Olha, o título é de um site que está debatendo a proibição dos sacrifícios de animais em rituais em Porto Alegre. Tem muita gente escrevendo p´ra lá e metendo bronca. Vamos nos manifestar, também? Veja o link ao final da matéria....
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Não me causa espanto um projeto de lei que proponha proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos. É um desdobramento previsível em um cenário político dominado pelo conservadorismo, racismo e por tentativas de imposição religiosa.
A suposta idéia de proibir o sacrifício supondo alguma política de proteção aos animais demonstra claramente como em uma sociedade desigual, preconceituosa e punitiva o uso das leis é predominantemente feito com o intuito de reforçar essas desigualdades.
A primeira coisa que precisamos entender é a seguinte: em uma sociedade laica ninguém é obrigado a ter a
mesma visão espiritual sobre os animais “irracionais”. Ser vegetariano é uma opção individual. Então, vamos partir do princípio básico de que TODAS as pessoas têm direito a se alimentar de carne. Visto isso vamos lembrar o que na nossa realidade significa se alimentar de carne.
Alimentar-se de carne significa comer um animal. E para comer esse animal é preciso que ele esteja morto. Até os animais irracionais carnívoros matam suas presas para comê-las. Parece óbvio, mas para as pessoas que julgam o sacrifício animal nos ritos religiosos não é. A dificuldade de entender essa simples questão de matar para comer vem da intolerância religiosa, da discriminação e do preconceito que pressupõe quais crenças devem ser consideradas corretas e aceitas ou não.
Em geral nas religiões de matriz africana acredita-se que o processo de fortalecimento do espírito passa pela alimentação de diversas fontes de energia que podem ser minerais, vegetais ou animais, de acordo com os símbolos da cultura envolvida, o que ficou popularmente conhecido como oferenda. As oferendas envolvem não só o consumo dessas fontes de energias, mas também os rituais e as crenças de quais seres precisam realizar esse consumo. Rituais e crenças que envolvem o reconhecimento dos animais como seres com propriedades divinas e que por isso merecem ritos de demonstração de respeito e permissão para seu consumo.
O intuito aqui não é promover um esclarecimento sobre a simbologia das religiões de matriz africana, mas sim de mostrar que a tentativa de proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos não visa à proteção dos animais e sim a criminalização do culto religioso. Nunca houve a proposta de se proibir o consumo de animais, mas sim o ritual religioso através do qual ele se desenvolve. Palavras como “crueldade” e “sofrimento” são usadas com o objetivo claro de moralizar as religiões de matriz africana, de atribuir a seus ritos ares de maldade e de julgar seus valores e crenças como ruins ou errados. E todos nós sabemos muito bem que essa é uma estratégia de dominação, de imposição cultural, racismo e intolerância religiosa.
Além de desrespeitar os valores e crenças de uma cultura religiosa essa tentativa é um esforço claro de moralizar um processo de consumo que é comum a toda sociedade, pois de uma forma geral toda a sociedade se alimenta de carne animal e mata animais para isso. O que os indivíduos que propõe a proibição do culto religioso tentam nos dizer é: você pode comer carne animal, mas não pode rezar, cantar ou matar esse animal com suas próprias mãos, ou seja, não pode expressar sua fé e principalmente, não pode baratear o custo desse consumo ou deixar de pagar por ele aos grandes produtores
Se a preocupação fosse realmente com códigos de proteção ao animal seriam aprovadas leis para regulamentar a forma absurda como animais são criados nas grandes propriedades rurais. Nesses locais animais são criados totalmente presos, sem nenhum contato com o ambiente natural, forçados a reprodução e têm sua estrutura totalmente alterada por “anabolizantes” e medicamentos. O intuito dessa manipulação toda é baratear o custo de criação desses animais e aumentar ao máximo seu rendimento para se ter o maior lucro possível com sua comercialização. Os processos que envolvem a criação de animais nas indústrias de alimentação já foram apontados por organizações de proteção aos animais como absurdos e cruéis e inclusive prejudiciais a saúde humana em alguns casos. Mas a crença envolvida nesse caso é a do lucro e essa nunca é questionada.
Entra aí outra questão que incomoda os grandes produtores, referente ao sacrifício animal que acontece nos cultos religiosos: em geral os animais utilizados para consumo são oriundos de aviários de pequeno a médio porte, regionais ou até de criações caseiras. Essa relação direta entre pequenos e médios produtores e consumidores não é interessante ao agronegócio que tem interesse de dominar o mercado. E só para reforçar, sabemos que essa dominação do mercado de alimentos define inclusive quem na nossa sociedade pode ter privilégio de comer carne
Com esses poucos argumentos já entendemos aqui que a questão de legislar sobre o sacrifício de animais nos cultos religiosos envolve interesses de grandes empresários reforçados pelo apoio de fundamentalistas religiosos que tentam violar o princípio básico de um estado laico para aumentar seus lucros e impor suas crenças. Eles alegam equivocadamente o intuito de proteger a vida animal, para na verdade retirar o direito à liberdade religiosa e se livrar das tentativas de produção econômica “desvinculadas” das grandes cadeias produtoras de gênero alimentício. Uma iniciativa intolerante, opressora e exploradora para obter lucro e violar direitos.
