01/06/2017

Ati­vis­tas ata­cam re­mo­ção de ga­tos pelo risco de micose que pode contaminar humanos

Pois é, o problema é delicado demais e não dá para achar que o gato é o culpado disto tudo.... Ele é uma vítima como qualquer um de nós que estamos fora de governos que roubam o dinheiro do povo ao invés de praticar políticas públicas pelos animais.
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De­fen­so­res de ani­mais con­tes­tam ame­a­ça da esporotricose e cri­ti­cam o que cha­mam de "po­lí­ti­ca de higienização" da Pre­fei­tu­ra de BH

Di­an­te do pla­no de ma­ne­jo anun­ci­a­do pe­la Pre­fei­tu­ra de Be­lo Ho­ri­zon­te pa­ra con­tro­lar a po­pu­la­ção de ga­tos no Par­que Mu­ni­ci­pal Amé­ri­co Ren­né Gi­a­net­ti, na Re­gi­ão Cen­tral da ci­da­de, sob jus­ti­fi­ca­ti­va de pre­ve­nir o ris­co de um sur­to de es­po­ro­tri­co­se (do­en­ça der­ma­to­ló­gi­ca que aco­me­te ga­tos e hu­ma­nos), gru­pos de de­fe­sa dos ani­mais reagiram.

Eles clas­si­fi­cam a ini­ci­a­ti­va co­mo “po­lí­ti­ca de hi­gi­e­ni­za­ção”, e afir­mam que a re­ti­ra­da dos fe­li­nos se­rá inócua. Or­ga­ni­za­çõ­es não go­ver­na­men­tais (ON­Gs) de­fen­dem que não há ga­tos com a do­en­ça no es­pa­ço, e que re­ti­rá-los, por si só, não tra­rá re­sul­ta­do sem a efe­ti­va apli­ca­ção de pro­gra­mas per­ma­nen­tes de edu­ca­ção (e não so­men­te cam­pa­nhas tem­po­rá­ri­as), fis­ca­li­za­ção con­tra o aban­do­no e apli­ca­ção da lei que pu­ne quem aban­do­na animais. 

A PBH ain­da tra­ba­lha pa­ra de­fi­nir as di­re­tri­zes do ma­ne­jo e ga­ran­te que gru­pos de­fen­so­res de ani­mais e da so­ci­e­da­de ci­vil es­tão par­ti­ci­pan­do do trabalho. Mas ad­mi­te que não há con­fir­ma­ção de ani­mais do­en­tes no par­que e que, até ho­je, ne­nhu­ma mul­ta foi apli­ca­da por aban­do­no de fe­li­nos no parque.

A pre­o­cu­pa­ção re­la­ta­da pe­la PBH é que a es­po­ro­tri­co­se, que cau­sou epi­de­mia na ci­da­de do Rio de Ja­nei­ro e que tam­bém é re­gis­tra­da em BH, se alas­tre com o cres­ci­men­to da po­pu­la­ção felina. Nos ga­tos, os si­nais mais ob­ser­va­dos são fe­ri­das pro­fun­das na pe­le, ge­ral­men­te purulentas. Em pes­so­as, a mi­co­se que po­de pro­vo­car le­sõ­es graves. Pa­ra am­bos há tra­ta­men­to e a saí­da não é aban­do­nar ou sa­cri­fi­car o animal. 

Em no­ta, a Se­cre­ta­ria Mu­ni­ci­pal de Meio Am­bi­en­te des­ta­cou a pro­ba­bi­li­da­de de ris­co à saú­de pú­bli­ca e a ame­a­ça de que a es­po­ro­tri­co­se, nas con­di­çõ­es atu­ais do par­que, se alas­tre sem controle. A Se­cre­ta­ria Mu­ni­ci­pal de Saú­de in­for­mou que ado­ta “me­di­das pre­ven­ti­vas pa­ra que não ha­ja uma ex­plo­são do nú­me­ro de ca­sos” e que ini­ciou tra­ba­lhos nes­se sen­ti­do, com mo­ni­to­ra­men­to e es­te­ri­li­za­ção dos animais. Reu­ni­õ­es se­ma­nais es­tão sen­do or­ga­ni­za­das pe­las du­as se­cre­ta­ri­as pa­ra dis­cu­tir o tema.

Mas, pa­ra ati­vis­tas, o tra­ta­men­to da­do a ga­tos do Par­que Mu­ni­ci­pal no pas­sa­do mos­tra a ine­fi­ci­ên­cia da pla­no da PBH. De acor­do com a di­re­to­ra da ONG Bi­chos Ge­rais, He­le­ni­ce Ma­cha­do Men­des, a en­ti­da­de fez a re­ti­ra­da de 300 ga­tos do lo­cal por meio de uma par­ce­ria com a pre­fei­tu­ra, que se com­pro­me­teu à épo­ca a de­sen­vol­ver um pro­gra­ma de cons­ci­en­ti­za­ção e de vi­gi­lân­cia, pa­ra coi­bir o abandono. “Le­va­mos os ga­tos pa­ra um lo­cal on­de eles vi­vem até ho­je e são mui­to bem tratados. Mas a pre­fei­tu­ra não cum­priu a par­te de­la e tu­do vol­tou à es­ta­ca ze­ro, por­que mais ga­tos fo­ram aban­do­na­dos no parque. Ago­ra es­tão com o mes­mo dis­cur­so, que não vai dar em na­da se não hou­ver su­por­te”, afirma. A ONG Bi­chos Ge­rais tem en­tra­da fran­que­a­da no mu­ni­ci­pal pa­ra ali­men­ta­ção, tra­ta­men­to e cas­tra­ção dos gatos. E, se­gun­do a di­re­to­ra, “nun­ca foi en­con­tra­do ne­nhum ga­to se­quer com sus­pei­ta da do­en­ça”.

