Daqui a pouco, quando acabarem com as onças em MT, vão matar os búfalos como estão querendo fazer em Rondônia... não querem mais... faz o quê? mata....... Que horror!!!!! o tal "serumano" é podre mesmo, não? Leia a matéria sobre isto ao final....
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No Pantanal, búfalos são usados para proteger rebanho das onças
No Pantanal, búfalos são usados para proteger rebanho das onças
Fazendeiros do Pantanal estão apostando em búfalos como forma de proteger seus rebanhos bovinos de ataques de onças pintadas. E o bioma pode pagar por isso.
Isso porque bovinos são mansos –ou seja, presas mais fáceis. Já os búfalos reagem aos ataques, em bando. A ideia, portanto, é colocá-los junto ao gado e às matas ciliares de rios, criando uma barreira de proteção.
Foi o que fez a fazenda Porto Jofre, no Pantanal de Mato Grosso, onde os peões recolhem todas as noites o rebanho de 300 cabeças de nelore em uma área de cinco hectares para dormir. Junto a ele, vão 20 búfalos.
"Eles cuidam bem do meu gado", diz Eliseu Evangelhista, proprietário da fazenda.
Eliseu acredita que, graças aos búfalos, deixou de perder cerca de 70 bezerros por ano por predação das onças. "Mexo com eles todos os dias, senão fogem. Na região, tem várias propriedades que perderam o controle e os búfalos se tornaram selvagens", conta.
Esse é o perigo. No Pantanal, bandos selvagens não têm predadores. Se saírem do controle, as populações podem crescer sem limites. Mais fortes e pesados do que os bovinos, búfalos estouram cercas com facilidade e nadam muito bem. "Basta um descuido para que os animais fujam. Essa é a origem das populações de búfalos asselvajados no Pantanal", conta o pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa.
Outro problema é que eles nem sempre são dóceis.
Ivanildo Miranda, empresário e pecuarista há 35 anos no Pantanal de Mato Grosso do Sul, conta que, um dia, após chegar em sua fazenda de avião, foi surpreendido ao saber que um de seus búfalos mansos arrebentou a cerca da pista de pouso e começou a dar chifradas no avião estacionado.
"O avião parado e o búfalo lá, dando cabeçada e chifrada! Esse bicho não é fácil."
Búfalo de guarda
Animal é usado para proteger boiada contra onças
NELORE
Peso médio Macho: 680kg Fêmea: 360kg Comportamento de fuga: Os nelores fogem, comumente deixando seus filhotes para trás
BÚFALO MEDITERRANEO
Peso médio Macho: 750kg Fêmea: 550kg Comportamento gregário Búfalos adultos fazem círculo em volta dos filhotes e alguns enfrentam/ espantam a onça
Os búfalos selvagens são ainda mais agressivos.
Em setembro deste ano, Anorvo Gomes da Silva, 59, morreu após ser atacado por um búfalo asselvajado na fazenda em que trabalhava como peão, no Pantanal de MS.
"São muitos búfalos selvagens aqui. Depois do acidente do meu pai, um peão pediu as contas, porque tem medo. Esse não é um caso isolado. Se as autoridades não tomarem providência, a tendência é só piorar", diz Edezio Gomes da Silva, 33, filho de Anorvo.
O animal o atacou enquanto ele e outros três peões andavam a cavalo em uma mata densa. A investida matou o cavalo no local e perfurou o abdome de Anorvo, que morreu após sete dias.
Segundo especialistas, os búfalos ficam mais mansos se manejados diariamente, mas no Pantanal o sistema intensivo de criação de gado não faz parte da cultura. Bovinos são criados soltos nos pastos, e têm contato com o homem poucas vezes durante o ano.
No Norte, o Amapá tem um problema sério com búfalos selvagens. São mais de 30 mil animais assoreando rios, causando erosões, compactando o solo e competindo com espécies nativas. Não se sabe quantos animais há no Pantanal –a Embrapa fará uma estimativa no próximo ano.
EVIDÊNCIAS
Os especialistas afirmam que não há comprovação de que utilizar búfalos de fato reduza a morte de bois.
"Se a intenção for só proteção do gado, não sei se dará certo. Eles têm um instinto de proteção forte entre eles; mas desconheço que isso possa extrapolar para outras espécies", diz o veterinário Jaci de Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Eles são mais lentos que bovinos, costumam andar juntos, não dá para impor um ritmo, é preciso trabalhar com calma. Manejo agressivo não funciona e pode pôr todos em risco."
