Bem, galera, não dá para não deixar de nos posicionarmos perante o ocorrido considerando nossa luta antiga contra a experimentação animal. Agora, com certeza, é uma leitura só para quem quer se dedicar a combater, profissionalmente, a experimentação animal.
Já fizemos no passado resgate de inúmeros animais, mas, sempre no anonimato posto que a luta não tinha os recursos que hoje a internet nos possibilita que é a mobilização. Com este ato dos ativistas resgatarem quase 200 animais do Instituto Royal em São Roque, conseguimos dar o recado que sublinarmente já enviávamos aos setores de pesquisa no país há muitos anos.
Em resumo é o seguinte: a casa caiu para os caras!!!!! Se os pesquisadores usavam este "material" (leia-se vida animal que é tida como material dentro da pesquisa) porque era fácil e não havia gente suficiente para se opor ao uso do referido "material", avisamos que está bem mais próximo do fim tal liberalidade.
Não nos interessa conselhos, comitês, comissões e o raio que o parta para justificarem tal uso, porque este "material" que pesquisadores usavam ao seu bel prazer, agora tem dono LEGALMENTE. Perante a Lei que diz que todo animal é tutelado pelo Estado e que nos coloca como seus legítimos representantes, podemos sim reivindicar o fim do uso da vida animal nas pesquisas que SUPOSTAMENTE estão ajudando a curar doenças humanas.
Nem vou escrever o lero lero que todos já conhecem muito bem, mas, sempre lembrando que nosso argumento anti-vivisseccionista não é contra a pesquisa, mas, favorável somente que ela aconteça com o modelo certo e devidamente cercado de todo respeito por qualquer organismo utilizado para conhecimento.
Ontem, entrevistei um pesquisador da FIOCRUZ, Dr. Octávio Presgrave, que é o criador do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam). Ele é autor de método substitutivo de animais na pesquisa no que se refere a pirogenia. É um cara, não do nosso lado, mas, que busca tirar o animal dos laboratórios através da qualificação da experimentação sem o uso dos mesmos. Isto acaba sendo algo que devemos utilizar a favor de nossa causa.
Ouçam a entrevista dele que nos oferece muitas informações. Conhecimento deve estar incluído no ativismo para representar bem a causa. Somos pequenos diante do gigante que é o poder médico-científico. Não podemos ignorá-lo.
Queria acrescentar algumas coisinhas:
1 - a Dra. Silvia Ortiz (diretora atual do Instituto Royal), que eu conheci em um dos congressos do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação animal) hoje com outro nome - SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório) , tem o mesmo "chavão" dos pesquisadores bolorentos e covardes quando abordados sobre o seu desconhecimento de técnicas substitutivas aos animais em pesquisas. Ela sempre diz, comprovado até em matéria que publicamos em outra postagem: mas, você não toma analgésico para dor de cabeça? pois é... ele é testado em animais.... não devia tomá-lo se não quer que usemos animais em pesquisa....
É uma das falas mais covardes que estes profissionais fazem com o cidadão... é um engodo, uma falácia que só demonstra sua própria insegurança de discutir o tema com a coragem de enfrentar o novo e detonar este paradigma. Não tenho nenhum respeito por esta profissional ... um nojo!!!!!!
2 - o Dr. Marcelo Moraes, presidente do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), disse em entrevista ao Fantástico que estamos longe de conseguir tirar os animais dos laboratórios de pesquisa. Acho que ele precisa rever seu registro de tempo, pois, quem passou a medir este tempo são os ativistas. Aliás, por Lei, todos os protocolos de pesquisa no país, precisam de "assinatura" de um representante da proteção animal e eles estão buscando de todo jeito cumprirem a lei. Vejam o edital de convocação http://www.cobea.org.br/editalSPA.pdf . Agora, estão aceitando qualquer profissional que as ONGs indiquem para cumprir somente as exigências legais. É uma vergonha!!!!!
Outra idiotice deste Marcelo foi reconhecer nesta matéria do G1 que "O fim do uso de animais em testes no Brasil tornaria a ciência brasileira dependente da tecnologia externa". Quem precisa de mais comprovação que a experimentação animal é uma coisa totalmente findável perante aos argumentos anteriores que a saúde humana depende de testes com animais? Claramente, ele confirma que NÃO É NECESSÁRIO TAL USO, concordam?
