18/10/2016

Humanos evoluíram com propensão seis vezes maior para matar, diz estudo

Eu gosto destas matérias porque fazem a gente entender um pouco mais questões que ficamos sem entender nossa espécie como se apresenta em ocasiões..... Mas, não concordo, viu?
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Raízes biológicas da violência revelam herança de antepassados primatas

RIO – Os humanos modernos (Homo sapiens) evoluíram com uma propensão para matar uns aos outros seis vezes maior do que a média dos mamíferos, herança de nossos antepassados primatas que eram tão violentos quanto nós. A conclusão é de estudo de biologia evolucionária
que procurou desvendar as raízes da violência interpessoal na nossa espécie, numa tentativa de responder à antiga questão se ela é fruto de nossa natureza, conforme proposto pelo filósofo britânico Thomas Hobbes em meados do século XVII, ou do ambiente em que fomos criados, como sugeriu o também filósofo franco-genovês Jean-Jacques Rousseau aproximadamente cem anos depois.

No estudo liderado por José María Gómez, da Estação Experimental de Zonas Áridas em Almería, Espanha, e publicado na edição desta quarta-feira da prestigiada revista científica “Nature”, os pesquisadores coletaram dados de mais de 4 milhões de mortes entre 1.024 espécies de mamíferos atuais, representando cerca de 80% das famílias dentro desta classe de animais, assim como em mais de 600 populações humanas espalhadas pela Terra entre 50 mil anos atrás até hoje. Eles então analisaram estas informações em busca da proporção das mortes provocadas por integrantes da mesma espécie – o que entre os humanos incluiu episódios de guerra, homicídios, infanticídios, execuções e outros tipos de violência intencional.

Além disso, os cientistas também procuraram por similaridades no comportamento agressivo entre espécies com ancestrais comuns, tirando daí estimativas do quão violentos eram estes animais predecessores delas. Com isso, eles puderam então montar o que é conhecido como uma árvore filogenética da violência intraespécie entre os mamíferos, isto é, como este comportamento evoluiu à medida que foram surgindo os vários ramos de nossa classe de animais.

Segundo os pesquisadores, enquanto de modo geral a violência contra membros da mesma espécie responde por cerca de 0,3% das mortes de mamíferos, no último ancestral comum de todos primatas, roedores e lebres ela já era responsável por matar 1,1% de seus “irmãos”. E daí para frente a situação praticamente só fez piorar. Ainda de acordo com as análises, quando se chega ao último ancestral comum de primatas e escadentes, ordem de animais carnívoros parecidos com esquilos, esta taxa já era de 2,3%.

Já quando da divisão da ordem dos primatas entre inferiores (macacos, micos e saguis) e superiores (gorilas, chimpanzés e humanos), a taxa de mortes provocadas pro integrantes da mesma espécie caiu para 1,8%, de forma que quando o último ancestral comum dos humanos modernos com os demais hominídeos apareceu, entre 200 mil e 160 mil anos atrás, ela estava em aproximadamente 2%, em linha com a que vemos nos outros primatas atuais. Isso não quer dizer, no entanto, que a esperança e a fé no lado bom da natureza humana estão perdidas, garante Gómez.

- A violência é parte de nossa história evolutiva, mas não está escrita em pedra nos nossos genes – comentou. - Pelo menos em algum nível, a forma como os humanos se organizam em sociedades influencia nos nossos níveis de violência.

De fato, as análises populacionais do histórico de violência de nossa espécie mostram uma grande variação na taxa de mortes provocadas por outras pessoas. Dos 2% que partiram nossos ancestrais caçadores-coletores da Idade da Pedra, ela chegou a 10% a 20% entre o início da revolução agrícola do mesolítico, há 10 mil anos, até a Idade Média no chamado “Velho Mundo” (Europa, Ásia e África). Já nas Américas, a taxa de mortes violentas variou de pouco mais de 15% no chamado período formativo, de 4 mil a 1,8 mil anos atrás, até assustadores de 30% a mais de 60% após a descoberta do “Novo Mundo” pelos europeus.

Entrando na era moderna, porém, esta taxa recuou para menos de 5%, mesmo com as duas grandes guerras mundiais e as bombas atômicas. Já hoje, nas sociedades contemporâneas mais desenvolvidas, com seus sistemas policiais e judiciais, prisões e rejeição cultural da violência, a taxa de homicídios não passa de 1 a cada 10 mil mortes, ou 0,01%, 200 vezes menos o que seria de nossa “natureza”. Com isso, “Hobbes deu uma pancada forte em Rousseau, mas não bem o nocauteou”, avalia Mark Pagel, pesquisador da Universidade de Reading, no Reino Unido, em comentário que acompanha o estudo na “Nature”.

FONTE: oglobo

2 comentários:

  1. não concordo muito c esta matéria.

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  2. É possível que o homo sapiens tenha se sobressaído a outras espécies humanoides por ser uma raça mais violenta, afinal era a sobrevivência do mais forte, do mais apto como disse Charles Darwin. Tanto Thomas Hobbes como Jean-Jacques Rousseau estavam certos em suas conclusões: “as raízes da violência é fruto de nossa natureza” e também “do ambiente em que fomos criados”, mas só até certo ponto. Há pessoas que respondem a tudo com violência, outras só usam a violência por defesa e existem aqueles que não são capazes sequer de fazer uma ameaça. A violência é parte de nossa história evolutiva e pelo jeito está marcada a ferro e fogo nos genes de certas pessoas, mas não de todas.
    Infelizmente, apesar de nos encontrarmos numa grande distância do homo sapiens, o ser humano ainda não conseguiu suprimir a violência devido a sua ignorância, mas pode ser que um dia a humanidade chegue lá. Tudo depende da evolução e da vontade de querer evoluir.

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