Mesmo que seja para escavar, de qualquer maneira, a carapaça é uma proteção.... Adoro ler estas coisas.....
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Um novo estudo sugere que a “protocarapaça” nos primeiros fósseis de tartarugas era inicialmente uma adaptação para a escavação subterrânea – e não para a proteção.
O senso comum diz-nos que a carapaça das tartarugas modernas é utilizado para a proteção, sendo que nenhum outro animal vertebrado vivo teve o corpo tão drasticamente alterado para formar uma estrutura de proteção impenetrável como a
tartaruga.
tartaruga.
No entanto, um novo estudo realizado por um grupo internacional de paleontólogos sugere que a “protocarapaça” com costelas amplas nos primeiros fósseis de tartarugas era inicialmente uma adaptação para a escavação subterrânea.
“A pergunta ‘porque é que a carapaça da tartaruga evoluiu?’ tem uma resposta que parece bastante óbvia – era para proteção”, comenta o paleontólogo Tyler Lyson, do Museum of Nature & Science de Denver (DMNS), nos EUA, principal autor estudo publicado na semana passada na Current Biology.
“Mas, assim como as penas dos pássaros não evoluíram inicialmente para o voo, nos seus primórdios a carapaça das tartarugas não era para proteção, mas sim para cavar no subterrâneo para escapar do duro ambiente sul-africano onde estas prototartarugas primitivas viviam”, descreve o cientista.
A evolução inicial da carapaça da tartaruga intrigou os cientistas durante muito tempo. “Sabíamos, tanto pelo registo fóssil como através da observação de como a carapaça se desenvolve em tartarugas modernas que uma das primeiras grandes mudanças no sentido de existir uma carapaça foi o alargamento das costelas”, disse Lyson.
Enquanto as costelas distintamente ampliadas podem não parecer uma modificação significativa, elas têm um sério impacto sobre a respiração e a velocidade em animais quadrúpedes.
As costelas são utilizadas para suportar o corpo durante a locomoção e desempenham um papel crucial para ventilar os pulmões. As costelas distintamente ampliadas endurecem o tronco, o que reduz a extensão da passada dos animais e a retarda, interferindo com a respiração.
Única exceção
“O papel integral das costelas na locomoção e na respiração é provavelmente o motivo porque não vemos muita variação na forma das costelas”, disse Lyson.
“As costelas são ossos geralmente muito chatos. As costelas de baleias, serpentes, dinossauros, seres humanos, e praticamente todos os outros animais têm a mesma aparência. As tartarugas são a única exceção, onde são altamente modificadas para formar a maioria da carapaça”.
Um grande avanço veio com a descoberta de vários exemplares da mais antiga prototartaruga parcialmente sem carapaça, o Eunotosaurus africanus (com 260 milhões de anos de idade), na Bacia de Karoo, na África do Sul.
Vários destes espécimes foram descobertos por dois dos coautores do estudo, Roger Smith e Bruce Rubidge, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.
Contudo, o espécime mais importante foi encontrado logo em seguida por um rapaz sul-africano de oito anos de idade, na quinta de seu pai, no Cabo Ocidental da África do Sul. Este espécime, com cerca de 15 cm de comprimento, compreende um esqueleto bem preservado em conjunto com as mãos e os pés totalmente articulados.
“Quero agradecer Kobus Snyman e dar-lhe um passa-bem, porque sem Kobus, que encontrou a amostra e a levou para o Museu Fransie Pienaar, em Prince Albert, este estudo não teria sido possível”, disse o Dr. Lyson.
O estudo inclui autores dos Estados Unidos, África do Sul e Suíça.
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