Caça na Amazônia reduz depósitos de carbono

Neguinho fica brincando.... Já comentamos a respeito aqui no blog, mas, é sempre bom repetir... desmatamento e caça estão acabando com tudo..... Céus!!!!! 

------------------------

A caça de grandes mamíferos como antas e macacos-barrigudos pode causar à Amazônia a perda de 5,8 por cento de seu estoque de carbono

As florestas tropicais pelo mundo armazenam mais de 460 milhões de toneladas de carbono. A Amazônia é a maior destas florestas e também a mais rica em espécies.

O desmatamento tem sido o fator principal por trás da diminuição das florestas, já que ameaças como a extração madeireira e os incêndios
têm levado a floresta tropical à degradação. Tanto a destruição quanto a degradação da floresta têm reduzido significativamente a capacidade da Amazônia de armazenar carbono nas recentes décadas.

Cientistas da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, em colaboração com pesquisadores de duas universidades brasileiras e uma americana, adicionaram atualmente a caça de mamíferos na lista das principais ameaças ao armazenamento de carbono nas florestas tropicais.

De acordo com os cientistas, a maioria do estoque de carbono superficial das florestas da Amazônia pode ser perdido em razão da caça, pois vários mamíferos grandes desempenham uma função vital na manutenção da alta densidade da floresta, comendo os frutos de árvores com grandes sementes e dispersando as mesmas.

Além disso, as sementes menores de árvores de madeira clara tem uma vantagem competitiva, já que são dispersas com maior eficiência pelos mamíferos e pássaros menores e mais resistentes do que aqueles que se alimentam das espécies de árvores amazônicas de sementes grandes, que se desenvolvem como florestas densas.

Sabia-se que a vida selvagem da Amazônia tem diminuído devido à diminuição e degradação do habitat e à caça, desde a década de 1950, no entanto, este é o primeiro esfoço científico em larga escala para avaliar a situação das populações da fauna e flora selvagens.

Os cientistas reuniram e compararam dados de 166 pesquisas de vida selvagem realizados pela Amazônia e se focaram particularmente nas espécies dispersoras relevantes que têm baixas taxas reprodutivas, tais como os primatas.

Eles descobriram que os grandes primatas e outros animais frugíveros poderiam ser extintos rapidamente devido à caça irregular e que a área de floresta afetada pela caça excede muito a área total desmatada até agora. Isso representa uma ameaça significante aos estoques de carbono por toda a Amazônia, embora a diminuição de carbono por unidade seja menor nas florestas que sofrem com a caça do que nas áreas completamente desmatadas.

O estudo também utilizou uma simulação baseada em dados de 2.345 áreas de florestas de um hectare por toda a bacia amazônica, que haviam sido levantados previamente e continham 129.720 grandes árvores.

De acordo com a previsão, entre 77 e 88 por cento destas áreas perderam sua biomassa de floresta acima do solo devido a sobrecaça, o que incorre em uma redução de carbono igual a 5,8 por cento dos estoques de carbono acima do solo das florestas amazônicas, ou 313 bilhões de quilogramas de carbono.

O valor econômico potencial desta redução é entre 5,9 e 13,7 trilhões de dólares. Estas previsões não mudariam nem se outras ameaças à floresta fossem consideravelmente atenuadas.

De todas as espécies dispersoras de sementes sujeitas à caça, a anta mostrou ser a mais importante, juntamente com os grandes primatas como os macacos-barrigudos e os macacos-aranha. A simulação também mostrou que se estas espécies forem perdidas, quase nove de cada 10 áreas perderão a biomassa de floresta da superfície.

É por isso que o gerenciamento e proteção da vida selvagem nas áreas tropicais são tão importantes quanto outras questões em pauta, tais como desmatamento e incêndios.

FONTE: eatglobe