29/08/2012

Tributo ao boi dilacerado - Poema do nosso leitor sobre a Farra do Boi

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 Um poema escrito há mais de trinta anos, que permanecia inédito
(Miguel Carqueija)

TRIBUTO AO BOI DILACERADO
Não resta a menor dúvida: o inferno existe.
Se outras provas não houvessem, ó boi, restaria esta:
o que contigo fazem no litoral de Santa Catarina.
Eis a prova de que há pessoas que merecem o inferno.

Corre, chifra, muge: faze o que és capaz.
Resiste e luta, não te deixes abater.
Porque agora, ó boi, é matar ou morrer.
Contra ti se levantam os servos de Satanás.

Teu sangue na areia catarinense clama por Justiça.
Teus olhos vazados, teus membros serrados, teu corpo macerado, não são segredo aos Céus:
estás ao ar livre, ó Boi, mas nada poderia te ocultar a Deus.
Ele te vê e sabe o que sofreste.
Teus algozes, esses não perdem por esperar.

Teríamos nós, ainda, orgulho de ser brasileiros?

3 comentários:

  1. As frases no poema bem expressam as dores a que esses são submetidos.

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  2. Noossa muito triste e profundo. Parabéns Miguel Carqueija! você tem sensibilidade e espero mesmo que eles (os algozes) que defendem a "farra da mutilação in vivo de um animal inocente e pacífico" rastejem no lodo..

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    Respostas
    1. Agradeço os comentários. A poesia ficou inédita porque, na época, eu não tinha veículo para publicar e não havia internet para facilitar as coisas. Eu a redescobri ainda manuscrita num caderno, e resolvi divulgá-la. Afinal, não perdeu (infelizmente) sua atualidade; as crueldades prosseguem.

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