18/01/2014

Imunidade Neonatal e Imunoprofilaxia - Artigo

Depois que comecei a ler sobre a questão de vacinação, principalmente em animais, conclui que a quantidade de vacinação não combina com a necessidade. Meu veterinário (inclusive me mandou este artigo) já me instruiu muito a respeito, inclusive, nos doou uma série de palestras da Merial onde o orador fala, claramente, sobre o abuso de vacinação nos animais. 
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Mitika K. Hagiwara, MV, Dr, Prof. Senior  --  FMVZ-USP

Foto Ilustrativa - Google
Os filhotes dos cães e gatos ao nascer são submetidos a um grande desafio, quando passam de um ambiente estéril e protegido das infecções representado pelo útero materno, para o ambiente externo, rico em micro-organismos. Para se protegerem desse desafio, são providos de mecanismos de defesa imunológica inata, representados pelos componentes do Complemento, de lectinas (pentraxinas e colectinas), peptídeos (defensinas, lactoferrinas e lisozimas) e proteínas surfactantes A e D, na superfície pulmonar. Há o predomínio da resposta Th2 em relação a Th1.

Os neonatos dependem essencialmente da imunidade materna transferida pela mãe através da placenta e do colostro. As cadelas e as gatas
possuem a placenta do tipo endoteliocorial, que impede a transferência maciça de imunoglobulinas maternas ao feto. No cão, a transferência “in útero” é de cerca de 2 a 18% de imunoglobulinas (IgG), que provê proteção temporária e de curtíssima duração aos neonatos. Porém, é o suficiente para criar resistência a imunização ativa por um curto período de tempo. Entre os felinos, praticamente não ocorre a transferência transplacentária de IgG. A concentração sérica de IgG nos neonatos que não recebem colostro é praticamente nula. A ingestão de colostro é fundamental para a transferência da imunidade materna aos filhotes.

A absorção de anticorpos se processa no duodeno e jejuno, facilitada pela presença de receptores na membrana das células epiteliais, e ocorre nas primeiras 24 horas após o nascimento. O colostro contém proteínas, imunoglobulinas G (65 a 90%), A, M e E, além de linfócitos, dos quais 60 a 80% são linfócitos T. As imunoglobulinas A secretadas (IgA-S) são fundamentais na proteção da mucosa pulmonar e intestinal. Durante toda a lactação são secretadas no leite materno, embora em mínimas concentrações, propiciando proteção contra as infecções intestinais. Filhotes de cães e principalmente, de gatos, não se beneficiam da imunidade lactogênica quando recebem aleitamento artificial e são mais predispostos a infecções intestinais.

De um modo geral, nos cães e nos gatos, as concentrações séricas de IgG oriundas da mãe declinam a limites indetectáveis entre 6 a 16 semanas da idade, período em que os filhotes poderão ser imunizados contra as infecções virais mais agressivas como a cinomose, hepatite infecciosa e parvovirose nos cães e panleucopenia, rinotraqueíte infecciosa e calicivirose nos felinos.

 Na impossibilidade prática de se conhecer o momento em que determinado animal estará apto a responder a imunização, o programa de vacinação prevê a aplicação de três doses de vacinas, iniciando-se com 6 a 8 semanas de idade e concluindo a primoimunização ao redor de 16 semanas de idade. Os protocolos vacinais devem ser suficientemente flexíveis para possibilitara adaptação as diferentes situações e necessidades de um indivíduo ou de um grupo de cães ou gatos.

** Referências bibliográficas
Petersen M; Kutzeler ME. Small Animal pediatrics. Elsevier, 2011.
Greene, CE. Infectious diseases of the dog and cat. 4th ed. Elsevier Saunders, St Louis. 2012.

FONTE: Dr. Med Vet

3 comentários:

  1. Então eu não entendi muito bem o texto, pois você fala em abuso de vacinação. Pelo que eu entendi nós fazemos as vacinações certas. Com 45 dias de nascidos eles começam a ficar sem anticorpos e aí entramos com as vacinas, isso quando os pobres conseguem mamar, pois normalmente existem infelizes que não deixam eles mamarem o suficiente.

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  2. Eu também não entendi, pois vacino os bichinhos de acordo com a carteira de vacinação.

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  3. Já a veterinária dos meus gatos que é especialista em felinos recomenda para filhotes apenas uma vacina ao invés de três e depois uma vez por ano. A de raiva nem é aplicada já que moro em apartamento. Inclusive antes de encontra-la outros vets também não gostavam de aplicar a de raiva em gatos de apto que não tem acesso a rua.

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