Os animais têm bom potencial para produção de leite e carne. Na fazenda de turismo San Francisco (MS), há produção de leite de búfala há dez anos. "Os bandos ficam dentro d'água, é uma paisagem bonita, os turistas gostam", diz Roberto Coelho, dono da fazenda.
Isso porque bovinos são mansos –ou seja, presas mais fáceis. Já os búfalos reagem aos ataques, em bando. A ideia, portanto, é colocá-los junto ao gado e às matas ciliares de rios, criando uma barreira de proteção.
Foi o que fez a fazenda Porto Jofre, no Pantanal de Mato Grosso, onde os peões recolhem todas as noites o rebanho de 300 cabeças de nelore em uma área de cinco hectares para dormir. Junto a ele, vão 20 búfalos.
"Eles cuidam bem do meu gado", diz Eliseu Evangelhista, proprietário da fazenda.
Eliseu acredita que, graças aos búfalos, deixou de perder cerca de 70 bezerros por ano por predação das onças. "Mexo com eles todos os dias, senão fogem. Na região, tem várias propriedades que perderam o controle e os búfalos se tornaram selvagens", conta.
Esse é o perigo. No Pantanal, bandos selvagens não têm predadores. Se saírem do controle, as populações podem crescer sem limites. Mais fortes e pesados do que os bovinos, búfalos estouram cercas com facilidade e nadam muito bem. "Basta um descuido para que os animais fujam. Essa é a origem das populações de búfalos asselvajados no Pantanal", conta o pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa.
Outro problema é que eles nem sempre são dóceis.
Ivanildo Miranda, empresário e pecuarista há 35 anos no Pantanal de Mato Grosso do Sul, conta que, um dia, após chegar em sua fazenda de avião, foi surpreendido ao saber que um de seus búfalos mansos arrebentou a cerca da pista de pouso e começou a dar chifradas no avião estacionado.
"O avião parado e o búfalo lá, dando cabeçada e chifrada! Esse bicho não é fácil."
Búfalo de guarda
Animal é usado para proteger boiada contra onças
NELORE
Peso médio Macho: 680kg Fêmea: 360kg Comportamento de fuga: Os nelores fogem, comumente deixando seus filhotes para trás
BÚFALO MEDITERRANEO
Peso médio Macho: 750kg Fêmea: 550kg Comportamento gregário Búfalos adultos fazem círculo em volta dos filhotes e alguns enfrentam/ espantam a onça
COMO FUNCIONA O CERCO
1 - Búfalos são colocados entre nelores e mata ciliar de rio
2 - Onça surge de mata ciliar, búfalos se agitam e formam círculo de proteção/espantam a onça
POR QUE NÃO FUNCIONA PERFEITAMENTE?
Nem sempre onças vão passar pelos búfalos para chegarem ao rebanho de bovinos. Búfalos protegem indivíduos de sua espécie, não estendem o comportamento aos bovinos
Os búfalos selvagens são ainda mais agressivos.
Em setembro deste ano, Anorvo Gomes da Silva, 59, morreu após ser atacado por um búfalo asselvajado na fazenda em que trabalhava como peão, no Pantanal de MS.
"São muitos búfalos selvagens aqui. Depois do acidente do meu pai, um peão pediu as contas, porque tem medo. Esse não é um caso isolado. Se as autoridades não tomarem providência, a tendência é só piorar", diz Edezio Gomes da Silva, 33, filho de Anorvo.
O animal o atacou enquanto ele e outros três peões andavam a cavalo em uma mata densa. A investida matou o cavalo no local e perfurou o abdome de Anorvo, que morreu após sete dias.
Segundo especialistas, os búfalos ficam mais mansos se manejados diariamente, mas no Pantanal o sistema intensivo de criação de gado não faz parte da cultura. Bovinos são criados soltos nos pastos, e têm contato com o homem poucas vezes durante o ano.
No Norte, o Amapá tem um problema sério com búfalos selvagens. São mais de 30 mil animais assoreando rios, causando erosões, compactando o solo e competindo com espécies nativas. Não se sabe quantos animais há no Pantanal –a Embrapa fará uma estimativa no próximo ano.
EVIDÊNCIAS
Os especialistas afirmam que não há comprovação de que utilizar búfalos de fato reduza a morte de bois.
