Record Distrito Federal - 06/03/14
O atleta paralímpico Marcondes do Nascimento, de 39 anos, adotou há sete meses uma cadela deficiente. Além de cuidar do animal, ele também treina com ela para a próxima competição. A relação entre os dois é
bonita e ultrapassa as barreiras do comum, do óbvio. A limitação física entre ambas as partes passa desapercebida e não é considerada um empecilho porque, segundo Nascimento, existe amor.
— A Vicky representa para mim equilíbrio, paz, tranquilidade e amor.
Marcondes nasceu em Recife, Pernambuco, e vive na capital do País há duas décadas. Chegou em Brasília para reconstruir a vida após ser baleado no tórax durante um desentendimento na cidade natal. A lesão foi grave e ele perdeu totalmente o movimento das pernas.
Em Brasília encontrou no esporte, mais precisamente no tiro com arco, uma nova razão para viver. Entre os atletas cadeirantes ele se destaca como um dos melhores do Brasil.
— Eu respiro o tiro com arco hoje porque já sinto o cheiro das Paraolimpíadas no Brasil. É um sonho, estou bucando e treinando todos os dias para realizá-lo.
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Nascimento treina pelo menos cinco horas por dia, de segunda a segunda, no conforto do lar mesmo. O atleta vive com a família em uma casa confortável no Setor de Mansões do Lago Norte, área nobre de Brasília, e tira da relação com os animais a grande movitação para vencer.
— Os animais para mim representam família. Gato, cachorro... posso dizer que eles me ajudam no esporte, me trazem paz e me fazem feliz.
Ao todo, Nascimento tem seis cachorros, dois gatos e apoio total dos familiares, mas entre tantos animais ele tem um carinho especial pela cadela Vicky. Ela foi atropelada e vivia na rua. Quem atropelou o animal não prestou nenhum socorro e ela perdeu as patas traseiras.
— Ela me trouxe algo diferente e especial durante nossa convivência. Quando cachorro abana o rabo é sinal de felicidade, mas como ela não tem movimento demonstra os sentimentos de outras formas. O olhar dela é diferente, é de agradecimento e isso me faz ficar ainda mais apaixonado.
A voluntária do projeto Adoção São Francisco, Ana Vieira, disse que Vicky não morreu por pouco e que o resgate aconteceu na hora exata.
— A Vicky chegou até nós através de um pedido de ajuda, porque estava com as patas dilaceradas. Devido ao atropelamento, ela se arrastava e isso foi causando machucados com o tempo. Nós a acolhemos de prontidão e a levamos para o veterinário e tiveram que amputar as patinhas porque estavam muito debilitadas.
Marcondes e Vicky mantém uma relação que coloca o amor acima de tudo. Não existem olhos para enxergar qualquer tipo de deficiência porque, para eles, deficiente é quem não entende a união e a amizade entre o homem e um animal.
________________MATÉRIA DO G1
Atleta paralímpico do DF adota cadela de 2 patas que usa cadeira de rodas
Atleta paralímpico Marcondis Nascimento brinca com cadela Vicky e outro cão no DF Foto: Marcondis Nascimento/Arquivo pessoal |
Fiquei muito irritado ao saber que ela foi abandonada nessa condição', diz.
Vira-lata foi atropelada e abandonada; ela ganhou canil exclusivo na casa.
Apaixonado por histórias de lealdade entre homens e seus cães, um atleta paralímpico de Brasília tomou uma decisão despretensiosa, mas digna de roteiro de cinema: adotou uma vira-lata que, depois de ser atropelada e abandonada, perdeu as duas patas traseiras. Vicky passou por tratamento, ganhou uma cadeira de rodas e há sete meses virou o xodó da casa de Marcondis Nascimento, de 39 anos, no Lago Norte.
