Morre segundo cão retirado de pet shop em Sorocaba

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Bichinho sofria de cinomose e acabou desenvolvendo
uma pneumonia (Foto: Divulgação/Carolina Pellizzer)

Cachorro, da raça fila brasileiro, tinha cerca de quatro meses de idade.

Os outros animais resgatados já foram tratados e estão saudáveis.

Mais um cão retirado de um pet shop em Sorocaba (SP), no último dia 10 de janeiro, após denúncia de maus-tratos, morreu na semana passada. O animal - um fila brasileiro tigrado com cerca de quatro meses de idade - sofria de cinomose e nos últimos dias de vida acabou desenvolvendo uma pneumonia viral.

A doença, explica a médica veterinária Carolina Gutierres Pellizzer, uma das responsáveis pelos laudos que confirmaram
as suspeitas de maus-tratos aos 45 animais resgatados, é adquirida por contato direto com outros bichinhos portadores ou objetos contaminados. "Ele pegou o vírus por estar em um ambiente onde havia o vírus previamente", ressalta.

Os animais foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental enquanto o pet shop cumpria uma ordem de despejo por falta de pagamento de aluguel. A ação contou com o apoio de organizações não-governamentais da causa animal e de um veterinário representante da Comissão de Justiça e Direitos dos Animais da OAB de Sorocaba.

Apesar de ter sido detectada sete dias após o resgate, a cinomose só foi diagnosticada há poucos dias, quando um laboratório localizado fora da cidade realizou um exame. Com a pneumonia, conta a especialista, o quadro clínico do cão piorou gradativamente.

Um filhote de poodle, com cerca de 60 dias de vida, já havia morrido no dia 21 de janeiro. Após ter ficado sem comer e beber nada durante quase uma semana, o animal estava desnutrido, desidratado e anêmico. Apresentava diarreia intensa, vomitava com frequência e sofreu uma gastroenterite hemorrágica canina, quando as fezes e o vômito apresentam resquícios de sangue.

Os outros animais resgatados já foram tratados e não desenvolveram mais nenhum sinal clínico, de acordo com a veterinária. Encontrados abaixo do peso ideal, a maioria apresentava diarreia, giardíase e ectoparasitas, como pulgas e carrapatos. Os laudos técnicos elaborados por cinco médicos veterinários voluntários confirmaram sinais de maus-tratos em todos eles.

Animais sendo retirados do pet shop
Foto: Fernando Rezende/Futura Press
Estadão Conteúdo

Os cães, gatos, pássaros, coelhos e roedores continuam sob os cuidados da Associação Adote Sorocaba. Apesar da procura, os animais apreendidos não estão disponíveis para adoção por determinação judicial. 

Os proprietários entraram com um recurso contra a Adote, pedindo busca e apreensão dos animais. Até esta quarta-feira (26), a Adote Sorocaba não havia recebido nenhuma notificação da Justiça.

Laudo necropsial

Assim que o veterinário responsável pelo atendimento do cão elaborar o laudo necropsial, explica o presidente da Adote Sorocaba, João Rodrigues Filho, o documento será anexado ao inquérito policial, que já foi encaminhado ao Fórum há cerca de um mês.

O próprio João, os veterinários e os donos do pet shop foram ouvidos no fim de janeiro na Delegacia Especializada de Proteção Animal de Sorocaba e agora aguardam para que o caso seja solucionado. Uma vez detectado o crime de maus-tratos, os proprietários do estabelecimento terão que pagar uma multa de R$ 24,5 mil, sendo R$ 1 mil pela infração prevista no Código Florestal e R$ 500 por cada animal que estava no local.

FONTE: G1