16/09/2013

Vacina elimina a leishmaniose

A questão da leishmaniose está com a solução na reta final.... graças a Deus!!!! Acho que agora é questão de decisão governamental e por este motivo temos que pressionar... Leiam estas duas matérias excelentes:
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A imunização foi criada a partir de proteína presente no DNA do protozoário causador da doença. Testada em ratos, reduziu a carga parasitária em quase 100%. Especialistas acreditam que, no futuro, a substância poderá proteger animais e humanos

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O primeiro impacto ao se falar da leishmaniose visceral é a polêmica em torno do sacrifício de animais de estimação que têm a doença — medida exigida pela falta de recursos totalmente eficazes para o tratamento e a prevenção da infecção. Mas a enfermidade também acomete os homens. Ataca as células de defesa e, se não contida, pode levar à morte. A estimativa é de que 12 milhões de pessoas no mundo tenham o problema, que, até hoje, é tratado de forma paliativa. Um grupo de pesquisadores indianos, porém, trabalha em uma vacina que pode barrar os estragos causados pelo Leishmania.

A imunização vem do DNA do próprio parasita causador da doença. A fórmula obteve sucesso ao ser testada em ratos, eliminando grande parte dos agentes infecciosos dos roedores. Mas os pesquisadores trabalham com a possibilidade de usá-la também em humanos. “A leishmaniose é uma doença complexa. Afeta cerca de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e 500 mil novos casos são
relatados anualmente. As drogas utilizadas no tratamento são muito tóxicas e caras e, frequentemente, surge resistência contra esses medicamentos. O maior impulso da investigação nessa área é desenvolver uma vacina eficaz contra a leishmaniose visceral”, justifica Amitabha Mukhopadhyay, pesquisadora do National Institute of Immunology de Nova Délhi e integrante do estudo.

Os pesquisadores retiraram uma proteína presente no DNA do Leishmania chagasi que codifica um receptor envolvido com a sobrevivência do causador da doença. O protozoário necessita de ferro para sobreviver, mas não faz isso sozinho. Tira a substância da hemoglobina de seu hospedeiro. Os cientistas modificaram geneticamente a proteína, criando a substância HBR. A vacina com a HBR foi aplicada em ratos infectados com a leishmaniose visceral. “Nossos resultados mostraram que a vacinação com o HBR em camundongos e hamsters inibiu mais de 99% da carga parasitária no baço e no fígado dos animais”, explica Mukhopadhyay. O trabalho foi divulgado hoje na revista científica Science Translational Medicine.

Método promissor
Para a veterinária Valéria Marçal, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araçatuba, a vacina de HBR obteve resultados promissores nos testes, o que pode ser explicado pelo método escolhido. “Uma vacina feita de DNA seria uma desvantagem, teoricamente falando, porque esse tipo de imunização é pouco estudado, é difícil saber se acontece a integração dela ao genoma do hospedeiro. Acredito que a escolha da proteína para a modificação foi essencial, já que ela é conservada em todas as espécies de Leishmania e poderia, futuramente, ser usada no tratamento de outros subtipos da doença”, analisa.

Mukhopadhyay também destaca, no artigo, a possibilidade de utilização da vacina em outros tipos de contaminação da leishmaniose. “Nossos resultados demonstram que essa vacina oferece maiores vantagens sobre outras já desenvolvidas porque utiliza uma substância que atua em uma etapa importante no ciclo de vida do parasita e que está presente em várias espécies de Leishmania. O antígeno HBR pode ser um candidato potencial no combate a diferentes formas de leishmaniose”, projeta o pesquisador.

Sydney Silva, veterinário e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reconhece os bons resultados do experimento, mas acredita que mais testes deverão ser feitos para uma aplicação clínica da vacina “São resultados muito bons e promissores e devem ser conduzidos em outros modelos da doença. Não dá para prever como a vacina se comportará se testada em cães, por exemplo, porque é uma outra espécie animal com suas particularidades”, declara.
Silva também acredita na possibilidade de que a descoberta culmine também em uma imunização de humanos. “Vale ressaltar que esses resultados animadores foram obtidos em modelos de leishmaniose visceral em ratos e que devem ser confirmados em outros modelos como o cão, primatas não humanos e, finalmente, os humanos. Até lá, muito esforço e tempo ainda devem ser despendido.”

Mais comum em humanos
Existem três tipos de leishmaniose: a visceral, que ataca os órgãos internos; a cutânea, que ataca a pele; e a mucocutânea, que ataca as mucosas e a pele. A doença acomete cães, lobos, roedores silvestres e o homem. tipo mais comum em humanos é a visceral. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2011, a doença provocou mais de 2.600 mortes em todo o Brasil. 

FONTE: UAI - Saúde Plena
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Com a transferência, a empresa Ouro Fino Saúde Animal passa a poder produzir e comercializar a vacina em larga escala.