O atleta soube da cadela por uma amiga que
atua na ONG Projeto Adoção São Francisco, onde Vicky foi acolhida. Ela chegou a passar por um lar temporário, mas a responsável pediu ajuda para cuidar do animal, que apresentava muitas limitações.
atua na ONG Projeto Adoção São Francisco, onde Vicky foi acolhida. Ela chegou a passar por um lar temporário, mas a responsável pediu ajuda para cuidar do animal, que apresentava muitas limitações.
"Fiquei muito irritado ao saber que ela foi abandonada nessa condição. É difícil entender o que se passa na cabeça de uma pessoa, mas não acreditei. Sou meio indiferente a emoção de filme, mas sempre que assisto 'Marley e eu' ou 'Sempre ao seu lado' eu choro de verdade, porque o que envolve animal me machuca, me dói demais", disse.
Para recebê-la em casa, Nascimento construiu um canil exclusivo e colocou tatame no chão. Além disso, pediu a ajuda da mãe para monitorá-la. A residência tem outros cinco cães, além de dois gatos.
"Ela não consegue controlar o xixi e o cocô, então sempre tem que ter alguém limpando. Fora isso, tudo bem. Ela dá bem menos trabalho do que eu esperava. Eu tinha medo pela piscina, até de os outros saírem desembestados e a derrubarem sem querer, mas ela nem chega perto", explica o atleta. "A gente só tem que ficar de olho porque ela quer correr o tempo inteiro, aí acaba batendo nas coisas e se arranhando."
O atleta paralímpico Marcondis Nascimento e a cadela Vicky, no DF Foto: Marcondis Nascimento/Arquivo pessoal |
"Ela cuida da casa melhor do que ninguém. Esses dias um rapaz veio fazer um serviço para a gente e estava com medo de outro cão, que nem ligou para ele. Quem mordeu foi a aleijada", ri. "Ela é brava com os outros. Era de rua, então quer sempre comer logo, não deixa ninguém encostar no pote dela. E às vezes, quando você chega perto, ela reage como se tivesse medo, como se achasse que você quer bater."
O atleta, que ficou paraplégico após levar um tiro nas costas aos 18 anos, durante uma briga entre famílias em Pernambuco, garante que não se comove pelo fato de Vicky também ser deficiente. Ele pratica tiro com arco e atualmente se prepara para uma competição nacional que ocorre em abril.
"Ela é nosso xodó, a gente tem que ter uma atenção maior, claro. E eu quero cuidar, quero ver como é isso de conviver com limitação, até porque tenho boa sensibilidade e sei me virar bem. Mas eu amo todos os meus bichos, quero o mesmo bem a todos, independentemente de ter algo ou não", afirma Nascimento.
Adoção responsável
Responsável pelo amparo a Vicky na ONG, a protetora de animais Ana Lúcia Vieira afirma que alguns cuidados são importantes para quem vai se responsabilizar por um bichinho, como comprar ração de boa qualidade e levá-lo periodicamente ao veterinário. Além disso, é importante ter carinho e paciência na fase de adaptação à família.
Já quando o animal tem alguma deficiência, é necessário observar outras coisas. "Tem que ter acessibilidade, uma casa em que seja possível circular de cadeirinha ou, mesmo quando não estiver usando, andar com segurança", destaca.
FONTE: G1
Lindo!
ResponderExcluircomo existe gente boa nesse mundo foi o anjo que apareceu na vida dessa cachorrinha ele adotou e ensina ela a sobreviver como ele vive que também é paralitico os dois vivem um amando o outro muito emocionante jesus é muito bom faz as coisas certinho na vida de um pessoa
ResponderExcluirQue bom ainda temos noticias boas!!!
ResponderExcluirPARABÉNS PELO MARCONDES E TAMBÉM AO PROJETO DE ADOÇÃO SÃO FRANCISCO. MUITO LINDO SABER DE PESSOAS QUE LUTAM PELO BEM ESTAR ANIMAL.
ResponderExcluirD++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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