FONTE: Geledes
A suposta idéia de proibir o sacrifício supondo alguma política de proteção aos animais demonstra claramente como em uma sociedade desigual, preconceituosa e punitiva o uso das leis é predominantemente feito com o intuito de reforçar essas desigualdades.
A primeira coisa que precisamos entender é a seguinte: em uma sociedade laica ninguém é obrigado a ter a
mesma visão espiritual sobre os animais “irracionais”. Ser vegetariano é uma opção individual. Então, vamos partir do princípio básico de que TODAS as pessoas têm direito a se alimentar de carne. Visto isso vamos lembrar o que na nossa realidade significa se alimentar de carne.
Alimentar-se de carne significa comer um animal. E para comer esse animal é preciso que ele esteja morto. Até os animais irracionais carnívoros matam suas presas para comê-las. Parece óbvio, mas para as pessoas que julgam o sacrifício animal nos ritos religiosos não é. A dificuldade de entender essa simples questão de matar para comer vem da intolerância religiosa, da discriminação e do preconceito que pressupõe quais crenças devem ser consideradas corretas e aceitas ou não.
Em geral nas religiões de matriz africana acredita-se que o processo de fortalecimento do espírito passa pela alimentação de diversas fontes de energia que podem ser minerais, vegetais ou animais, de acordo com os símbolos da cultura envolvida, o que ficou popularmente conhecido como oferenda. As oferendas envolvem não só o consumo dessas fontes de energias, mas também os rituais e as crenças de quais seres precisam realizar esse consumo. Rituais e crenças que envolvem o reconhecimento dos animais como seres com propriedades divinas e que por isso merecem ritos de demonstração de respeito e permissão para seu consumo.
O intuito aqui não é promover um esclarecimento sobre a simbologia das religiões de matriz africana, mas sim de mostrar que a tentativa de proibir o sacrifício de animais em rituais religiosos não visa à proteção dos animais e sim a criminalização do culto religioso. Nunca houve a proposta de se proibir o consumo de animais, mas sim o ritual religioso através do qual ele se desenvolve. Palavras como “crueldade” e “sofrimento” são usadas com o objetivo claro de moralizar as religiões de matriz africana, de atribuir a seus ritos ares de maldade e de julgar seus valores e crenças como ruins ou errados. E todos nós sabemos muito bem que essa é uma estratégia de dominação, de imposição cultural, racismo e intolerância religiosa.
Além de desrespeitar os valores e crenças de uma cultura religiosa essa tentativa é um esforço claro de moralizar um processo de consumo que é comum a toda sociedade, pois de uma forma geral toda a sociedade se alimenta de carne animal e mata animais para isso. O que os indivíduos que propõe a proibição do culto religioso tentam nos dizer é: você pode comer carne animal, mas não pode rezar, cantar ou matar esse animal com suas próprias mãos, ou seja, não pode expressar sua fé e principalmente, não pode baratear o custo desse consumo ou deixar de pagar por ele aos grandes produtores
Se a preocupação fosse realmente com códigos de proteção ao animal seriam aprovadas leis para regulamentar a forma absurda como animais são criados nas grandes propriedades rurais. Nesses locais animais são criados totalmente presos, sem nenhum contato com o ambiente natural, forçados a reprodução e têm sua estrutura totalmente alterada por “anabolizantes” e medicamentos. O intuito dessa manipulação toda é baratear o custo de criação desses animais e aumentar ao máximo seu rendimento para se ter o maior lucro possível com sua comercialização. Os processos que envolvem a criação de animais nas indústrias de alimentação já foram apontados por organizações de proteção aos animais como absurdos e cruéis e inclusive prejudiciais a saúde humana em alguns casos. Mas a crença envolvida nesse caso é a do lucro e essa nunca é questionada.
