31/01/2014

Fotos de navio-curral e artigo sobre a exploração no Brasil de transporte carga viva - SP

Nosso leitor Jonnhy nos mandou fotos do Porto São Sebastião..... Vejam navios que levam o que eles chamam de "carga em pé"..... que nojo, gente!!!!! precisamos fazer alguma coisa..... Continuo convocando as ONG´s companheiras para decisão coletiva..... precisamos agir, urgentemente!!!!! O cara que escreveu o artigo é um explorador do mercado e diz que é um negócio novo no Brasil.... vamos aceitar ser mais um país que exporta animais para tortura em outros paises?





Achei este artigo do tal Fernando Furtado Velloso, Sócio da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, que fala das "vantagens da exportação de gado vivo".... Gente, precisamos saber tudo para ficarmos fortes e competentes para discutir estas coisas..... Leiam para entender:
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Cumprimentos. Estreio neste mês como colunista no Do Pasto ao Prato e por sugestão da editoria da AG vou tratar de um tema pouco abordado na imprensa, a Exportação de Gado Vivo (ou do boi em pé como se popularizou a expressão). Fico à vontade de escrever sobre o tema porque tive a oportunidade de recentemente trabalhar neste ramo e aprender muito com as pessoas que desenvolveram este negócio no Brasil.

O setor de exportação de gado vivo é antigo e tradicional em muitos países (Europa, Austrália, México, etc) e mais recentemente passou a ter importância no Brasil e também Uruguai. É um negócio novo em nosso país e nem completou ainda os seus 10 anos. Se este mercado existe para o nosso boi é graças ao esforço das empresas exportadoras que construíram este negócio aprendendo fazendo. 

Faz sentido exportar um boi vivo? Aparentemente não, pois se podem transportar muito mais toneladas de carne congelada em um navio do que animais vivos. Os riscos sanitários são menores, os custos são menores e por aí vai. Porém, do outro lado do mar (literalmente) existe um alguém que quer comprar um bovino vivo. Mas, por quê? Os motivos são os mais diversos e os principais são: de caráter religioso, por motivos culturais, por hábitos de consumo (preferência por carne fresca, carne magra, tipos distintos de corte e preparo da carne, etc), por suporte a indústria local, por programas de governo ou até para a formação ou reconstrução de rebanhos (como é o caso da Rússia e China).

Trocam de países anualmente aproximados 5 milhões de bovinos e assim podemos perceber que não é um negócio tão pequeno e sem importância. Este comércio de animais é superior a 2,5 vezes o abate do Uruguai ao do Rio Grande do Sul. O Brasil é responsável por aproximadamente 10% deste mercado, exportando nos últimos 5 anos a média de 500 mil bovinos. O Pará e o Rio Grande do Sul são os dois estados que embarcam animais para exportação desde 2004.

O histórico do Pará traz boas informações de quanto à atividade foi saudável para a pecuária de lá. Este estado que tem representado de 90 a 95% de toda a exportação de boi vivo no país, sofreu uma revolução positiva em pecuária como início dos embarques de gado. Nestes últimos anos o rebanho Paraense (aprox. 18 milhões de bovinos) manteve-se estável ou em crescimento, o preço do boi sofreu valorização e diminui a grande distância histórica da @SP. O pecuarista passou a ter confiança na atividade, a tecnificou mais, investiu e aumentou os níveis de produtividade.

Muitos são os críticos a esta modalidade de exportação, pois alegam que assim exportamos matéria prima, emprego e desenvolvimento (parece até discurso de político). Porém, alguns esclarecimentos são válidos e é necessário compreender se os argumentos são técnicos ou protetores para algum setor.
A Austrália tem a posição de maior exportador naval de gado do mundo e ao mesmo tempo está entre os maiores exportadores de carne do mundo (e carne de alto valor). Observando a evolução australiana de exportação de gado e carne comprova-se que uma atividade não prejudicou a outra (veja gráfico). Logo, dizer que uma atividade canibaliza a outra é super simplificação. Nosso vizinho Uruguai exportou bastante gado nos últimos anos (chegando a 300 mil terneiros em 2011) e mesmo assim ampliou as suas exportações de carne, superou a Argentina e em 2013 terá a sua maior safra de terneiros da história recente alcançando os 3 milhões.

(Artigo publicado na Revista AG, Edição Agosto 2013)
por Fernando Furtado Velloso 

7 comentários:

  1. Depois falam da China? Que nojo!!!

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  2. Assinei dia destes, uma petição para por fim a esse horrível fato e, sinceramente, estranhei não constar da lista de países o Brasil, posto que se vangloriam por serem um dos maiores exportadores de "carne". O povo brasileiro sempre na contramão da história e, por esse mesmo motivo, sempre exportando vergonha.

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    1. Falou tudo Marcia Caetano! O Brasil não aparece porque não temos uma ONG de expressão para representar os animais de produção, os mais explorados e torturados entre tantos mártires animais. Enquanto os veganos brigam com os vegetarianos no Brasil chamando todos que querem promover o bem-estar dos animais de produção de bem-estaristas, os animais ficam à deriva, sem proteção tanto de um lado, quanto do outro..

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  3. Vejam os numeros estratosféricos de animais:5/ 3 milhões!!! e este pessoal acha que fazendo uma petição vão conseguir por fim nisto? Precisamos fazer pressão a exemplo da Australia, onde há um grande movimento para forçarem a volta do abate destes pobres animais escravizados em solo australiano onde sofrerão menos e serem transportados mortos em Navios Frigoríficos. O Motivo principal para o transporte do animal vivo é claro- Grana, e muita. O que eles chamam de 'boi em pé" é mais caro do que a carne congelada. Mas se fizermos pressão com piquetes/ passeatas, fotos e vídeos dos animais sendo transportados e abatidos (o abate dos nossos animais no oriente/asia a Animals Australia tem, é só entrar em contato pelo site deles) para conscientização do público leigo, há chances de sucesso contra estes pecuaristas do inferno. Que Deus tenha piedade destes animais nestes navios negreiros do século XXI

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  4. existem muitas outras coisas com que se preocuparem como as crianças, tanto trabalho e exploração infantil, fome, desnutrição, miséria, violência sexual e vocês estão questionando o transporte, venda e abatimento de gados? sinceramente, se não consome carne, ok, mas e quem consome? esse modo de transporte retira das rodovias milhares de carretas que, motoristas viram noites dirigindo e acabam dormindo no volante, causando acidentes,já pensou que um desses poderia colidir de frente com o carro no qual voce poderia estar? alem da grande movimentação do comercio externo e interno do nosso pais. literalmente, estão se preocupando muito, fazendo muita questão por besteira!!! acordem e procurem o que fazer!!!!! bye!

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  5. Um navio pode adernar no transporte desses animais por movimentação dos bois?

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