"Se a intenção for só proteção do gado, não sei se dará certo. Eles têm um instinto de proteção forte entre eles; mas desconheço que isso possa extrapolar para outras espécies", diz o veterinário Jaci de Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais. "Eles são mais lentos que bovinos, costumam andar juntos, não dá para impor um ritmo, é preciso trabalhar com calma. Manejo agressivo não funciona e pode pôr todos em risco."
Os animais têm bom potencial para produção de leite e carne. Na fazenda de turismo San Francisco (MS), há produção de leite de búfala há dez anos. "Os bandos ficam dentro d'água, é uma paisagem bonita, os turistas gostam", diz Roberto Coelho, dono da fazenda.
FONTE: FOLHA DE SP
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Governo de Rondônia pretende abater cerca de três mil búfalos
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Governo de Rondônia pretende abater cerca de três mil búfalos
O Plano de Manejo de Búfalos no Vale do Guaporé, elaborado por 28 técnicos de 13 instituições dos governos estadual e Federal, aponta impacto significativo sobre o ecossistema da região causado pelos animais que chegaram a Rondônia em 1953, com o objetivo de desenvolver a agropecuária com o fornecimento de carne, leite, matrizes e tração animal. Mas isso não prosperou e, antes domesticados, os animais se tornaram asselvajados, sem controle.
Os búfalos, animais que cedo procriam e
estendem a função reprodutiva por 20 dos 30 anos de vida, foram abandonados à própria sorte no Vale do Guaporé. Eles cresceram para além da fazenda onde foram introduzidos, a Pau d’ Óleo, espalhando-se pela Reserva Biológica (Rebio) Guaporé, unidade de conservação federal criada em 1982 com 617 mil hectares; e a Reserva Extrativista Pedras Negras, com 124.409 hectares, criada em 1995.
Com 82 páginas, o Plano de Manejo de Búfalos no Vale do Guaporé é o documento que sustenta a inédita iniciativa de lei apresentada ao Poder Legislativo pelo governo de Rondônia com o propósito de erradicar o que se calcula em pouco mais de três mil búfalos, que de forma perceptível, segundo os técnicos, estão produzindo “efeitos deletérios sobre a biota nativa da região, além das perturbações do solo e vazão hidrológica”.
Por ser unidade federal, a Reserva Biológica do Guaporé está sob a competência do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio), a quem o governo estadual já pediu ajuda para solução do problema. A instituição sofre ação proposta pelo Ministério Publico Federal por não combater a espécie considerada invasora, e que está prejudicando a biodiversidade local.
Situando-se em uma área de transição entre a Amazônia e o Planalto Central Brasileiro, com aspectos variados e complexos, com 14 diferentes tipos de vegetação, a mais rica de toda a paisagem de Rondônia, a Rebio Guaporé concentra espécies animais em extinção, e a proteção a esse tipo de unidade está descrita da seguinte forma, no artigo 10, da lei que estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC): “A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais”.
Os técnicos do Ibama descreveram os principais danos ambientais ocorridos com o pisoteio e pastagem das manadas de búfalo, um animal de grande porte que pode chegar a três metros de cumprimento. Habitam a Rebio Guaporé as espécies com origem na India (Jafarabadi) e Filipinas (Carabao), que ultrapassaram as fronteiras da fazenda Pau d’ Óleo em razão da ausência de programação das finalidades a que se destinavam; aumento do rebanho; manejo inadequado e burocracia na transferência dos animais.
Entre os impactos constatados, e muitos deles bastante visíveis, estão a alteração da fitogenia das plantas de campos naturais, formação de incontáveis sulcos de profundidade variável, compactação do solo em até 10 cm de profundidade, desvio dos cursos de água, alteração na capacidade de drenagem do solo, formação de grandes poças de lama durante a estação seca, desmoronamento das margens de lagoas e desparecimento de sub-bosque em áreas de matas fechadas.
Os estudos na área ocupada pelos búfalos, para os quais consideram-se mapeamentos realizados na época da seca e imagens de satélites, apontam que no período das águas os búfalos transitam em áreas mais elevadas e, consequentemente menos inundadas, tendo preferência pelas ilhas de formação natural, para descanso e período noturno. Com isso, o superpisoteio faz com que as ilhas afundem e as arvores exponham seus sistemas radiculares, tornando-se vulneráveis à pragas e doenças, e a fatores abióticos como fogo ou vento, que acabam proporcionando sua queda.
