Por Vilmar Sidnei Demamam Berna*
Animais não são brinquedos ou objetos
Pessoas que convivem com cães, por exemplo, aceitam como natural que ele brinque de luta, mas se espantam e mesmo se constrangem quando eles tentam copular com os nossos braços ou pernas. Para os cães, são comportamentos naturais e não revelam um interesse sexual por nós, humanos. Pode ser apenas um
treinamento para o acasalamento com outros cães, ou estar expressando dominância.
treinamento para o acasalamento com outros cães, ou estar expressando dominância.
Cabe a nós, humanos, que temos a responsabilidade e consciência, ensinar nossos animais através da educação para que se comportem de maneira aceitável entre os de nossa espécie. Ás vezes, basta falar sério e afastar o animal para ele aprender que aquele comportamento não é desejável, que nós, humanos, não somos objeto de dominação. Ficar achando uma gracinha e deixar a brincadeira continuar só irá reforçar o comportamento de monta como uma expressão de dominância, e mesmo deixar o animal confuso. O que ser bem inoportuno, por exemplo, ao se receber visitas. Nesta ocasião, o animal tentará determinar sua posição diante do novo grupo que chega tipo “Ei, esse território é meu!”, e pode querer copular com as pernas, braços, bolsas dos visitantes, tornar-se agressivo.
Em relação às crianças, os cães tendem a ser amigos e se relacionarem bem, por que são muito ciosos de sua posição no grupo. Se a criança é protegida pelo líder dominante da “matilha”, geralmente os humanos adultos - ainda que a criança se comporte de maneira submissa, deitando e rolando no chão com o cão - ele saberá de seu papel inferior e não atacará a criança.
Quando um cão se revelar dominante, deve ser imediatamente educado e treinado, pois poderá se tornar agressivo, o que significará muito mais um aprendizado para os humanos que terão de aprender a ter controle sobre o animal e a mostrar a ele quem é que “manda” na “matilha”. Cães que matam crianças ou seus donos não são assassinos. Recentemente, tivemos o caso de um cão da raça São Bernardo, que é naturalmente dócil e até usado no salvamento de pessoas, matar um bebe de um ano (http://bahianoar.com/n/cachorro-docil-morde-e-mata-menino-de-1-ano-em-paulinia-interior-de-sao-paulo#.UZZmbLXVAlE). Quando age assim, o animal está instintivamente defendendo sua hierarquia na matilha, onde se acha dominante.
Quando admitimos conviver com animais de outras espécies, faz parte do nosso cuidado com a outra espécie conhecer sobre a sua natureza e não agir contra ela, ou as consequências poderão ser terríveis. Temos a tendência a humanizar os animais, e isso é um erro. Ao assumir para nós o cuidado de um animal, não são as nossas necessidades que deverão ser levadas em conta em primeiro lugar, mas as do animal. Cães não são brinquedos ou objetos, são seres vivos, que não pertencem a ninguém a não ser a eles próprios, são donos da vida que está neles e que clama por se expressar em toda a sua potencialidade. Quem não está pronto para compreender isso, também não está pronto ainda para assumir sob seus cuidados a posse e guarda de um animal de espécie diferente da nossa.
* Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental (www.rebia.org.br ) e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente ( www.portaldomeioambiente.org.br/index.php ). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas – www.escritorvilmarberna.com.br
nossa...eu fico desejando o dia que os "humanos" irão respeitar o próximo; ou seja, todos os seres vivos.....é muito triste isso....
ResponderExcluirGostei.
ResponderExcluirBom artigo !
ResponderExcluirTodos as pessoas deveriam saber disso antes de querer ter um peludinho !
Muito bom !
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