Entra aí outra questão que incomoda os grandes produtores, referente ao sacrifício animal que acontece nos cultos religiosos: em geral os animais utilizados para consumo são oriundos de aviários de pequeno a médio porte, regionais ou até de criações caseiras. Essa relação direta entre pequenos e médios produtores e consumidores não é interessante ao agronegócio que tem interesse de dominar o mercado. E só para reforçar, sabemos que essa dominação do mercado de alimentos define inclusive quem na nossa sociedade pode ter privilégio de comer carne
Com esses poucos argumentos já entendemos aqui que a questão de legislar sobre o sacrifício de animais nos cultos religiosos envolve interesses de grandes empresários reforçados pelo apoio de fundamentalistas religiosos que tentam violar o princípio básico de um estado laico para aumentar seus lucros e impor suas crenças. Eles alegam equivocadamente o intuito de proteger a vida animal, para na verdade retirar o direito à liberdade religiosa e se livrar das tentativas de produção econômica “desvinculadas” das grandes cadeias produtoras de gênero alimentício. Uma iniciativa intolerante, opressora e exploradora para obter lucro e violar direitos.
FONTE: Geledes
Eles simplesmente não têm mais nada pra alegar a respeito de sua "crença". A mais usada é o RACISMO, porque seguidamente vemos casos de racismo, principalmente no futebol, em que têm mais visibilidade, até internacional. Vincular a proibição da matança ao racismo é a melhor alternativa. Porém, o que temos de fazer, em vez de debater com eles, é reforçar a nossa posição. Não percamos tempo debatendo com quem não nos ouvirá. Vamos gastar saliva no contato com pessoas que possam ao menos nos ouvir e depois refletir sobre a questão. O último parágrafo do artigo é digno de ser emoldurado e colocado na parede. Não sei onde.
ResponderExcluirMatar para se alimentar é uma coisa, mas apenas sacrificar o animal o fazendo sofrer a base de tortura para oferenda a espíritos é crueldade sim e desnecessária, até os animais matam animais mas apenas para sobrevivência e não mero egoímo, afinal como pode um animal inocente ter que pagar ou apaziguar um mal ou erro que ele não praticou?!!
ResponderExcluirNão é preciso matar para se aproximar da divindade..
ResponderExcluirProvem que suas entidades existem e precisam de sacrifício, se provarem (hahaha), se matem e se ofereçam a elas... Comparar um animal sacrificado para "deuses" à alguém que se alimenta de carne é apelar, não concordo com nenhum, mas vejo de um lado alguém suprindo uma necessidade fisiológica e do outro, alguém presenteando alguém/algo que supostamente seria uma divindade... Podia ser por Deus, Jesus, Alá ou Maomé, quer dá alguma oferenda? Dê seus filhos, se ofereça e quem mais quiser e deixe em paz aqueles que nem podem falar para se defender!
ResponderExcluirConcordo. Assino em baixo.
ExcluirSheila isso está meio confuso. Afinal, você é contra a proibição das matanças nesses rituais? Acho que as pessoas, pelo menos os amantes dos animais, embora comam carne, são contra ao fato de matar e deixar apodrecer. Não é usado para nada, nem para alimentar um outro animal carnívoro. Se pensarmos dessa forma, então se não formos veganos, deveríamos usar casacos de pele e etc, já que matamos também. Acho que cultuar outros deuses, cada um pode fazer à vontade, mas sem matar à toa. Já que uma entidade que exige sacrifício de vidas, seja ela qual for, não pode ser do bem.
ResponderExcluirAnonimo, minha posição é inquestionável diante dos longos anos que milito pelo direito dos animais. Minhas lutas contra esta barbárie pode ser comprovada se pesquisar em nosso blog . Vc. parece que não leu a introdução que fiz na postagem:
Excluir"Olha, o título é de um site que está debatendo a proibição dos sacrifícios de animais em rituais em Porto Alegre. Tem muita gente escrevendo p´ra lá e metendo bronca. Vamos nos manifestar, também? Veja o link ao final da matéria...."
Ou seja, um erro de interpretação da sua parte, me parece.... EM TODO CASO: SOMOS RADICALMENTE CONTRA ESTA BARBÁRIE E LUTAMOS CONTRA ISTO DESDE 1993 QUANDO TENTAMOS O MESMO AQUI NA CâMARA DO RIO DE JANEIRO. DURANTE UMA MANIFESTAÇÃO NA PORTA DESTA CASA FUI JOGADA DAS ESCADAS POR INTEGRANTES DESTA CORRENTE DO MAL
Qualquer um que defenda essas horripilantes práticas contra os pequeninos - mesmo que, supostamente, tenha alguma instrução -, não passa de um ser ignaro,cruel, sádico, desumano e/ou demente. Não existe argumento cabível nesta situação e volto a dizer com todas as letras: quem comete esses CRIMES é devoto de Satã. A fé não mata, ela salva!
ResponderExcluirSHEILA, SABEMOS QUE VC É CONTRA A MATANÇA DE ANIMAIS EM RITUAIS! VOÊ É PROTETORA!
