31/05/2017

Zooparque é escolhido para reprodução de girafas raras no interior de São Paulo

Não conhecia mesmo este zoológico particular e que bom que ele existe para trabalhar na questão de reprodução de girafas já consideradas em extinção.
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Animais são os únicos de sua espécie no Brasil; estima-se que sua população total não passe de 2,5 mil exemplares

SOROCABA - Um zoológico particular do interior de São Paulo foi selecionado para conduzir no País um projeto mundial de reprodução de girafas da subespécie Rothschild, a mais ameaçada de extinção no planeta. O Zooparque de Itatiba, na região de Campinas, recebeu um casal jovem da espécie de um zoológico da Áustria, na Europa. Com a chegada dos novos moradores, no início de abril, o local se tornou o único do Brasil a ter essas girafas. Bem adaptadas, os animais já se tornaram atração do zoo, que mantém um acervo de mais de mil animais de 180 espécies.

Com menos de dois anos, o casal ainda não está em idade reprodutiva, que é de 4 anos para a fêmea e de 6 para o macho, mas já conseguiu uma "madrinha" para a futura união. Os jovens animais foram "adotados" pela girafa Ayana, uma fêmea adulta de outra subespécie, a girafa do sul, mais comum na natureza. Ayana está no zoo paulista há nove anos, emprestada pelo zoológico de Belo Horizonte (MG), mas não conseguiu parceiro apto à reprodução. De acordo com o biólogo Felipe Garcia, como as girafas são animais gregários, logo os dois exemplares jovens se aproximaram da girafa adulta, o que favoreceu a adaptação ao novo lar.

A transferência do casal para o Brasil foi precedida de uma série de estudos e procedimentos burocráticos. "Os zoológicos são ferramentas importantes para a conservação de espécies ameaçadas, pois fazem o intercâmbio dos animais, ampliando a possibilidade de reprodução em cativeiro", disse Garcia. O zoo de Itatiba tem contato com as instituições da Europa e o zoológico da Áustria e se dispôs a compartilhar o projeto de reprodução da Rothschild. Atualmente, todos os animais da espécie que vivem na natureza estão em áreas protegidas do Quênia e da Uganda, na África, mas a população não passa de 2,5 mil exemplares.

O transporte dos dois espécimes foi acompanhado por Frank van der Woude, especialista holandês em importação e exportação de animais. Como as girafinhas já nascem com mais de um metro de altura, não se pode esperar muito tempo para o transporte, já que, adultas, elas chegam a seis metros. Os animais viajaram por terra da Áustria ao aeroporto de Luxemburgo, do qual seguiram de avião até São Paulo. No zoo, foram cumpridas as medidas de adaptação ao novo habitat e à dieta, composta basicamente de ração, além de frutas e legumes picados.

O casal de girafas será transferido para um recinto maior quanto estiver apto à reprodução. A fêmea tem gestação de 420 a 450 dias e gera um filhote por vez. O programa decidirá o futuro das crias - normalmente os filhotes são destinados a outros zoos participantes do projeto. A direção do Zooparque pretende fazer um concurso via redes sociais para escolher os nomes das girafinhas.

Instalado no km 95,5 da rodovia D.Pedro I, o zoológico recebe visitantes, mas o foco principal é a educação ambiental, segundo Garcia. Entre os animais, além das girafas, destacam-se o rinoceronte branco, elefante indiano, tigre de bengala, anta, lobo guará e uma coleção de primatas. Entre as aves, o casuar de capacete e a harpia disputam a atenção com araras e corujas. Há ainda um acervo de répteis.

De acordo com o biólogo Felipe Garcia, o casal de girafas veio do Zoo Schmiding, do município de Krenglbach, na Áustria. O zoo austríaco faz parte de uma rede de zoológicos da Europa, Ásia e América do Norte que adotam o conceito de conservação, pesquisa, educação ambiental e bem estar animal. Esses zoológicos mantêm um programa de intercâmbio de animais raros ou ameaçados para pesquisa genética e reprodução, visando a conservação da espécie. O zoo que obtém filhotes desses animais repassa a outros para ampliar a reprodução e a variação genética. O zoo destinatário precisa comprovar ter estrutura para receber e dar suporte ao animal.

FONTE: Estadão

2 comentários:

  1. Que ótima notícia! Parece que esse zoo é diferenciado dos zoos tradicionais. Tem um objetivo ecologicamente correto. Que as girafinhas sejam muito felizes lá.

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  2. Não duvido que tenha sido alguma espécie primitiva do ser humano a responsável por extinguir os dinossauros. Meteoro que nada, o ser humano tem a capacidade de extinguir até a própria espécie.

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