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Experimentação em animais: foi sem dúvida útil mas continuará a ser indispensável? E será moralmente aceitável? Para responder a questões sobre a experimentação em animais entrevistámos Walter Osswald
“A experimentação animal é utilíssima. Não é apenas útil. É utilíssima. Se prescindíssemos dela estaríamos
provavelmente a condicionar um atraso imenso na investigação médica. Mas de um ponto de vista ético isso não é um argumento suficiente. A utilidade é uma face. A outra face é naturalmente a bondade das soluções.” – afirma durante a entrevista ao Observador, Walter Osswald, médico e investigador portuense cujo trabalho na área da Farmacologia o levou a reflectir sobre os ensaios clínicos e a Bioética.
provavelmente a condicionar um atraso imenso na investigação médica. Mas de um ponto de vista ético isso não é um argumento suficiente. A utilidade é uma face. A outra face é naturalmente a bondade das soluções.” – afirma durante a entrevista ao Observador, Walter Osswald, médico e investigador portuense cujo trabalho na área da Farmacologia o levou a reflectir sobre os ensaios clínicos e a Bioética.
Nascido em 1928, licenciado em Medicina em 1951 e doutorado em 1958, Walter Osswald viu o mundo mudar nos laboratórios: “Quando comecei a trabalhar com animais ninguém me deu qualquer instrução. Podia fazer com os animais o que quisesse. Decapitávamos os animais numa guilhotina…” Por contraste, nos dias de hoje isso “não é possível. Hoje em qualquer laboratório, em qualquer instituto há um investigador sénior que é responsável pelo que diz respeito aos animais, que ensina os investigadores mais recentes e que exige que eles cumpram os protocolos”.
Mas também viu mudanças entre aqueles que se opõem à experimentação em animais: “Tomei parte numa conferência internacional que foi organizada na Suíça, em que se encontraram, acho que pela primeira vez, investigadores que utilizavam animais, como era o meu caso, e opositores da experimentação animal. Os opositores eram chefiados… enfim, a figura mais saliente era um antigo experimentador, um convertido, e como acontece muitas vezes com os convertidos tardios, era um extremista marcado. E ele dizia-nos: Vocês podem ter a certeza que aquilo que nós tencionamos fazer não é restringir a experimentação animal. É acabar com ela. Hoje essa posição é muito minoritária. Não vai ser possível acabar com a experimentação animal a não ser que toda a gente queira de facto parar a investigação no cancro, na ébola ou nas doenças cardiovasculares. Praticamente em toda a medicina.”
Ao longo da conversa, este médico e investigador desmonta absurdos: “Até é muito vulgar nos artigos dizerem que no fim das experiências os animais foram eutanasiados. Eu acho um absurdo porque a eutanásia é a morte de uma pessoa a pedido doutra pessoa. Os animais não pedem para ser mortos.” E chama a atenção para paradoxos: “Quando hoje uma marca de cosmética diz que os seus produtos não são testados em animais isso é naturalmente uma manobra sobretudo de marketing: não há vantagem nenhuma em testar produtos cosméticos em animais porque os animais não nos dão informação nenhuma valiosa sobre esses compostos.”
A propósito da decisão das autoridades espanholas de mandar abater a cadela de uma paciente infectada com ébola, deixa a seguinte observação: “Não sei se seria necessário abater a cadela. Não sei se há transmissão possível entre cães e humanos. Creio que ninguém sabe. Portanto, parece-me uma atitude precipitada. Teria sido provavelmente preferível manter a cadela em quarentena.”
E em jeito de conclusão uma frase: “Eu considero que os animais não têm direitos. Nós, é que temos deveres para com os animais.”
Mas o melhor é ouvir a entrevista.
FONTE: Observador
Sou favorável a fazer a experimentação nesse "grande cientista".
ResponderExcluirÉ apenas mais um grande canalha!
ResponderExcluirBeleza! Então, coloquem a família dele dentro do laboratório e façam os testes necessários. Pra que contaminar um animal se há tantos seres humanos com as doenças? Estudem os doentes, não maltratem os animais. É irracional o que fazem.
ResponderExcluirTípico de gente tosca e má informada. Sabemos que esse negócio podre e sórdido dá dinheiro. NÃO sou a favor de experimento em animais. Mas sempre sobra para o mais fraco e é como digo sempre, a covardia em quem não pode se defender. Que crime esses animais mais racionais do que muitos humanos cometeram??? Serem judiados para salvar nossa espécie que mata, rouba, estupra, arquiteta vingança, mata pais, estupra crianças inocentes? E ainda querem fazer crer que isso tudo é indolor. Ele deveria ser o primeiro a ser pesquisado. Dá nojo! Por isso a cada dia morro um pouco de tristeza.
ResponderExcluirIraí
Já que ele acha a experimentação animal tão útil, devia se candidatar como cobaia, pois é um ser que não tem utilidade nenhuma com essa mentalidade tão retrógrada.
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