Secretário de Rio Paranaíba nega envolvimento da Prefeitura na matança de cães - MG

Animal morreu após ingerir carne envenenada

(Foto: Miller Mesquita)

São mais de 200 animais envenenados em Rio Paranaíba, no Alto Paranaíba, desde 2013 e o mistério sobre os casos e a autoria deles continuam. Não há pistas concretas que possam ajudar a Polícia Civil
nas investigações.  Nesta segunda-feira (20), a reportagem do G1 recebeu uma denúncia de um dos moradores da cidade, que preferiu não ser identificado, dizendo que o Município pode estar envolvido na matança, pois, segundo ele, os crimes começaram logo que a Associação dos Defensores do Meio Ambiente (Adama) solicitou um terreno à Prefeitura para que fosse construído um abrigo para acomodar os cães de rua.

Por telefone, o secretário Municipal do Meio Ambiente, Jader Rocha, afirmou que a denúncia é infundada e que a Prefeitura tem feito de tudo para dar uma resposta à população sobre esses casos. “Desde que começaram os envenenamentos, o Município se uniu aos órgãos de segurança pública para tentar encontrar os criminosos, mas infelizmente não obtivemos êxito até o momento”, disse.

Sobre o terreno para o abrigo, Jader Rocha disse que o local escolhido já teve a documentação legalizada  e que um projeto de lei para que o Município autorize a concessão do uso do terreno à Adama deve ser votado na Câmara em fevereiro.

Os envenenamentos começaram a ser registrados em maio do ano passado na cidade. O G1 acompanhou os casos e o tema gerou várias reportagens, sendo uma delas, em agosto, sobre a morte da cadela de rua mais famosa da cidade, conhecida por dois nomes: Princesa ou Soraia.

Os envenenamentos cessaram no mesmo mês que a “cadela famosa” morreu, mas depois de cinco meses, a cidade voltou a amanhecer indignada. Somente na quinta-feira passada, mais de 20 cães foram encontrados mortos. No ano passado, os envenenamentos na cidade - de pouco mais de 11 mil habitantes - ultrapassaram 200 casos. A Polícia Civil investiga o fato e, até agora, ninguém foi preso.

O delegado Ítalo de Oliveira Cardoso Boaventura, responsável pelo caso, afirmou que a polícia vai mandar todo o material recolhido na semana passada para a perícia. Ele disse também que as últimas matanças vão ser mantidas no inquérito anterior, visto que o órgão acredita que sejam as mesmas pessoas agindo. “Os criminosos evitam o centro da cidade e as regiões onde existem câmeras de segurança e isso dificulta o nosso trabalho. Estamos fazendo um novo levantamento sobre os casos e vamos voltar a fazer um mapeamento na cidade.

A comunidade pode auxiliar a polícia, em caso de pistas dos suspeitos, via denúncia anônima para os telefones 181, 190 ou (34) 3855-1550. A identidade do denunciante é preservada.

Cadela que era querida pela população e famosa na cidade foi vítima dos envenenamentos

(Foto: Vanessa Franciely/Arquivo Pessoal)

Adama quer respostas

Um dos membros da Associação dos Defensores do Meio Ambiente (Adama) Fabrício Martins, disse que espera que esse mistério seja resolvido o mais rápido possível e que a crueldade com os animais termine. “Quem está fazendo isso com certeza tem o intuito de ‘limpar’ a cidade dos cães e gatos”, comentou.

A Adama também aguarda o terreno prometido pela Prefeitura e, segundo Fabrício Martins, com o abrigo, pode ser que esse tipo de crime não volte a ocorrer mais do município.

Fonte: CBN