A arara canga, arara vermelha, papagaio moleiro, garça branca, biguá, maguari e garça real são aves que estão sofrendo pressão dos búfalos. A presença dos animais nos campos alagados prejudica a nidificação (formação de ninhos) dos maguaris, que usam talos de plantas aquáticas, um pouco acima do nível da água, para construir esse abrigo. “A probabilidade de haver um ninho de maguari em áreas sem búfalos é 1.140 vezes maior do que em áreas com búfalos”, diz trecho do Plano de Manejo.
Em extinção, o cervo do pantanal está mais ameaçado, a reprodução de peixes é alterada e as caminhadas dos búfalos em bancos de areia resultam em ninhos de tartaruga pisoteados.
Para além da questão ecológica, os búfalos do Guaporé se tornaram um problema de ordem legal para os governos de Rondônia e Federal. A lei de proteção à fauna (nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967), descreve no artigo 5º ser “proibida a introdução de animais silvestres e domésticos na reservas biológicas nacionais, como modificações do meio ambiente a qualquer título”.
Outro aparato jurídico, o Fecreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979, em seu artigo 14 expressa ser “vedada a introdução de espécies estranhas aos ecossistemas protegidos”. Esse decreto, que regulamenta parques nacionais e descreve de que forma atuar em uma Rebio caso ocorram problemas com animais alienígenas, recomenda a remoção ou eliminação dos mesmos, “com aplicação de métodos que minimizem perturbações no ecossistema e preservem o primitivismo das áreas, sob a responsabilidade de pessoal qualificado”.
Ainda não se sabe o que pensam os deputados sobre a necessidade de cumprir medidas que possam atender o enunciado contido na lei que estabelece o SNUC e outros suportes legais, mas o secretário-adjunto de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Francisco de Sales, tem feito sua parte.
Coordenador da Comissão Especial Multidisciplinar cujo trabalho de meses culminou com as medidas de erradicação dos búfalos contidas na proposta de lei, Sales encaminhou informações ao relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, deputado Jesuíno Boabaid, após audiência pública sobre o assunto realizada em 11 de setembro, e tem conversado com ele e demais parlamentares para convencimento do plano de manejo e erradicação dos animais.
Além disso, o governo acatou sugestões ofertadas na audiência pública, e reformulou alguns artigos do PLO 153/2015, nos capítulos que tratam da captura e abate dos animas, o que deve ser feito no prazo de 5 anos, e do controle de recursos para a empresa que ganhará a licitação destinada ao trabalho de captura e abate dos búfalos, que passarão por quarentena, exames clínicos necessários e acompanhamento da Agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para só então a carne ser comercializada.
Os búfalos, animais que cedo procriam e
estendem a função reprodutiva por 20 dos 30 anos de vida, foram abandonados à própria sorte no Vale do Guaporé. Eles cresceram para além da fazenda onde foram introduzidos, a Pau d’ Óleo, espalhando-se pela Reserva Biológica (Rebio) Guaporé, unidade de conservação federal criada em 1982 com 617 mil hectares; e a Reserva Extrativista Pedras Negras, com 124.409 hectares, criada em 1995.
Com 82 páginas, o Plano de Manejo de Búfalos no Vale do Guaporé é o documento que sustenta a inédita iniciativa de lei apresentada ao Poder Legislativo pelo governo de Rondônia com o propósito de erradicar o que se calcula em pouco mais de três mil búfalos, que de forma perceptível, segundo os técnicos, estão produzindo “efeitos deletérios sobre a biota nativa da região, além das perturbações do solo e vazão hidrológica”.
Por ser unidade federal, a Reserva Biológica do Guaporé está sob a competência do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio), a quem o governo estadual já pediu ajuda para solução do problema. A instituição sofre ação proposta pelo Ministério Publico Federal por não combater a espécie considerada invasora, e que está prejudicando a biodiversidade local.
Situando-se em uma área de transição entre a Amazônia e o Planalto Central Brasileiro, com aspectos variados e complexos, com 14 diferentes tipos de vegetação, a mais rica de toda a paisagem de Rondônia, a Rebio Guaporé concentra espécies animais em extinção, e a proteção a esse tipo de unidade está descrita da seguinte forma, no artigo 10, da lei que estabeleceu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC): “A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais”.
Os técnicos do Ibama descreveram os principais danos ambientais ocorridos com o pisoteio e pastagem das manadas de búfalo, um animal de grande porte que pode chegar a três metros de cumprimento. Habitam a Rebio Guaporé as espécies com origem na India (Jafarabadi) e Filipinas (Carabao), que ultrapassaram as fronteiras da fazenda Pau d’ Óleo em razão da ausência de programação das finalidades a que se destinavam; aumento do rebanho; manejo inadequado e burocracia na transferência dos animais.
