A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promove audiência pública, na quinta-feira (9), a partir das 10 horas, para discutir medidas para a redução de atropelamentos de animais silvestres.O evento foi solicitado pelo deputado Ricardo Izar (PSD-SP). Segundo ele, as estimativas mostram que mais de 450 milhões de animais selvagens podem estar sendo mortos anualmente em 1,7 milhões de quilômetros de estradas existentes em todo o Brasil.
Deste número, 390 milhões são de pequenos animais como sapos, cobras, aves e mamíferos de pequeno porte, 55 milhões são animais como
lebres, gambás, macacos, jiboias, tartarugas, entre outros, e 5 milhões são de grandes animais, tais como onças, onças-pardas, lobo-guará, tamanduá-bandeira, lontras, canídeos e outros felinos de várias espécies.
“As taxas apuradas no Brasil variam enormemente, tanto em função da região, quanto do grupo considerado. Qualquer empreendimento nas estradas gera impactos negativos. Durante a construção destas há a perda de habitats, o aumento da compactação e redução da filtração do solo, podendo alterar a biota. Já o crescimento da vegetação no entorno é impedida pelo seu corte e uso de herbicidas que mantém a vegetação no estágio inicial de sucessão”, afirma.
Comportamento
O parlamentar observa ainda que algumas pesquisas têm relatado que a presença da rodovia afeta o comportamento de animais, sendo que alguns evitam a rodovia devido às perturbações do tráfego (ruído, produtos químicos, luminosidade); outros permanecem na borda da rodovia, sem levar em conta o tráfego; e por fim, os animais que somente evitam a rodovia quando há algum carro trafegando.
“De todos os impactos, o atropelamento é o mais evidente. E este pode afetar a demografia das populações e a estrutura de comunidades. As características das estradas, do tráfego e outros fatores, como o padrão da paisagem espacial, o clima da região e a sazonalidade podem influenciar na determinação dos locais e taxas de atropelamento”, afirma Ricardo Izar.
Unidades de conservação
Na avaliação do deputado, se os impactos negativos de empreendimentos viários determinam a redução da biodiversidade em áreas ocupadas por atividades antrópicas, seus efeitos são potencializados quando se considera unidades de conservação.
“Rodovias devem ser evitadas próximas a áreas reservadas para a conservação, pois podem levar ao empobrecimento de espécies sensíveis a estradas e suas perturbações”, argumenta. “Tendo em vista a interação entre as estradas e áreas preservadas, as unidades de conservação – que são voltadas para a preservação de espécies, comunidades e/ou ecossistemas – são as mais afetadas, especialmente com a questão de atropelamentos.”
Convidados
Foram convidados para discutir o tema com os integrantes do colegiado:
– a coordenadora do Núcleo Técnico de Gestão da Secretaria Municipal de Segurança Urbana da Prefeitura da cidade de São Paulo, Angela Maria Branco;
– a gerente do Núcleo de Meio Ambiente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Janice Cabus;
– o presidente do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi;
– o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Marcelino;
– um representante do Ministério Público Federal na cidade de Coxim (MS); e
– o professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e coordenador do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE), Alex Bager.
A audiência ocorrerá no plenário 08, a partir das 10 horas.
FONTE: MeioAmbienteRio
Só se acabarem com as estradas e rodovias, ou melhor, quando houver a extinção de gente insensível e que não presta.
ResponderExcluirAqui neste país existem rodovias que cruzam reservas. É um absurdo!
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