o medo dele. Dá certo, mas a conexão delicada continua lá, dormente. Quase como varrer a poeira para baixo do tapete.
Melhor que um medo escondido, só um medo eliminado. É aí que entra algo chamado optogenética – o uso de luz para controlar células geneticamente modificadas em seres vivos. Com ela, é possível apagar permanentemente a memória ruim. Mesmo. De vez.
Só há um problema: não estamos nem próximos de superar as restrições éticas associadas à aplicação de optogenética no cérebro humano – controlar o que os neurônios de alguém fazem ou não é simplesmente arriscado demais, mesmo para a vanguarda da medicina. Por enquanto, a boa notícia fica na teoria.
FONTE: super.abril