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) inaugura uma nova fase no tocante à pesquisa e à tecnologia na instituição. Na próxima segunda-feira, haverá a assinatura de contrato de Transferência de Tecnologia entre a UFOP e a Empresa Ouro Fino Saúde Animal Ltda, com a patente “Vacina contra Leishmaniose Visceral Canina”, a LBSap, dos professores pesquisadores Alexandre Barbosa Reis (UFOP), Rodrigo Correa Oliveira (CPqRR-Fiocruz) e Rodolfo Cordeiro Giunchetti (UFMG). 

Com 73 patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) pelo Núcleo de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo (Nite/UFOP), agora a UFOP transfere a tecnologia desenvolvida na Universidade. Com a transferência, a empresa passa a poder produzir a vacina em larga escala e comercializá-la. O evento será no dia 5 de agosto, às 16h, no Centro de Artes e Convenções da UFOP (piso superior).

A leishmaniose visceral canina é uma doença grave, não contagiosa, com desenvolvimento lento e de difícil diagnóstico. A vacina desenvolvida na Universidade possui uma ação preventiva, desenvolvida com antígeno de Leishmania (Viannia) braziliensis, que apresenta muitas vantagens em relação a outras modalidades já existentes, como grande potencial de resposta celular duradoura e efetiva, além de ter um baixo custo de produção que provavelmente se refletirá num valor mais baixo ao consumidor final.

“A expectativa é de que a vacina desenvolvida na UFOP sirva como uma medida de saúde pública no controle dessa zoonose e seja adquirida pelo governo federal para ser aplicada gratuitamente em grandes campanhas de vacinação, a fim de que todos tenham acesso, ou seja, o governo custear a vacinação dos animais nas áreas de incidência da doença”, explica o professor Alexandre Barbosa Reis.

O pesquisador espera que, de dois a três anos, a vacina já esteja “nas prateleiras” para comercialização. “Agora precisamos fazer um ensaio de fase três, feito nas condições de campo com a vacina já industrializada, visto que as duas primeiras fases foram executadas dentro dos laboratórios”. Esse processo será realizado pela empresa Ouro Fino sob a supervisão da equipe do laboratório de Imunopatologia do Nupeb/UFOP (Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas).

O professor está orgulhoso de estar à frente dessa pesquisa. “Fui aluno de graduação em Farmácia na UFOP, fiquei anos fora. Logo que retornei à instituição como professor, formei um grupo de trabalho e, agora, temos essa vacina pronta. É uma pesquisa genuinamente da UFOP. A transferência da tecnologia é um marco para mim e para a Universidade, servirá de incentivo para alunos e outros pesquisadores, além de dar mais visibilidade ao trabalho desenvolvido na instituição”, afirma. “A sensação de transformar os estudos em laboratório em um produto palpável ao consumidor é o que todo pesquisador deseja”, diz empolgado.

Alexandre Reis descreve, ainda, que a vacina LBSap (Leishmania Braziliensis Saponina) é resultado de um trabalho desenvolvido integralmente na UFOP ao longo de dez anos, com várias pesquisas com teses e dissertações de mestrado na área.

A leishmaniose
A moléstia é transmitida pela picada de flebotomíneo, conhecido como “mosquito palha”. Os sintomas mais comuns nos animais são perda de apetite, emagrecimento rápido, feridas na pele, queda de pelos e perda de movimentos das patas traseiras. Nos cães, a zoonose ainda não tem cura, logo a vacina pode ser uma ferramenta preventiva eficaz. 

A doença também pode atingir os seres humanos. Nas pessoas, os principais sintomas são febre prolongada, perda de apetite e emagrecimento, palidez e fraqueza, tosse seca, redução da força muscular, anemia e até aumento do fígado e do baço. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, a leishmaniose visceral (LV) humana está distribuída em 21 estados nas cinco grandes regiões do Brasil. De 2009 a 2011, foi registrada a média de 3.704 casos/ano. 

Segundo o professor Alexandre Reis, como os cães são os principais hospedeiros do parasita protozoário (Leihmania chagasi), a vacinação em larga escala desses animais também seria uma medida de profilaxia capaz de reduzir a contaminação nos seres humanos. “Controlando a doença canina, certamente conseguimos controlar a doença humana”, conclui.

FONTE: Portal UFOP

6 comentários:

  1. O que preocupa é: "Especialistas acreditam que, no futuro, a substância poderá proteger animais e humanos", porque enquanto isso... Futuro.

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  2. Nossa! Muito boas notícias sobre o combate a famigerada leishmaniose. Muito bons prognósticos para um futuro próximo.
    Silvan

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  3. Só vou acreditar qdo acontecer...espero que seja em breve...

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  4. Excelente noticia , vou dormir mais feliz hoje

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  5. Eu so acredito quando estiver em vigor,no futuro ta longe.

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