Quando li esta matéria fiquei impressionada com a capacidade de pedração humana. Para os estudiosos, a informação é excelente.
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Eram gigantes, mas esse fator não foi o suficiente para sobreviverem à entrada predadora do homem moderno no continente australiano. Hoje, vários investigadores paleontologistas explicam o como e o porquê da extinção dos animais gigantes que só existiam na Austrália.
Um dos últimos continentes a ser conhecido e explorado pelo homem foi o continente australiano e,
quando os primeiros humanos ditos “modernos” atingiram as suas áreas costeiras, nunca imaginavam encontrar uma flora e fauna completamente diferentes dos lugares de onde tinham vindo.
Austrália: o continente “diferente ” dentro do planeta Terra
A origem da grande massa continental australiana começou a ganhar forma há cerca de 98 milhões anos. De acordo com a teoria da deriva dos continentes, esta resultou de um grande bloco que se separou do supercontinente Gondwana, formando o que é hoje em dia a Antártica.
A massa que deu depois origem à Austrália acabou por se separar da Antártica.
Parcialmente submerso pelas águas oceânicas, este grande pedaço de terra, localizado no hemisfério sul da Terra, esteve, até à chegada dos primeiros hominídeos, isolado das restantes massas continentais.
Desenvolvendo uma flora e fauna isoladamente e exclusiva, o continente australiano é um laboratório vivo e um excelente local de estudo para paleontólogos e estudiosos nas matérias da evolução animal na Terra.
Fruto desse isolamento desenvolveram-se muitos grupos de animais e plantas exclusivas do continente australiano.
Espécies únicas extintas pelo homem
No momento da chegada dos primeiros humanos, há cerca de 55.600 anos, a Austrália era o lar de uma vasta fauna dominada pelos grandes animais, com estruturas todas elas idênticas aos grandes elefantes ou rinocerontes.
De acordo com estudos e registos fósseis, havia mamíferos marsupiais gigantes (mamíferos que carregam seus filhotes numa bolsa externa, como os cangurus) como o Diprotodon do tamanho de um hipopótamo e o canguru gigante-de-cara-curta, Procoptodon, além de várias espécies de mamíferos (dos quais apenas dois, o ornitorrinco e équidna-de-cara-curta, persistem até aos dias de hoje).
Para além destes mamíferos havia ainda, dentro da classe reptiliana, um dos maiores lagartos do planeta a pisar terra, designado por Varanus priscus, para além de um grupo de aves gigantes, os Dromornithidae, que não voavam devido às suas dimensões.
Todas estas magníficas espécies, entre muitas outras, desapareceram desde então.
Seremos então nós, os homens modernos, os culpados para tal cataclismo e extinção em massa? Dois novos estudos sugerem que, na verdade, somos.
Parece ser um caso de entendimento bastante simples.
Humanos modernos aparecem, os animais desaparecem, logo, os seres humanos são os culpados.
Mas será que os primeiros homens modernos, há quase 56 mil anos, com técnicas rudimentares e arcaicas conseguiam destruir toda uma fauna milenar e gigante?
Os cientistas ainda hoje se debatem sobre as causas da extinção da megafauna australiana.
A Europa tinha sido povoada por várias espécies de hominídeos ainda antes da chegada dos primeiros humanos modernos mas, no caso da Austrália, o registo fóssil mostra que neste continente os seres humanos modernos foram mesmo os primeiros a lá colocarem os pés.
E, consequentemente, a Austrália é um caso único para entender o impacto dos seres humanos nos ecossistemas isolados. Catástrofe natural versus invasão humana, ou as duas?
Existem outras teorias para a extinção e desaparecimento da megafauna na Austrália. Por um lado coincidiu com um período climático bastante severo e com largos períodos de seca extrema, que levou a uma mudança na vegetação, resultando na extinção de muitas espécies da megafauna.
Segundo alguns investigadores, este fator climático foi o mau da fita em contraste com o argumento humano. De acordo com esta teoria, uma forte pressão demográfica terá provocado uma caça maciça e com elevadas taxas de mortalidade versus reprodução animal.
Existe ainda um terceiro cenário, que envolve a combinação destas duas teorias: megafauna sob stress, por causa da mudança climática e sucessiva perda de vegetação, que poderia ter dado origem a uma migração animal em busca de alimento, indo ao encontro do Homem acabando desta forma por ser caçados pelos seres humanos.
Mas há um caso que determina quem realmente foi o executor desta extinção.
