23/03/2015

Estudante de veterinária usa falcoaria para tratar aves de rapina em Petrolina

Legal o trabalho deste rapaz ...
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Falcoaria é usada para desenvolver as capacidades das aves em recuperação (Foto: Jaquelyne Costa/Cemafauna)
Aves que recebem os cuidados são geralmente vítimas de ação humana.
Técnica é usada para desenvolver as capacidades dos animais.

As garras fortes, os bicos curvos e a alimentação carnívora fazem com que algumas pessoas atribuam características ruins às aves de rapina, levando inclusive a feri-las. Recuperar esses animais machucados e devolver a eles as capacidades totais é o trabalho realizado por um estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Petrolina, no Sertão pernambucano.

Lucas Cabral, de 20 anos, é estagiário do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da
Caatinga (Cemafauna), que fica localizado no campus de Ciências Agrárias da Univasf, na Zona Rural de Petrolina. No local, ele utiliza da falcoaria, técnica de criar e treinar aves de rapina, para recuperar os animais que chegam no Centro.

Cerca de 35 aves recebem cuidados no Cemafauna atualmente. Muitas delas sofreram fraturas que as impedem de voar por ação do homem. “Geralmente são animais recuperados pelo Ibama que iam ser traficados ou foram feridos por ação humana, como o caso de uma coruja que estamos tratando que foi queimada viva”, conta Lucas.

Aves de rapina do Centro são geralmente vítimas da ação humana (Foto: Wesley Lopes/Cemafauna)
Os traumas causados pelos maus tratos às aves leva a outro problema, o trabalho de falcoaria é dificultado, pois elas ficam mais agressivas. “Os animais associam pessoas a coisas negativas, por isso nós temos que ir aos poucos oferecendo coisas boas, como comida, por exemplo, para que a ave vá se acostumando com o falcoeiro”, explicou o estudante.

Lucas está há um ano no Cemafauna, mas conta que já pesquisava sobre a falcoaria durante a infância e adolescência. “O primeiro contato com animais silvestres foi aos 11 anos por causa de um tio que tem um serpentário. Mas o interesse pela falcoaria começou mesmo quando me deram um gavião que estava machucado e comecei a pesquisar para poder tratá-lo”, relembrou.

Com o passar do tempo o jovem passou a estudar sobre o assunto na internet e participar de grupos virtuais sobre a falcoaria. “Amigos resgatavam as aves e me mandavam para que eu tratasse. Comecei a treinar as técnicas, quando tinha 15 anos, com dois gaviões e um Carcará que eu tinha. Eu sempre quis ser veterinário”, afirmou. Cabral conta que pretende fazer especialização em animais silvestres e exóticos, pois são os que mais gosta.

O falcoeiro explica ainda que a técnica não é uma espécie de brincadeira, os animais não são treinados para lazer. “A principal intenção do trabalho é recuperar esses animais e possibilitar que eles alcancem todo o seu potencial. As aves são treinadas porque, por exemplo, algumas ficam em cativeiro e atrofiam os músculos. E o animal em cativeiro, por maior que seja o local, não permite que ele desenvolva toda a sua capacidade. O objetivo é dar a esses animais uma vida mais próxima possível da que tem na natureza”, conclui.

FONTE: G1

2 comentários:

  1. É sempre gratificante ver pessoas que realmente amam aquilo que fazem e o fazem pelos animais tão necessitados, desamparados e sofridos. Lindo!

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