27/09/2016

O que explica nossa relação tão cheia de contradições com as outras espécies animais?

A matéria tem mais de um mês, mas, achei interessante registrar....
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O repórter Richard Conniff visitou ambientes radicalmente opostos, como matadouros sangrentos e sofisticados desfiles de moda, para buscar a resposta

Bichos que matamos, bichos que cuidamos. Bichos que torturamos, bichos que preservamos. O que explica nossa relação tão cheia de contradições com as outras espécies animais? O repórter Richard Conniff visitou ambientes radicalmente opostos – matadouros sangrentos e
sofisticados desfiles de moda – para mostrar como visons, avestruzes e jacarés são abatidos aos montes para alimentar uma redivivaindústria de roupas de pele e couro. Dramas de consciência que surgiram embalados pelo movimento ambientalista de duas décadas atrás parecem superados diante de cifras e argumentos robustos – quem trabalha no ramo gosta de citar a hipocrisia implícita dos críticos. “Os americanos consumiram 1,3 bilhão de asas de frango no dia da final do Super Bowl”, zomba um varejista de peles. “Isso significa 650 milhões de frangos mortos para um dia de entretenimento.” Quem se importa?

É fato. No Brasil e em outros países emergentes, comer carne tornou-se sinal de desenvolvimento econômico. E, quase sempre, preferimos não saber a história dos zilhões de frangos, porcos e bois que sequer tiveram a chance de viver – o confinamento e os horrendos regimes de engorda são tudo o que essas criaturas conhecem antes de morrer para o nosso deleite.

Por outro lado, existem os cães, companheiros que tanto amamos. Os gatos. E, hors-concours na categoria “fofura”, os pandas, verdadeiros bichos de pelúcia de dimensão real. Na China, programas bem-sucedidos começam a reintroduzir na natureza esses simpáticos ursos de população minúscula. Segundo relata a jornalista Jennifer S. Holland, autora da reportagem de capa da edição de setembro de 2016, quando nós, seres humanos, vemos um panda, somos inconscientemente afetados pelo que os biólogos especializados em desenvolvimento chamam de “neotenia”, a preservação de características infantis em um organismo adulto. “A cara fofa de bebê e o comportamento de criança estimulam em nosso corpo a produção da oxitocina, um hormônio que nos torna mais amorosos e protetores”, diz ela.

Há esperança para salvar os pandas – e até uma explicação científica para o afeto que não compartilhamos com a maioria dos outros bichos.

FONTE: viajeaqui

2 comentários:

  1. Não acho que seja essa a resposta, pois as focas bebês, leitões e bezerros são crianças, se comportam como crianças e tem cara de criança e ainda assim, são massacrados para arrancarem a pele e comer sua carne. Se fosse só pela cara fofa de bebê os pandas não teriam chegado à beira da extinção.
    Como explicar o mesmo amor e proteção que sentimos pelos velhinhos?

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