3 - O tal SBCAL, emitiu uma NOTA sobre a invasão do Instituto Royal. Nela, alem de falarem suas besteiras tradicionais, demonstraram sua "preocupação" com os cães.... ô nojo!!!!!
"O estresse causado aos cães foi enorme. A invasão ocorreu quando os animais dormiam, portanto foram acordados por pessoas desconhecidas e levados, de forma agressiva e em ambiente hostil ao seu cotidiano..."
4 - Existe na Europa uma organização dedicada a financiar técnicas substitutivas e a idéia é muito boa. As empresas que estão tendo seus produtos boicotados estão financiando tais estudos e sua validação. Entrem neste link para conhecer e ver as tais empresas.... foi uma grande surpresa p´ra mim, sabiam? Temos que fazer isto aqui no Brasil, URGENTEMENTE. Alguém se habilita a se juntar a nós?
http://ec.europa.eu/enterprise/epaa/index_en.htm
5 - Se quiserem ler nosso ativismo na área de experimentação animal, leiam (dentre outras que vou publicar drante o dia):
- Experimentação animal: os dois lados da moeda - Jornal O Dia - 2004
6 - Recebi este e-mail com denúncia sobre Universidade em Fortaleza. Ora, se ouviram a entrevista com o Dr. Octávio sabem que é inadmissível uso de animais em áreas didáticas. Vamos ajudar a galera desta cidade?
"Olá Sheila, tudo bem? Repasso esse e-mail a pedido de um amigo, que não pode se identificar.
Acompanhamos seu blog já tem algum tempo. Gostaria de saber se vc poderia ajudar numa ação, tendo em vista que seu blog tem um grande alcance de público.
Todos nós estamos acompanhando e ficamos muito felizes com o resgate dos cães usados como cobaias.
Mas uma conceituada Universidade de Fortaleza, aliás a maior universidade particular aqui (Unifor), na contramão das discussões sobre o uso de metodos substitutivos à experimentação animal, vai fazer o I Simpósio de Bem-Estar Animal. E, claro, vai mostrar uma visão unilateral sobre o assunto. Segue link da noticia: http://www.unifor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5028:unifor-realiza-i-simposio-de-bem-estar-animal-&catid=3:eventos
Infelizmente esse meu amigo trabalha na Unifor, então, não pode ter meu nome ligado a protestos neste sentido. Mas se vc puder repassar por nós essa noticia e pedir que as pessoas se manifestem contrárias à politica retrógrada da Unifor, agradecemos imensamente!!! Que discutam métodos substitutivos, façam debates como uma UNIVERSIDADE realmente deve fazer. Temos nomes importantíssimos no Brasil contrários a essas práticas como Thales Trez, Sergio Greif e Irvênia Prada.
Se as pessoas não puderem ir presencialmente no evento protestar, ao menos fazendo uma chuva de reclamações na ouvidoria, imaginamos que a Unifor pode começar a se preocupar em mudar seus métodos e atuar verdadeiramente como uma Universidade deve fazer.
Tel. da Ouvidoria 3477-3330. horario de atendimento de 8 as 18h.
Site: http://uolp.unifor.br/oul/AtendimentoOuvidoriaForm.do?method=popular&ns=true"
7 - Não se esqueçam que temos a disposição de todos (on line) na coluna da direita do blog, o texto do livro "A Verdadeira Face da Experimentação Animal - sua saúde em perigo" editado e publicado por nossa ONG (Sociedade Educacional "Fala Bicho") em 2000. Foi a primeira literatura brasileira sobre o tema cujo texto foi escrito pelos biólogos Sérgio Greif e Thales Tréz. O livro se tornou um "vade mecum" neste segmento e seus autores prometem uma atualização.
8 - Alguns dos nossos artigos publicados sobre o tema:
Publicado em 19/05/2008 no Jornal O Globo. Clique na imagem para ampliar
Publicado em 10/09/2007 no Jornal O Globo - Clique na imagem para ampliar.
Publicado em 05/05/97 no Jornal O Globo - CLIQUE AQUI para ler
Muito boa a matéria!
