24/02/2014

O Gato e a Espiritualidade - tradução de trecho Mitologia dos Gatos



O Gato e a Espiritualidade

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é 
medroso ou  substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago.

A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.

O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe “ler” pensa que “ele” não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado.

O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção.

Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências.

Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga.

Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.

O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.

Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal.

Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra.

Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do homem.”

O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia ruim do ambiente e transforma em energia boa. 

Normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia. Caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer,  pois o bicho já percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, pois ele sente que já limpou a energia do local e não precisa mais dele.

O amor do gato pelo dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele se a afasta. No Egito dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos.

“O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final.”

By: The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman
__________________

Este material foi retirado deste livro, mas, infelizmente não tenho a informação de quem traduziu para o devido crédio. Quem souber, informa?

A mitologia de gatos

Capa
Wilder Publications, Incorporated , 2011 - 162 Páginas

A "gato-ivating" coleção de mais de cinqüenta contos que celebram a magia espiritual, mitológico e histórico dos nossos amigos felinos. . . leia este livro e você vai saber por que os gatos sempre foram associados com poderes sobrenaturais. Eles vêm por ela, naturalmente, e há evidências de que os gatos foram conosco mais tempo do que tem cães. Leia sobre o gato que trabalhava como maitre, o gato que viajou através da Pérsia, o gato que inspirou Hemingway e muitos felinos mais fascinantes.

12 comentários:

  1. Gatos são soberanos ,magnificos,cada um com seu jeito de ser,agora nesse momento o meu está no meu colo vendo eu digitar,amooooooo muito,só tem um pequeno detalhe gostaria que eles se aceitacem com mais facilidade.

    ResponderExcluir
  2. É interessante toda essa simbologia dada ao gato. Eu tendo a aceitar um lado místico dos animais, apesar de não ter tantas certezas quanto as apresentadas acima. Enfim, é uma atribuição cultural interessante. Eu amo os gatos pelo que cada um é em sua individualidade, apesar de todas essa colocações sobre a espécie (muitas certamente verdadeiras). Cada um de meus gatos é uma manifestação muito querida a ser compreendida. Quando tentamos entender um animal, ele nos retribui com compreensão e afeto. Pra mim esse carinho é espirito.

    ResponderExcluir
  3. Muito interessante, adorei a matéria.

    ResponderExcluir
  4. Adorei esse texto! Meu "gato médico" sempre faz isso: onde não estou bem ele deita... Amo os gatos!!!! Sou gateira por convicção.

    ResponderExcluir
  5. Sábias, e na minha opinião verdadeiras palavras.
    Mônica

    ResponderExcluir
  6. Só mesmo quem conhece a fundo o universo dos gatos os descrevem com tanta propriedade, como os autores desse livro. Excelente post, Sheila!

    Poetizando o texto...

    Zoologia: O Gato

    Um gato, em casa sozinho, sobe
    à janela para que, da rua, o
    vejam.

    O sol bate nos vidros e
    aquece o gato que, imóvel,
    parece um objecto.

    Fica assim para que o
    invejem — indiferente
    mesmo que o chamem.

    Por não sei que privilégio,
    os gatos conhecem
    a eternidade.

    Nuno Júdice
    In Assinar a pele ( antologia de poesia contemporânea sobre gatos)
    Ed. Assírio Alvim

    ResponderExcluir
  7. Já conhecia o texto (lindo!), pois sou gateira assumida e leio tudo que encontro sobre eles. Creio em cada palavra escrita, pois sou mística e sempre tive gatos; conheço-os muito bem e sei que eles me protegem, mas sempre os tive por eles e não por mim - sempre os recolhi das ruas, jamais os comprei.

    ResponderExcluir
  8. Ana Lucia Nunes05/04/2014, 11:23

    Os gatos são os seres mais parecidos com os humanos: não é a todo momento que querem ser acarinhados, não gostam de se sentir presos, exageram no "roçar" quando querem algo, adoram a vida noturna, enfim, quem não gosta deles são os que não suportam ver como são iguais aos defeitos que só enxergam nos outros.

    ResponderExcluir
  9. Meu bebe faleceu gastei tudo o que pode e assim. Mesmo perdi ela por imcopetencia dos veterinários me sinto culpada nao me comformo

    ResponderExcluir
  10. Parabéns pela postagem!! Tudo que foi dito é verdade pura.
    Eu agora estou com meus 7 anjinhos de 4 patinhas deitados aqui na minha cama eu amooo muito todos os animaizinhos .pois são criaturinhas abençoadas de DEUS.
    Amoooooo demais meus 7 gatinhos

    ResponderExcluir

Agradecemos seu comentário, porém, não publicaremos palavrões ou ofensas.
Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

EM DESTAQUE


RECEBA NOSSOS BOLETINS DIÁRIOS

Licença Creative Commons

"O GRITO DO BICHO"

é licenciado sob uma Licença

Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas

 

SAIBA MAIS


Copyright 2007 © Fala Bicho

▪ All rights reserved ▪