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15/03/2017

Zoonoses e animais negligenciados são tema de seminário


Muito bom!!!!! Ah, se eu pudesse ir..... Agora, quem for, por favor, não deixe de pedir para eles explicarem bem o que é zooantroponoses (doenças que transmitimos aos animais), antropozoonoses (doenças de animais que podem ser transmitidas aos humanos) e zoonoses (doenças comuns entre humanos e animais com transmissão vice-versa)
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por André Bezerra
10/03/2017

Das redes sociais a conversas do dia a dia, o bem estar animal é um assunto que vem ganhando atenção por parte da sociedade. Páginas e comunidades mostram que vem crescendo entre as pessoas a preocupação pela criação responsável de animais de estimação como cães e gatos, inclusive com mobilização ativa de grupos, coletivos e instituições. Contudo, quando o assunto é saúde pública, ainda falta conscientização. Doenças como raiva, esporotricose e leishmaniose ainda são consideradas negligenciadas no país e, muitas vezes, seus riscos e efeitos são desconhecidos pela população.

Diante desse contexto, o Centro de Estudos do Icict/Fiocruz propõe um amplo debate sobre o assunto, visando mobilizar a comunidade científica e atores da sociedade interessados pela pauta e contribuir para uma maior participação social no campo da saúde pública e do bem estar animal. O seminário ‘Zoonoses e animais negligenciados’ será realizado em 23 de março, das 9h30 às 16h30, no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos, situada no campus da Fiocruz, em Manguinhos.

“O objetivo principal é chamar atenção para o problema que nós temos de zoonoses hoje no país, principalmente os casos de leishmaniose e esporotricose, em que a gente tem observado um número crescente, em algumas cidades em maior quantidade. No último ano, foram 157 casos de leishmaniose visceral, que são números muito significativos”, explica o pesquisador do Icict Paulo Abílio Varela Lisboa, que também é coordenador substituto do Centro de Estudos.

Além dessas zoonoses, também será abordada a raiva, que, mundialmente é responsável por um elevado número de mortes, principalmente em países pobres. “Apesar de termos uma vigilância eficiente, observa-se que há novas notificações de raiva no Brasil. Por isso, é importante agora avaliar qual é o cenário dessa zoonose, o que temos de informação a respeito e novas pesquisas, para que não se torne um problema de saúde pública no país”, explica Paulo Abílio.

Animais abandonados e negligenciados
Além das palestras com especialistas em zoonoses, a programação inclui outro ponto importante para essa discussão, que é a questão do bem estar animal nas grandes cidades. “O abandono de animais é um problema de saúde pública, pois quando são abandonados e passam a viver nas ruas, essas populações são mais vulneráveis a doenças, o que também se tornam um risco às pessoas, avalia o pesquisador.

Para ele, as doenças transmitidas por animais ou doenças transmitidas por vetores, como a leishmaniose, em que os cães infectados a partir do mosquito podem vir a infectar uma pessoa, estão diretamente associados ao problema de abandono dos animais de rua, animais errantes e animais de colônia, por isso deve-se discutir questões de posse responsável.

Nesse sentido, a programação irá tratar, pela primeira vez no âmbito da Fiocruz, a questão dos animais domésticos abandonados no entorno dos campi da fundação. Uma mesa redonda promoverá um debate com representantes de outras instituições como Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB/RJ. A Subsecretária de Defesa e Bem Estar Animal da Prefeitura do Rio de Janeiro também irá apresentar a nova visão sobre o tema adotada pela esfera municipal.


“O problema maior das zoonoses não é para o animal que tem guarda, que tem dono, porque nesses casos muitas vezes o proprietário busca ou pode bancar um tratamento. Por outro lado, a gente tem uma população de animais de rua, aqui mesmo, por exemplo, no entorno do campus da Fiocruz, que suscitam uma série de questões. Quem cuida desses animais? Qual o papel das esferas públicas?”, indaga o organizador do evento.

A participação no evento é gratuita e serão oferecidos certificados de participação àqueles que se inscreverem previamente pelo site eventos.icict.fiocruz.br.


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