ResponderExcluirRosana
BEM, COMO ELE É O COORDENADOR DA BRAVCAM, ACREDITO QUE TENHA INTERESSE MESMO NOS SUBSTITUTIVOS, CASO CONTRÁRIO, NEM SE METERIA NISSO E CONTINUARIA COM A VELHA CABEÇA DOS PESQUISADORES EXPERIMENTADORES MALDITOS QUE NUNCA SE PREOCUPAREM COM O AVANÇO DA CIÊNCIA.
ResponderExcluirVANIA
Boa, Sheila, como sempre inteligente e aguerrida, tá certa em tudo o que argumentou, não vamos parar.
ResponderExcluirBom saber que o Drº tem disposição para coordenar algo contra a experimentação em animais, até sendo da Fiocruz, o que mostra ser uma pessoa bem corajosa, pois sabemos que os que pretendem algo diferente são deixados de lado, até pelos colegas experimentadores.
Clau
Se todos os protocolos de pesquisa precisam da assinatura de um representante dos protetores, essa lei não tá sendo cumprida, aliás, nunca foi cumprida. Não sei o porquê da felicidade, pois continuam fazendo os testes e não precisam de nenhuma assinatura!!! Ora, se eles não estão legalizados, pouco importa, porque nenhuma lei é cumprida mesmo neste país. Só sabemos que as experiências e teste continuam, com assinatura ou sem assinatura.
ResponderExcluirNa verdade, teremos que brigar muito ainda pela não utilização de animais em pesquisas, mas todos terão que entrar na briga.
ResponderExcluirSe a BRAVCAM foi fundada tem pouco tempo, vai demorar muito para que os animais sejam substituídos , então, como disse a Sheila, temos que continuar tirando os animais dos laboratórios, não tem outro jeito.
Espero que as ongs ajudem neste processo.
Carla RS
Sinto falta do Sérgio e Thales, eles eram taxativos e profundo conhecedores e muito ativos contra a experimentação, ao mesmo tempo que denunciavam davam a solução, por onde andam?
ResponderExcluirRaquel
Entrevista excelente, parabéns Sheiloca !!!!!!!!!
ResponderExcluirEsses "cientistas" se achan muito inteligentes e donos da verdade. porque não fazem experimentos mentais???? Bando de arrogantes e prepotentes!!!!!
ResponderExcluirSe acha muito superior intelectual né? Faz os produtos quimicos que não causan dano no tecido humano funcionar nas moléculas dentro do seu cérebro! Faz todo o modelo lá???
Porque usa animalzininhos pa fazer expremientos e torturar os coitadinhos... Vai testar no tube do ensaio porque não gasta vidro e tinta??? Faz as experiencias dentro da mente inteligente do cientista!
Corja imunda de prepotentes donos da verdade que acham que o mundo deve se curvar a ideologia falsa!!! Tenho NOJO desses monstros imorais!!
Obrigada mais uma vez Sheila!
ResponderExcluirExcelente entrevista.
ResponderExcluirVemos por aí que com boa vontade tudo é possível.
O que sei é que mais do que nunca vamos guerrear para que esse quadro de pesquisas com animais es reverta.
Finalmente uma Luz no túnel...só temos que continuar a pressionar pra que a coisa vá mais rápido!
ResponderExcluirExcelente matéria, muito informativa!
Tania
Sheila, o que você disse é o que disse o Padre Paulo Ricardo, que foi tão atacado: não somos contra pesquisas com animais "in totum" mas há um limite ético para elas, que de modo geral é ultrapassado. É a cultura da morte, a mesma que descarta embriões humanos e condsena velhos e inválidos à morte como se vê na Bélgica e Holanda, onde idosos estão fugindo para a Alemanha a fim de não serem eutanasiados por médicos e parentes. Temos nossa obrigação de zelar pelos animais e respeitá-los, sim; se somos superiores a eles é para protegê-los e não espezinhás-los. No meu entender Deus pune as crueldades na outra vida, sejam elas contra seres humanos ou animais. Esse pessoal do instituto vai ser processado criminalmente já que os ativistas não são criminosos mas justiceiros e irão fundo. Deus os abençoe!
ResponderExcluirabraços, Miguel
Excelente, gostei da entrevista e saber que vai sair finalmente a BRACVAN, por enquanto é o que temos no momento, a gente sabe ser impossível invadir e recuperar os animais de todos os laboratórios brasileiros embora tenhamos a vontade.