O pla­no de ma­ne­jo apre­sen­ta­do pe­la Se­cre­ta­ria de Meio Am­bi­en­te pa­ra os ga­tos do par­que in­clui cap­tu­ra pa­ra con­ta­gem, cas­tra­ção e mi­cro­chi­pa­gem dos ani­mais, que se­rão en­ca­mi­nha­dos a adoção. A se­cre­ta­ria in­for­mou ain­da que vai pro­mo­ver even­tos e pa­les­tras de cons­ci­en­ti­za­ção pa­ra ex­pli­car que aban­do­no é cri­me e que vai efe­ti­var uma po­lí­ti­ca de fis­ca­li­za­ção e pu­ni­ção, com mul­ta ou ser­vi­ços obri­ga­tó­ri­os, pa­ra quem dei­xar ga­tos no parque.

MAIS ABAN­DO­NOS A mé­di­ca ve­te­ri­ná­ria Flá­via Qua­dros, tam­bém ati­vis­ta em de­fe­sa dos ani­mais, ex­pli­ca por que, tec­ni­ca­men­te, a re­ti­ra­da não faz sen­ti­do sem açõ­es complementares. Se­gun­do ela, quan­to mais se re­ti­ra os ani­mais de um de­ter­mi­na­do lo­cal, mais se abre es­pa­ço pa­ra no­vos aban­do­nos e pa­ra a mul­ti­pli­ca­ção, pois quan­do há co­mi­da e dis­po­ni­bi­li­da­de de água e abri­go au­men­tam as chan­ces de re­pro­du­ção e con­se­quen­te­men­te cres­ce a população. Por ou­tro la­do, as pes­so­as vão vol­tar a aban­do­nar os ani­mais, co­mo já ocor­reu no passado. 

“A PBH há anos ne­gli­gen­cia o pro­ble­ma de aban­do­no de ga­tos não só no Par­que Mu­ni­ci­pal co­mo em ou­tros, a exem­plo do Par­que La­goa do Na­do, que tem uma po­pu­la­ção fe­li­na enor­me, e tam­bém em ce­mi­té­ri­os”, afirma. Além dis­so, ela ex­pli­ca que a ci­da­de não tem ofer­ta su­fi­ci­en­te de la­res res­pon­sá­veis pa­ra re­ce­ber ga­tos aban­do­na­dos, que se re­pro­du­zem aos mi­lha­res na cidade. Ela cri­ti­ca ain­da a po­lí­ti­ca de es­te­ri­li­za­ção da PBH, que não con­se­gue aten­der à de­man­da por castração.

Por meio de sua as­ses­so­ria de im­pren­sa, a Se­cre­ta­ria de Meio Am­bi­en­te in­for­mou que to­das as de­man­das em re­la­ção à pro­te­ção e me­lho­ria da qua­li­da­de de vi­da dos ga­tos no par­que es­tão sen­do dis­cu­ti­das, in­clu­si­ve com en­ti­da­des pro­te­to­ras de ani­mais, e que o for­ma­to do ma­ne­jo ain­da es­tá sen­do negociado. A se­cre­ta­ria anun­cia que vai im­ple­men­tar açõ­es de po­lí­ti­cas de cons­ci­en­ti­za­ção, além de fis­ca­li­za­ção e pu­ni­ção pa­ra ca­sos de des­cum­pri­men­to à lei que coí­be o aban­do­no de ani­mais no parque.

Já a Se­cre­ta­ria Mu­ni­ci­pal de Saú­de in­for­mou, em no­ta, que sua Ge­rên­cia de Zo­o­no­ses tra­ba­lha com uma es­tra­té­gia de pre­ven­ção de do­en­ças nos ani­mais em si­tu­a­ção de rua e que for­ma mais efi­caz de pre­ven­ção é a cas­tra­ção, va­ci­na­ção, ado­ção, edu­ca­ção, mu­dan­ça de com­por­ta­men­to das pes­so­as e es­tí­mu­lo à guar­da responsável.

Fonte: EM 

Um comentário:

  1. Devo ser reencarnação de alguém que viveu durante o nazismo, porque quando leio a frase: “po­lí­ti­ca de hi­gi­e­ni­za­ção” só lembro da câmera de gás e da fumaça saindo dos fornos. Enfim, o holocausto ainda não acabou, só mudou a vítima.

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