29/04/2016

Direito dos animais: “eles têm a qualidade idêntica aos homens”

Leitora nos mandou. Gostei muito. A matéria é de 2013, mas, muita gente pode não ter lido, como eu.
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Entrevista: Matthieu Ricard, monge budista tibetano, autor e porta voz de S.S.  o Dalai Lama, juntou-se ao manifesto para mudar o status jurídico dos animais. Ele explica ao jornal francês, Metronews, as razões de seu engajamento nesta causa. Tradução do francês para o português de Gleisy Coimbra.

Matthieu Ricard faz parte das numerosas assinaturas do manifesto de um novo status jurídico dos
animais na França.

Porque ter assinado este manifesto?
Porque é uma realidade: os animais são seres sencientes, que tem um direito natural de não sofrer ou pelo menos que não os levemos ao sofrimento. É preciso ser cego para não ver que os animais têm as qualidades idênticas aos homens: empatia, bondade, cuidado com os outros seres… Assim, não podemos tratá-los como robôs ou objetos.

O que este reconhecimento poderá implicar?
Reconhecer que são seres sencientes implica na maneira como nós os tratamos. A maldade já é punida por lei. Mas quando se trata de exploração industrial, a lei é muito ampla. Por exemplo, 20 % dos animais enviados à matadouros ainda estão conscientes no momento em que eles são cortados em pedaços. Isto é inadmissível. Sendo considerados como objetos, é uma desculpa fácil de usar a nosso critério. Os humanos matam 1 milhão de animais terrestres e cinco vezes mais de animais marinhos a cada ano. É preciso ver a verdade. Não pode-se ter uma sociedade mais ética deixando de fora uma seção inteira da vida, que são animais.

É preciso, então, acomodar todos os animais no mesmo barco?
Claro, eles são seres sencientes. É preciso reconhecer todos eles como tais. Pessoalmente, eu não faço diferença entre uma vaca e um cachorro. Os porcos são, de certa maneira, mais inteligentes que os chimpanzés, por exemplo. E se os peixes não têm expressão facial, eles têm um mesmo sistema nervoso que faz com que eles sintam dor. Não se pode negar.

Como a religião budista vê os animais?
Como um ser senciente que não têm a mesma sofisticação do homem – chamado de inteligência – mas como ele tenta evitar o sofrimento e atingir o bem-estar. Esta aspiração deve ser respeitada. Neste sentido, a não violência frente aos os animais é uma extensão lógica do que defendemos para os seres humanos.

FONTE: bodisatva

3 comentários:

  1. Assisti a algumas palestras dele pela Internet. Vale a pena ouvir o que ele pensa:
    https://www.ted.com/talks/matthieu_ricard_on_the_habits_of_happiness?language=pt-br
    https://www.youtube.com/watch?v=bI4zMk7uihU

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  2. Os primeiros dez a quinze anos da vida de todo ser humano deveria ser num templo budista, talvez assim, saíssem de lá respeitando a vida.

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  3. Os animais têm alguma inteligência sim, pois entendem quando são bem tratados ou maltratados. Essa consciência nata comprova tal sensibilidade.

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