Fósseis e evidências arqueológicas apontam para a chegada dos primeiros seres humanos à Austrália há cerca de 55.600 anos, de acordo com um novo estudo efetuado por Frédérik Saltré, que trabalha no Environment Institute and School of Biological Sciences, na Universidade de Adelaide, na Australia.
Saltré e os seus colegas mostram que a forma como abordaram esta questão, através de análise de metadados, não deixa margem para dúvidas para a solução neste debate.
A galinha ou o ovo? Neste caso australiano a solução é bem mais pacifica.
A equipa de Saltré avaliou a confiabilidade da idade fóssil relatada por um grande número de fósseis provenientes da megafauna e de restos humanos modernos, e sempre de acordo com uma lista de critérios.
Essas análises, baseadas nas idades fósseis e consideradas fiáveis, foram incorporadas num modelo estatístico que estima a janela de tempo mais provável para a primeira chegada de humanos modernos e as janelas de extinção para 16 géneros da megafauna.
De acordo com o modelo, os humanos modernos chegaram à Austrália há cerca de 55.600 anos.
A extinção dos 16 géneros de mamíferos aconteceu num pico situado há 42 mil e 100 anos.
Ora isto coloca a presença de humanos modernos na Austrália bem antes da extinção da megafauna.
Com aproximadamente 13.500 anos de sobreposição entre os dois períodos, esta margem temporal deixou tempo suficiente para que pequenos grupos de humanos se dispersassem um pouco por toda a Austrália, caçando indiscriminadamente a megafauna existente neste continente.
Mas, e o clima, pergunta o leitor? Calculadas as janelas de extinção da megafauna com uma série de variáveis, tais como temperatura e precipitação registadas nesses períodos geológicos, não foram encontradas provas plausíveis para a existência de uma correlação entre o momento da extinção e variação climática.
Na verdade, as variações climáticas durante o evento de extinção foram menos extremas do que no período antes da extinção, indicando que esta não se correlacionou com as alterações climáticas.
Terão as gigantes aves Genyornis, aqui representadas a serem caçadas por lagartos gigantes, sido extintas pela normal caça animal ou foram os humanos a verdadeira causa da sua extinção, há 50 mil anos? - Ilustração: Peter Trusler/Reuters
Apesar de seres humanos e megafauna terem coexistindo durante pelo menos 13.500 anos, existem apenas vestígios de uma evidência direta e sobre a forma predadora feita pelos seres humanos sobre a megafauna.
Um documento recente, publicado na publicação online Nature Communications, o investigador Gifford Miller e colegas, do Departmento de Geologia e Ciencias, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, leva-nos a ter um olhar mais atento sobre a extinção de Genyornis, um exemplar de dois metros de altura do Dromornithidae, aqueles velhos parentes gigantes dos patos e gansos que não voavam.
Fragmentos da casca de ovos desta espécie estão presentes em vários locais, um pouco por toda a Austrália e datam entre os 100 mil anos até à data que se pensa terem sido extintos, há cerca de 50 mil anos.
São precisamente esses fragmentos de casca de ovo que, quando comparados uns com os outros, mostram que apenas entre a janela de temporal, estreita, compreendida entre os 54 e os 43 mil anos, é que surgem cascas com marcas de terem sido cozinhadas através do uso do fogo.,
Fragmentos de cascas de ovo das aves Genyornis, com e sem vestigios de terem sido sujeitas à ação do fogo. Direitos fotográficos: Gifford Miller 2016
Isto sugere que os ovos foram expostos a uma fonte de calor localizado, como um fogo de culinária humano, ao invés de um fogo natural, levando a acreditar que os humanos estavam mesmo a caçar os indivíduos da espécie Genyornis, bem como os seus ovos.
Este registo fóssil sobre os ovos dos Genyornis, sobrepõe-se exatamente dentro da janela de tempo estimado da extinção da ave, bem como também na presença de humanos modernos em toda a Austrália, apontando desta forma no sentido de predação humana como das principais causas na extinção do Genyornis.
Apesar do registo fóssil ser bastante incompleto e tendencioso, os indícios disponíveis indicam que a predação humana, ao invés de mudança climática, foi o principal motor do desaparecimento da megafauna australiana.
Apesar das provas existentes são necessários mais estudos para acabar com as incertezas.
Uma história dentro da história da evolução humana no nosso planeta documentado num video sob a chancela da Thirteen Channel - Australia the First four Billion years - Strange creatures.
