Há muitos anos atrás, eu ficava horrorizada com a morte de animais nas chamadas "carrocinhas" e abrigos de animais que usam esta forma como controle populacional. Um dia, um vet do Instituto de Veterinária aqui no Rio de Janeiro, me falou durante uma discussão que estava tendo com ele: "Sheila, você acha que eu estudei durante anos para estar aqui matando animais? eu estudei para salva-los.... mas, sou funcionário público.... tenho que matá-los...... se eu não fizer, outro vai fazer...."
Deste dia em diante, reparei que havia um humano com suas razões para agir daquela maneira. Passei, então, a brigar pela morte dos animais com anestésico (1994) e esterilização como forma de política pública (1995). Consegui os dois, sendo que anos depois, a proteção animal conseguiu o fim da matança de animais em instituições públicas. Ou seja, o fim da carrocinha.
As pessoas da proteção animal deviam, ao invés de criticar, trabalhar para a mudança deste tipo de solução que, inclusive, os abrigos usam. Imaginem ser veterinária em abrigo em Taiwan, Republica da China, onde a crueldade contra animais é enorme? Lamento profundamente e entendo bem o coração de quem tem que encarar esta realidade de tão perto!!!!!
(Foto: CEN)
A veterinária Jian Zhicheng, que comandava um abrigo público de animais em Taiwan, cometeu suicídio após receber críticas na internet por ter submetido 700 cães a eutanásia em um período de
dois anos.
De acordo com a imprensa local, Jian entrou em depressão após ser obrigada a sacrificar os animais. No entanto, a situação piorou após ela aparecer em um programa de TV para falar sobre sua rotina de trabalho e anunciar o número de eutanásias feitas por ela.
Na ocasião, ela ainda citou a questão da capacidade do abrigo, explicou que era obrigada a submeter os cães a eutanásia caso não fossem adotados em até 12 dias e fez um apelo para que as pessoas deixem de ir a lojas para comprar animais e passem a adotá-los, a fim de evitar situações como essa.
Depois disso, a veterinária passou a receber críticas e xingamentos como "açougueira" nas redes sociais, e decidiu injetar no próprio corpo as drogas utilizadas no procedimento. Ela morreu cinco dias depois, no último dia 12, segundo o Daily Mail.
Ela deixou uma carta de suícidio que, em um trecho, diz: "A vida humana não é diferente da vida de um cachorro; Eu irei morrer pelas mesmas drogas que uso para colocar cachorros para dormir em paz".
O abrigo conta com capacidade para 500 cães e 100 gatos. De acordo com o jornal britânico, um funcionário do local informou que a lei permite submeter os animais a eutanásia em caso de lotação. "Como é um abrigo de animais, não podemos recusar aqueles sem lar, mesmo quando há mais entrando do que saindo", declarou ele. "[Portanto], a fim de manter o padrão de qualidade de vida de animais, isso é permitido".
Fonte: RedeTV
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Tenho mais pena de protetores chineses, pois devem sofrer mais do que nós.
ResponderExcluirImagino como ficou a cabeça dessa moça,esse peso deve ser muito difícil de carregar,é uma situação complicada.
ResponderExcluirSe cada um que criticou ela,porque não foi lá no abrigo e adotou um cão ou um gato,seria mais simples né.
ResponderExcluirEu a entendo muito bem, e fico muito triste por tudo isso, mundo capitalista maldito, onde vidas não significam nada, e coisas significam muito. E rezarei para que ela encontra paz, se é verdade que ficamos "espirualmente atordoados, algum tempo após a morte". Rezar não irá fazer mal. Vou tentar encontrar algum website ou email onde possamos escrever para protestar por sua morte e abate dos animais, alguém topa? Aurea
ResponderExcluirEu também me sentiria como ela e com certeza teria o mesmo fim se fosse pressionada a cometer esse crime, afinal, como viver em paz carregando um fardo tão pesado na alma?
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