18/07/2013

Nuno Franco: Com os animais em laboratório, há que "saber dizer chega"

Estou publicando para que pensem na linha que devemos seguir sempre: a retirada dos animais de laboratórios porque, além de cruel é desnecessário e nada confiável.... Temos que ficar alertas sempre sobre isto.... sempre.... O resto não quer dizer nada, se é que me entendem.... é, apenas, linha racional que devemos sempre usar... Este moço é de Portugal, não deixem de considerar isto, claro!
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Nuno Franco tem 32 anos, duas licenciaturas e um doutoramento. Atualmente, o investigador do IBMC trabalha na sua área favorita - o bem estar animal nos laboratórios - e o projeto até já lhe valeu um prémio.

"Tem havido algum progresso, mas estamos ainda um bocado longe de poder afirmar categoricamente de que fazemos tudo ao nosso alcance - que é uma coisa repetida constantemente - para minimizar o mal-estar dos animais", afirma Nuno Henrique Franco, investigador no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto, que desde 2008 se dedica à investigação na área do bem estar dos animais de laboratório.

"O panorama em Portugal nem está bom nem está mau. Há muita margem para
refinar, mas há um progresso e há que ter isso em conta". E não é por falta de vontade: "Há uma perceção errada do que é o cientista, o investigador", acredita. Neste momento, simplesmente "não há cultura e meios para fazer melhor, mas esta ideia está a mudar e esta questão tem merecido, dentro da comunidade científica, muito maior atenção", afirma.

Licenciado em Ensino de Biologia e Geologia, Nuno enveredou por uma segunda licenciatura em Biologia Animal, que o levou ao IBMC, ao doutoramento em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e a este projeto - "O Bem-estar e a implementação de Refinamento em Investigação Biomédica" - , que já lhe valeu uma distinção. Recentemente, foi o vencedor da edição 2013 do prémio "Jovem Investigador da Universities Federation for Animal Welfare (UFAW), um galardão internacional no valor de mil libras.

Diz que "os animais são como a música": "Não há ninguém que não goste de ouvir música e quase ninguém que não goste de animais" - é o caso. Apesar do amor que lhes tem, admite que são indispensáveis na experimentação: "Neste momento a única alternativa é parar o desenvolvimento científico e médico. Para muitos isto é, de facto, uma alternativa". Para Nuno Franco não: "Eu ouço argumentos como: 'Se nos alimentarmos bem e fizermos exercício, não precisamos de medicamentos'; há pessoas que não dão vacinas aos filhos porque foram testadas em animais - isto é grotesco", esclarece.

"Os animais em ciência têm de ser eutanasiados. Se assim é, mais vale serem logo"
Assim, dedica-se a ajudar os animais como pode: identificando "o nível de bem estar dos animais usados na investigação biomédica" e contribuindo para o melhorar. Para isso, o investigador de 32 anos escolheu duas áreas de investigação "que usam animais, com modelos completamente diferentes": a das doenças infeciosas, nomeadamente da Tuberculose; e a das doenças neurodegenerativas, com a Doença de Huntington. Em comum, "o facto de serem doenças progressivas e lentas; do início dos sintomas ao final da vida dos animais podem demorar de semanas a meses". Isto, garante, "deixa uma margem grande para que se apliquem medidas para melhorar o bem estar dos animais".

Uma das mais importantes, explica, é saber "quando dizer chega", os chamados "humane endpoints": "Há que identificar sinais clínicos que sejam preditores indicativos de estados mais avançados e que permitam terminar a experiência logo ali", ou seja, "os animais em ciência têm de ser eutanasiados [fora exceções, como os animais de companhia]. Se assim é, mais vale serem logo, depois de atingidos os objetivos inicialmente propostos". E esta, clarifica Nuno, é uma convicção "com base na evidência científica e não ideológica".

O único feedback de Nuno tem sido o "encorajamento" e as "palavras positivas" e, quem sabe, esta recente distinção pela UFAW possa "abrir novas portas a nível profissional". "Prognósticos só no fim do jogo", mas, "independentemente do resultado profissional, foi muito positivo". "Alguém olhou para isto e percebeu que tinha relevância", diz.

Agora, é aplicar o que desenvolveu em teoria e tentar perceber quais as "medidas de refinamento que têm ou não um impacto positivo no bem estar dos animais, sem prejuízo da qualidade científica". Confiante, não teme: acredita que servirão, inclusive, para melhorar "a qualidade dos resultados".

Fonte: http://jpn.c2com.up.pt/2013/07/12/nuno_franco_com_os_animais_em_laboratorio_ha_que_saber_dizer_chega.html

9 comentários:

  1. Isso me dá uma aflição, já passou da hora de se terminar com a fraude científica mesmo!
    Claudete

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  2. Por que ao invés dos animais, não usam os presidiários? Para cada dia de teste, um dia a menos na cadeia. Não tem recuperação e nem servem para nada mesmo!

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    Respostas
    1. concordo plenamente com voce.

      Leoní

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    2. Mais um voto para esta sugestão :-)

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  3. Isso tem que acabar! Nada justifica expor animais a sofrimento! O "serumano" nesses casos é o maior meio pelo qual o mal se manifesta!
    Silvan

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  4. Será que verei o fim dessa merda de experimentação animal?
    Coisa mais cruel, estupida e burra, cientistas ignorantes e preguiçosos

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  5. Victória, você teve uma idéia genial, parabéns!
    Sem falar que ainda farão um bem enorme para a humanidade rsrsrs
    Geisa

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  6. Rosana guerra19/07/2013, 08:15

    Isso é um absurdo,como ainda existe,ainda tem profissionais que aprovam isso.

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  7. Ana Lucia Nunes19/07/2013, 20:10

    Espero ardentemente que todos nós vejamos a extinção dessa prática hedionda no mundo !!!
    Já passou da hora dessa atrocidade acabar.

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