ResponderExcluirLI ESTE ARTIGO, ARGUMENTOS FURADOS DE QUEM ESCREVEU!
SE FOSSE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, A LUTA SERIA PARA PROIBIR AS RELIGIÕES, X, Y, Z...DE FAZEREM CULTOS.
NÃO É ESTA A PROPOSTA! O QUE QUEREMOS É POUPAR OS ANIMAIS DE MAIS SOFRIMENTO!
NA IDADE MÉDIA SACRIFICAVAM PESSOAS EM CULTOS, ENTÃO SE SURGIR UMA RELIGIÃO QUE SACRIFICA PESSOAS HOJE, É P/ LIBERAR?
EXISTE LEI FEDERAL DE PROTEÇÃO DOS ANIMAIS, E RELIGIÕES NÃO PODEM IR CONTRA AS LEIS.
Que preguiça de ler zzzzzzzzzzzzzzz Os argumentos são pautados em pressupostos do politicamente correto, que não por acaso está dividindo e destruindo esta civilização. É um discurso maniqueísta típico destes tempos. Que vão catar coquinhos, não dá nem pra discutir com gente que ainda vive na pré-história.
ResponderExcluirEles que comam seus próprios filhos. Engravidem, dêem a luz e aí poderão sacrificá-los a quem quiser...
ResponderExcluirVamos refletir , ninguem é contra as várias religiões, mas contra a prepotencia e a arrogancia de pessoas que matam os animais em nome de uma divindade que nem pediu isto.
ResponderExcluirAgora sei o que eles pensam, todos tem o direito de se manifestar e argumentar. Mas é claro que não foi o suficiente. Parem já o sacrifício de animais!
ResponderExcluirE os rituais da caia de natal ??? Horroroso também, e não venham com essa de " matar para comer " pode pois vocês estão sendo hipócritas...
ResponderExcluirSe "para comer pode " então , TODAS as religiões são ignorantes e fazem sacrifício !!
Ainda bem que sou Ateu e vegano então para mim dica tranquilo criticar qualquer religião, agora minha gente, vocês com esse argumento que "pra comer pode" sinceramente não vão longe, gera jipocrisia e por essas e outras que isso nunca vai ser proibido.
marcos Malta
Concordo contigo. Mas a grande maioria dos ativistas da causa animal comem carne. É um contrassenso. No caso em pauta, o pior são as mentiras e o absurdo aprovado na lei que o Governador Rigotto sancionou: pode sacrificar qualquer animal, menos cães e gatos!!! Pode??? Isso é um absurdo. Mas na época ele quis fazer MÉDIA e acabou que foi tudo MENTIRA. Continuaram a usar todos os animais, inclusive cães e gatos. Por quê? Porque neste país não tem fiscalização. E quando a gente vai denunciar na polícia que um terreiro tá fazendo matança, eles nem vão lá olhar, simplesmente nos dizem que "a lei protege". E fim de papo. Então, na realidade, pode matar tudo. Essa é mais uma HIPOCRISIA reinante neste país. mais uma de muitas. Inclusive essas dos ativistas da causa animal. Há várias hipocrisias. Eu também sou hipócrita, pois gostaria de ser vegana, mas moro numa cidade muuuito pequena. Aqui não tem nada. Se não consumir pelo menos alguns artigos vindos dos animais, não sobrevivo. Eu sei, falta esforço da minha parte. Mas trabalhando fora e ao chegar em casa tendo de cuidar de mais de 60 animais, me deitar à 1h da madrugada e levantando ás 5h, não tem como fazer mais nada. Simplesmente não posso cozinhar pra mim, nem pros meus bichos. Só se for dormir ás 3h da madrugada. Esta é a minha vida. Qdo parar de trabalhar, poderei fazer tudo direito. Mas qdo vou parar? Acho que nunca, pois não poderia sustentar tantos animais só com uma aposentadoria. É dose.
ExcluirNinguém é obrigado a ter a mesma visão espiritual sobre os animais, mas a vida deve ser respeitada, uma vez que, não demos o sopro da vida, então não temos o direito de tirá-la. E esse papo de criminalização do culto é conversa pra boi dormir, pois conheço terreiros de umbanda e de candomblé que não sacrificam nenhum tipo de animal, são bem coerentes ao afirmar que os Guias e Orixás também evoluem com as gerações. O bode que antes tinha o pescoço cortado e o sangue derramado, hoje apenas recebe fitas com pedidos amarrados a seu corpo e depois é solto no pasto para correr em liberdade. Religioso de verdade não faz sacrifícios em encruzilhadas ou cachoeiras para não carregar kiumbas e eguns em seu caminho, quem faz isso são os feiticeiros e gente ignorante, mal informada que se dá mal na vida.
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