14/05/2017

Dois cafés e a conta com Hanriette Soares, Presidente do "Paraíso dos Focinhos"

Eu não conheço a Hanriette, mas, todos que promovem atendimento aos nossos amados animais merecem plena consideração e apreço. Sucesso na empreitada! Já publicamos duas matérias sobre esta ONG. Confira.
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Presidente da ONG Paraíso dos Focinhos vai levar atendimento veterinário gratuito a comunidades de baixa renda
Em sua casa, Hanriette Soares tem dois cães, Tito e Pretinha. Em sua empresa, mais dois, Floquinha e Pretinho. E na ONG que preside, Paraíso dos Focinhos, estão outros 130 cachorros e 82 gatos — fora dois cavalos, que vivem em baias alugadas num haras.

Muitos animais chegam em mau estado, vítimas de maus tratos e abusos. Após serem resgatados, recebem tratamento vip e ficam disponíveis para adoção. A ONG ocupa 4 mil metros quadrados em Guaratiba. São 61 canis, de até 36 metros quadrados. E quatro gatis, cada um com 54 metros quadrados. Há ventilador de teto, piso para animais paralíticos, piscina para eles se exercitarem, centro cirúrgico, enfermarias. “É um spa 5 estrelas gratuito, onde eles têm todo o conforto”, diz ela, de 46 anos.

A ONG tem loja online, com uma linha de produtos pet tradicional e outra personalizada, com camisetas, calendários, bloquinhos. Os atores Paolla Oliveira e Daniel Rocha são os padrinhos do local. Frejat já doou duas guitarras para leiloar. Hanriette assumiu a presidência em outubro de 2015, e já fez quatro campanhas de financiamento coletivo. Há uma nova, no Kickante, para comprar um ônibus e transformá-lo numa unidade móvel de atendimento veterinário gratuito.

Revista O Globo: Como surgiu o Paraíso dos Focinhos?
Hanriette Soares: Até os 41 anos, não tive animal de estimação. Minha mãe, que tinha mania de limpeza, não gostava. E passei isso para meu filho, o que me arrependo muito. Quando o pai dele, meu ex-marido, sugeria dar um animal para ele aprender a cuidar, eu respondia: “De jeito nenhum, vai sujar a casa.” Até que, há cinco anos, meu filho foi para a faculdade e ficou muito independente. Senti-me sozinha e comprei um cão da raça Fox Paulistinha, Tito. Enlouqueci. Quase não viajava mais para poder ficar perto. Quando viajei botei câmeras para vê-lo, matar as saudades e checar se tudo ia bem. À época, um grupo de protetoras queria tirar dezenas de animais que viviam em más condições na casa de uma acumuladora de cães e gatos. Fui convidada para ajudar, mas acabei me envolvendo mais, e assim surgiu a ONG em 2012.

Por que uma unidade móvel de atendimento gratuito?
Não queremos ajudar só nossos abrigados. Com o ônibus vamos atender mais animais. Afinal, recebemos mais de 20 pedidos de resgate por dia e só podemos pegar os casos mais graves, para não lotar o abrigo. O ônibus irá a comunidades de baixa renda vacinar, castrar e fazer atendimentos rápidos e exames de ultrassonografia e hemograma. Muita gente ama seus animais, mas precisa de ajuda para cuidar. Às vezes um cão está com sarna, e basta um remédio para ficar bem. Do contrário pode ter infecção generalizada e ir para a rua ou ser sacrificado. Com relação a animais de rua, temos outro projeto. Antes da visita à comunidade, vamos contactar famílias de lá que estejam dispostas a dar um lar temporário. Elas vão receber da ONG remédios, ração, atendimento veterinário domiciliar e ajuda de custo. Quando o animal estiver bom, pode ser colocado para adoção. E queremos nos tornar autossustentáveis. Buscamos um sócio para o projeto de uma rede de franquias de lojas de produtos pet e clínicas veterinárias com a nossa marca.

Cite alguns desses casos graves que vocês resgataram.
A gata Charlotte foi eletrocutada na rede da Ligth e perdeu duas patas do mesmo lado. Foi adotada e hoje consegue andar. Crianças de uma favela colocaram uma bombinha cabeção de nego no ânus da cadela Drica e acenderam. Ela tentou tirar com a boca, mas explodiu. Fizemos duas cirurgias de reconstrução no focinho e uma no ânus. Hoje brinca, é carinhosa. Está agendada para ser entregue em adoção. Pegamos agora um cão com um rombo no rosto feito por uma bala que entrou por um lado e saiu pelo outro. Fizemos livros de colorir com as histórias de três animais que resgatamos, tratamos e estão bem. O cão Miguel estava com tumor no focinho. O cão Adam Levine foi atropelado, passou 24 horas sem ajuda, ficou paralítico e usa cadeira de rodas. E o gato Ethan foi achado quase morto. É obeso, diabético e tem FIV e FELV.

Por que tantos animais abandonados?
Uma família quis dar quatro cães para poder viajar. Uma avó quis se livrar do poodle de 11 anos porque o neto tinha medo de cachorro. Pegamos agora um Lulu da Pomerânia idoso, jogado de um carro de luxo em movimento. Há quem trate o animal como um objeto. Mas ele não é uma coisa. Um animal é um compromisso para o resto da vida.

FONTE: oglobo

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