Entre os impactos constatados, e muitos deles bastante visíveis, estão a alteração da fitogenia das plantas de campos naturais, formação de incontáveis sulcos de profundidade variável, compactação do solo em até 10 cm de profundidade, desvio dos cursos de água, alteração na capacidade de drenagem do solo, formação de grandes poças de lama durante a estação seca, desmoronamento das margens de lagoas e desparecimento de sub-bosque em áreas de matas fechadas.
Os estudos na área ocupada pelos búfalos, para os quais consideram-se mapeamentos realizados na época da seca e imagens de satélites, apontam que no período das águas os búfalos transitam em áreas mais elevadas e, consequentemente menos inundadas, tendo preferência pelas ilhas de formação natural, para descanso e período noturno. Com isso, o superpisoteio faz com que as ilhas afundem e as arvores exponham seus sistemas radiculares, tornando-se vulneráveis à pragas e doenças, e a fatores abióticos como fogo ou vento, que acabam proporcionando sua queda.
A arara canga, arara vermelha, papagaio moleiro, garça branca, biguá, maguari e garça real são aves que estão sofrendo pressão dos búfalos. A presença dos animais nos campos alagados prejudica a nidificação (formação de ninhos) dos maguaris, que usam talos de plantas aquáticas, um pouco acima do nível da água, para construir esse abrigo. “A probabilidade de haver um ninho de maguari em áreas sem búfalos é 1.140 vezes maior do que em áreas com búfalos”, diz trecho do Plano de Manejo.
Em extinção, o cervo do pantanal está mais ameaçado, a reprodução de peixes é alterada e as caminhadas dos búfalos em bancos de areia resultam em ninhos de tartaruga pisoteados.
Para além da questão ecológica, os búfalos do Guaporé se tornaram um problema de ordem legal para os governos de Rondônia e Federal. A lei de proteção à fauna (nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967), descreve no artigo 5º ser “proibida a introdução de animais silvestres e domésticos na reservas biológicas nacionais, como modificações do meio ambiente a qualquer título”.
Outro aparato jurídico, o Fecreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979, em seu artigo 14 expressa ser “vedada a introdução de espécies estranhas aos ecossistemas protegidos”. Esse decreto, que regulamenta parques nacionais e descreve de que forma atuar em uma Rebio caso ocorram problemas com animais alienígenas, recomenda a remoção ou eliminação dos mesmos, “com aplicação de métodos que minimizem perturbações no ecossistema e preservem o primitivismo das áreas, sob a responsabilidade de pessoal qualificado”.
Ainda não se sabe o que pensam os deputados sobre a necessidade de cumprir medidas que possam atender o enunciado contido na lei que estabelece o SNUC e outros suportes legais, mas o secretário-adjunto de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Francisco de Sales, tem feito sua parte.
Coordenador da Comissão Especial Multidisciplinar cujo trabalho de meses culminou com as medidas de erradicação dos búfalos contidas na proposta de lei, Sales encaminhou informações ao relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, deputado Jesuíno Boabaid, após audiência pública sobre o assunto realizada em 11 de setembro, e tem conversado com ele e demais parlamentares para convencimento do plano de manejo e erradicação dos animais.
Além disso, o governo acatou sugestões ofertadas na audiência pública, e reformulou alguns artigos do PLO 153/2015, nos capítulos que tratam da captura e abate dos animas, o que deve ser feito no prazo de 5 anos, e do controle de recursos para a empresa que ganhará a licitação destinada ao trabalho de captura e abate dos búfalos, que passarão por quarentena, exames clínicos necessários e acompanhamento da Agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para só então a carne ser comercializada.
SUGIRO QUE OS ANIMAIS SEJAM CASTRADOS UM A UM ATÉ QUE NÃO POSSAM MAIS PROCRIAR !! SUGIRO AINDA QUE AOS POUCOS SE REDUZA A ÁREA DE OCUPAÇÃO DOS MESMOS E SE REABILITE ESSAS ÁREAS !! A MATANÇA NÃO DEVE SER LEVADA A EFEITO POIS É MEDIDA EXTREMA E DESNECESSÁRIA !!
ResponderExcluirO bom senso diz que a verdade está com vc, Anônimo. Mas em nosso país isso inexiste.
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