Um dos últimos continentes a ser conhecido e explorado pelo homem foi o continente australiano e,
quando os primeiros humanos ditos “modernos” atingiram as suas áreas costeiras, nunca imaginavam encontrar uma flora e fauna completamente diferentes dos lugares de onde tinham vindo.
Austrália: o continente “diferente ” dentro do planeta Terra
A origem da grande massa continental australiana começou a ganhar forma há cerca de 98 milhões anos. De acordo com a teoria da deriva dos continentes, esta resultou de um grande bloco que se separou do supercontinente Gondwana, formando o que é hoje em dia a Antártica.
A massa que deu depois origem à Austrália acabou por se separar da Antártica.
Parcialmente submerso pelas águas oceânicas, este grande pedaço de terra, localizado no hemisfério sul da Terra, esteve, até à chegada dos primeiros hominídeos, isolado das restantes massas continentais.
Desenvolvendo uma flora e fauna isoladamente e exclusiva, o continente australiano é um laboratório vivo e um excelente local de estudo para paleontólogos e estudiosos nas matérias da evolução animal na Terra.
Fruto desse isolamento desenvolveram-se muitos grupos de animais e plantas exclusivas do continente australiano.
Espécies únicas extintas pelo homem
No momento da chegada dos primeiros humanos, há cerca de 55.600 anos, a Austrália era o lar de uma vasta fauna dominada pelos grandes animais, com estruturas todas elas idênticas aos grandes elefantes ou rinocerontes.
De acordo com estudos e registos fósseis, havia mamíferos marsupiais gigantes (mamíferos que carregam seus filhotes numa bolsa externa, como os cangurus) como o Diprotodon do tamanho de um hipopótamo e o canguru gigante-de-cara-curta, Procoptodon, além de várias espécies de mamíferos (dos quais apenas dois, o ornitorrinco e équidna-de-cara-curta, persistem até aos dias de hoje).
Para além destes mamíferos havia ainda, dentro da classe reptiliana, um dos maiores lagartos do planeta a pisar terra, designado por Varanus priscus, para além de um grupo de aves gigantes, os Dromornithidae, que não voavam devido às suas dimensões.
Todas estas magníficas espécies, entre muitas outras, desapareceram desde então.
Seremos então nós, os homens modernos, os culpados para tal cataclismo e extinção em massa? Dois novos estudos sugerem que, na verdade, somos.
Parece ser um caso de entendimento bastante simples.
Humanos modernos aparecem, os animais desaparecem, logo, os seres humanos são os culpados.
Mas será que os primeiros homens modernos, há quase 56 mil anos, com técnicas rudimentares e arcaicas conseguiam destruir toda uma fauna milenar e gigante?
Os cientistas ainda hoje se debatem sobre as causas da extinção da megafauna australiana.
A Europa tinha sido povoada por várias espécies de hominídeos ainda antes da chegada dos primeiros humanos modernos mas, no caso da Austrália, o registo fóssil mostra que neste continente os seres humanos modernos foram mesmo os primeiros a lá colocarem os pés.
E, consequentemente, a Austrália é um caso único para entender o impacto dos seres humanos nos ecossistemas isolados. Catástrofe natural versus invasão humana, ou as duas?
Existem outras teorias para a extinção e desaparecimento da megafauna na Austrália. Por um lado coincidiu com um período climático bastante severo e com largos períodos de seca extrema, que levou a uma mudança na vegetação, resultando na extinção de muitas espécies da megafauna.
Segundo alguns investigadores, este fator climático foi o mau da fita em contraste com o argumento humano. De acordo com esta teoria, uma forte pressão demográfica terá provocado uma caça maciça e com elevadas taxas de mortalidade versus reprodução animal.
Existe ainda um terceiro cenário, que envolve a combinação destas duas teorias: megafauna sob stress, por causa da mudança climática e sucessiva perda de vegetação, que poderia ter dado origem a uma migração animal em busca de alimento, indo ao encontro do Homem acabando desta forma por ser caçados pelos seres humanos.
Mas há um caso que determina quem realmente foi o executor desta extinção.
Fósseis e evidências arqueológicas apontam para a chegada dos primeiros seres humanos à Austrália há cerca de 55.600 anos, de acordo com um novo estudo efetuado por Frédérik Saltré, que trabalha no Environment Institute and School of Biological Sciences, na Universidade de Adelaide, na Australia.
