26/08/2014

'Rugido do leão é melhor que Beethoven', diz ex-caçador - SP

Galera de Sampa conheçe esta fazenda?

G1 - 23/08/14


Animais ficam na fazenda em Álvaro de Carvalho, no interior paulista (Foto: Reprodução/TV TEM)
Idoso de 88 anos cuida de animais selvagens em Álvaro de Carvalho (SP).
Nas paredes da casa há recordações, como marfins e até tigre empalhado.

Uma fazenda em Álvaro de Carvalho (SP) conta com tigres e leões adultos que pesam mais de 100 kg e são tratados como animais de
estimação. A propriedade se transformou em um "pedaço da África e da Ásia", em pleno interior de São Paulo.

Ao todo, são cinco tigres e de três leões. O criador Jorge Alves de Lima sempre foi um admirador da vida selvagem e afirma que o rugido do leão é melhor que as músicas de Beethoven e Roberto Carlos.

"Já tive tigres e leões dentro de casa, bem criados, já com 100 kg passeando aqui. Não tinha problema nenhum, mas claro que os animais, assim como os seres humanos, são imprevisíveis. Qualquer hora você pode ter uma surpresa”, conta o criador, que já viveu no habitat natural dessas feras.

Jorge morou muitos anos na África (Foto: Reprodução/TV TEM)O dono da fazenda chegou a África em 1948, quando tinha 22 anos. Por dez anos caçou por conta própria e, principalmente, elefantes. Na década de 1950, quando foram impostas novas regras e mudanças políticas sobre a caça por causa do marfim, Jorge começou a mudar de ramo. Durante 20 anos, Jorge morou no continente africano e comandava uma empresa responsável por realizar safaris.

Nas paredes da fazenda do interior paulista estão recordações da época, como os marfins de elefantes e um tigre empalhado, além de várias fotografias em caçadas pela África e Índia. Quem já foi caçador, de um tempo para cá, luta para preservar as espécies.

“Esses animais que tenho me fazem recordar as reminiscências antigas da África. Meu pai vendo aquelas revistas, que vinham dos Estados Unidos por navio naquela época, sobre aventuras, explorações e caçadas na África e na Índia. Me fascinaram essas aventuras. Comecei minha vida caçando elefantes e vendendo o marfim”, afirmou Jorge.

Mas, essa época de matança ficou no passado. Atualmente, Jorge divide seu tempo entre a casa em São Paulo e a fazenda em Álvaro de Carvalho. Na propriedade do criador dos animais selvagens existe uma cabana feita de concreto e réplica das que são usadas na África. Até o veículo usado por Jorge durante os safaris foi trazido para o Brasil e está preservado. Para abrigar todos os animais foram construídos sete recintos na propriedade. Dois deles ao lado da sede da fazenda e do quarto de Jorge. E a escolha não foi por acaso.

"É embaixo da janela do meu quarto e à noite os leões urram. Até estremece um pouco as janelas porque o volume é uma coisa. Eu tenho um vizinho e a sede dele é 5 km daqui. E quando não venta ou sopra daqui para a fazenda dele, ele ouve perfeitamente os rugidos. É a melhor música do mundo. Nem Beethoven, nem Roberto Carlos e nem Frank Sinatra”, disse o criador.

Cada felino come de 3 a 5 quilos de carne por dia. Alguns ganham comida na boca. E quem os alimenta é Fernando Dias, que jamais pensou em ter uma profissão “arriscada”.  "Entro lá e faço carinho. O tigre é mais carinhoso, mais tranquilo. Já o leão, às vezes, se ele chega na grade fica mais agressivo, mais chato mesmo. Já trabalhei com tudo: café, cerca, trator, cobrador de ônibus em Marília, fábrica de doce, mas cuidar desses animais nunca passou pela cabeça. Hoje não largaria por nada”, contou.

Outro funcionário da fazenda é Reginaldo Sossolote, que ainda esta se familiarizando com os animais. Funcionário da fazenda há menos de um ano, ele trocou o cultivo do café pela companhia dos felinos. "Não chego lá dentro. Meu contato com eles é do lado de fora, só olhando, converso com eles, chamo pelos nomes para serem tratados como animais de estimação. Mas temos que respeitar o limite”, contou.

A fazenda tem autorização do Ibama para manter os animais e segue todas as exigências de segurança. O local não é aberto para visitação do público.

FONTE: G1

4 comentários:

  1. Acho triste animais selvagens serem criados como animais de estimação. Fora que é muito óbvio que ele não se arrepende do passado, ou não exporia com orgulho seus "troféus" de animais assassinados por ele. Ele só parou de caçar, como ele mesmo disse, por causa das limitações que foram impostas pela lei daquele lugar. Achei ele um velho nojento que gasta o dinheiro domesticando animais selvagens. Se ele gostasse mesmo deles, ajudaria com os parques que verdadeiramente existem na Africa, de proteção animal.
    Thassia Reis

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  2. Concordo com a Thassia. O rugido dos leões o faz lembrar-se de seus dias de caçador na África distante. Triste!

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  3. Admirador da vida selvagem, sério? Incrível, como em qualquer lugar do mundo, rico pode fazer o que quiser, mesmo que ele seja desprovido de inteligência. Ainda há tempo para que este homem se arrependa e se desculpe por seu passado cruel, pois se houver um outro lado após a morte, eu não iria querer estar na pele dele, não!

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  4. Fica difícil crer que o prolongado tempo de vida tenha lhe ensinado verdadeiro amor e compaixão aos animais ou não conviveria com animais vivos que prefeririam seu habitat e com animais mortos que um dia foram felizes na selva mas ele não deixou. Esse cidadão poderia ter aproveitado melhor seu tempo e dinheiro além de consumí-los com vaidade e orgulho que em nada beneficiaram os animais. Pena, agora é tarde.

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