ResponderExcluirO negócio é fazer como você disse ao pesquisador "vamos continuar retirando os animais então" é isso mesmo, e, para quem tem a ingenuidade de pensar que peninha dos animais, resolve, não resolve, temos que aprender a debater como você faz, embora saibamos que é o primeiro passo para que nos reconheçam como profundos conhecedores da causa.
Parabéns, poucos têm a coragem e determinação que você, se propondo e debatendo cara a cara com os experimentadores, é por aí..
Simone Alcântara
Muito informativa mesmo a entrevista, é preciso conversa e ação, conversa e ação, conversa e ação.
ResponderExcluirSilvan
Para quem viu os vídeos com os animais já libertados e em outro ambiente, bem pode imaginar "stress" pelo qual passaram: sair do inferno e conhecer liberdade, carinho e respeito em um ambiente saudável.
ResponderExcluirPrecisamos acabar com esse ranço de profissionais que chafurdam no obsoletismo pseudo-científico. Há várias maneiras de fazer experimentos sem precisar exercitar o próprio sadismo em animais indefesos. Se querem tanto prosseguir experimentando em seres vivos, façam isso em presidiários condenados por crimes hediondos; o uso de cobaias humanas desse estrato poderia reverter em benefícios financeiros para a família dos criminosos. É muito melhor do que essa infinidade de bolsas que o governo paga e nós financiamos. E não faria muita diferença para o governo, pois presidiário com sentença julgada não vota e para a família não creio que faça diferença de onde vem o dinheiro, desde que não envolva esforço e trabalho.
Dininha
Uma coisa que me intriga profundamente: os ativistas foram ao laboratório e libertaram os cães. Acho isso louvável. Mas e os pobres ratinhos? Ninguém lembrou-se deles?! Eles também sofem com as experiências, também sentem dor, medo e abandono.
ResponderExcluirDininha
Cara Dininha, você já prestou atenção a maioria desse pessoal envolvido nesse epsódio? Bem, eles estão tão inconformados porque os "animais" são cães. É sempre assim: cão é animal, coitadinho, pobrezinho... os outros? Os outros podem sofrer, podem esperar, mas os cães... estes devem ser resgatados o quanto antes e sabe porquê? Bem, porque o ser humano - mesmo quando tem boas intenções - é egoísta e crê, egoisticamente, que apenas o cão é seu "verdadeiro" amigo. Poupem-me
ExcluirSheila querida, a "coisa" em São Paulo tá mais feia que o chupa cabras pelo avesso! Os ativistas estão agindo como se estivessem escondendo judeu dos nazistas na segunda grande guerra. Ninguém quer comentar nada sobre os beagles nem por telefone! Veterinários tem que ser de confiança para tirar o chips e tratar os bichinhos...
ResponderExcluirA guerra está só começando!
Se não tivermos um ponto de partida nunca chegaremos ao final.
ResponderExcluirSim, primeiro questionar o modelo errado, depois vamos aprofundando e, como já existem alguns métodos substitutivos, daqui a pouco, com muita pressão da população, os animais não terão mais que ser submetidos para nada, especialmente para humanos, já que neste caso o modelo certo é o humano.
Inteligente você.
Claudete
Amiga, confirma isso pra mim. Hoje ouvi por alto no "Bom dia Brasil", que alguns dos cães resgatados do Instituto Royal foram abandonados na rua. Será que é verdade mesmo? Ou isso é balela?
ResponderExcluirÉ tudo muito conveniente, protetor nenhum soltaria um bichinho desses, só se não foi protetor quem pegou e sim uma pessoa qualquer e com medo...
ResponderExcluirAcredito mais em armação do Instituto só para colocar a opinião pública contra o ato.
Há também a possibilidade de que tenham escapado na noite pelos matos, mas duvido muito!
Quanto aos ratinhos, segundo os poucos ativistas que lá estiveram no salvamento os ratinhos foram mortos anteriormente pelo vivissectores, inclusive, alguns coelhinhos, eles eliminam provas...e sabiam que irira ter uma manifestação no sábado.
se tivessem mais pessoas para ajudar, talvez, até conseguissem encontrar o porão onde escondiam os animais mutilados , mas imagem o desespero de quem estava lá, eu gostaria de ter estado, mas como muita gente, me vi impossibilitada de comparecer.
Renata