Saltré e os seus colegas mostram que a forma como abordaram esta questão, através de análise de metadados, não deixa margem para dúvidas para a solução neste debate.
A galinha ou o ovo? Neste caso australiano a solução é bem mais pacifica.
A equipa de Saltré avaliou a confiabilidade da idade fóssil relatada por um grande número de fósseis provenientes da megafauna e de restos humanos modernos, e sempre de acordo com uma lista de critérios.
Essas análises, baseadas nas idades fósseis e consideradas fiáveis, foram incorporadas num modelo estatístico que estima a janela de tempo mais provável para a primeira chegada de humanos modernos e as janelas de extinção para 16 géneros da megafauna.
De acordo com o modelo, os humanos modernos chegaram à Austrália há cerca de 55.600 anos.
A extinção dos 16 géneros de mamíferos aconteceu num pico situado há 42 mil e 100 anos.
Ora isto coloca a presença de humanos modernos na Austrália bem antes da extinção da megafauna.
Com aproximadamente 13.500 anos de sobreposição entre os dois períodos, esta margem temporal deixou tempo suficiente para que pequenos grupos de humanos se dispersassem um pouco por toda a Austrália, caçando indiscriminadamente a megafauna existente neste continente.
Mas, e o clima, pergunta o leitor? Calculadas as janelas de extinção da megafauna com uma série de variáveis, tais como temperatura e precipitação registadas nesses períodos geológicos, não foram encontradas provas plausíveis para a existência de uma correlação entre o momento da extinção e variação climática.
Na verdade, as variações climáticas durante o evento de extinção foram menos extremas do que no período antes da extinção, indicando que esta não se correlacionou com as alterações climáticas.
Terão as gigantes aves Genyornis, aqui representadas a serem caçadas por lagartos gigantes, sido extintas pela normal caça animal ou foram os humanos a verdadeira causa da sua extinção, há 50 mil anos? - Ilustração: Peter Trusler/Reuters
Apesar de seres humanos e megafauna terem coexistindo durante pelo menos 13.500 anos, existem apenas vestígios de uma evidência direta e sobre a forma predadora feita pelos seres humanos sobre a megafauna.
Um documento recente, publicado na publicação online Nature Communications, o investigador Gifford Miller e colegas, do Departmento de Geologia e Ciencias, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, leva-nos a ter um olhar mais atento sobre a extinção de Genyornis, um exemplar de dois metros de altura do Dromornithidae, aqueles velhos parentes gigantes dos patos e gansos que não voavam.
Fragmentos da casca de ovos desta espécie estão presentes em vários locais, um pouco por toda a Austrália e datam entre os 100 mil anos até à data que se pensa terem sido extintos, há cerca de 50 mil anos.
São precisamente esses fragmentos de casca de ovo que, quando comparados uns com os outros, mostram que apenas entre a janela de temporal, estreita, compreendida entre os 54 e os 43 mil anos, é que surgem cascas com marcas de terem sido cozinhadas através do uso do fogo.,
Fragmentos de cascas de ovo das aves Genyornis, com e sem vestigios de terem sido sujeitas à ação do fogo. Direitos fotográficos: Gifford Miller 2016
Isto sugere que os ovos foram expostos a uma fonte de calor localizado, como um fogo de culinária humano, ao invés de um fogo natural, levando a acreditar que os humanos estavam mesmo a caçar os indivíduos da espécie Genyornis, bem como os seus ovos.
Este registo fóssil sobre os ovos dos Genyornis, sobrepõe-se exatamente dentro da janela de tempo estimado da extinção da ave, bem como também na presença de humanos modernos em toda a Austrália, apontando desta forma no sentido de predação humana como das principais causas na extinção do Genyornis.
Apesar do registo fóssil ser bastante incompleto e tendencioso, os indícios disponíveis indicam que a predação humana, ao invés de mudança climática, foi o principal motor do desaparecimento da megafauna australiana.
Apesar das provas existentes são necessários mais estudos para acabar com as incertezas.
Uma história dentro da história da evolução humana no nosso planeta documentado num video sob a chancela da Thirteen Channel - Australia the First four Billion years - Strange creatures.
O ser humano só se satisfaz matando, destruindo não só os animais e as matas, fizeram isso e ainda fazem com outros povos, tribos... O ser humano é um desastre do planeta.
ResponderExcluirAlguém ainda fica com "peninha" dos humanos caçados no filme O Predador?
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