27/01/2016

Como repelir ratos sem machucá-los

Aqui casa não dá certo.... os gatos não estão nem aí para ratos... tudo paz e amor!!!!
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Essas são ratazanas domésticas, mas em quase nada diferem de ratazanas que vivem soltas pelas grandes cidades. Descrição para deficientes visuais: Duas ratazanas cinzas e patinhas cor de rosa olham para a câmera. Foto: Internet

Fátima ChuEcco/Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Muita gente adora cachorro e gato, mas tem pavor de ratos e não se importa em matá-los das formas mais terríveis possíveis, com venenos e ratoeiras que, aliás, às vezes prendem uma das patas causando enorme dor e desespero por horas. Especialmente nessa época do ano, de calor, os ratos urbanos circulam mais pelas residências, especialmente sótãos, galpões e
porões, e as empresas dedetizadoras lucram muito com um método que, além de perigoso para outros animais e pessoas, resolve o problema apenas temporariamente.

Há muitas maneiras simples de se evitar ratos sem causar consequência nociva ou dolorosa para eles, conforme se pode conferir nas orientações contra roedores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O acúmulo de lixo e de material de construção velho, especialmente madeira, papelão e fios elétricos, é o que mais atrai ratos e evitar esse tipo de sujeira ou entulho já é meio caminho andado para evitar roedores perto ou dentro de casa.

Mas existem outras medidas de controle natural recomendadas por biólogos. Sendo animais extremamente sensíveis a adores, podem ser repelidos com areia de gato usada. É preciso encher uma cumbuca com areia com urina de gato e colocar no local onde se percebe a presença de ratos – geralmente há fezes roliças com cerca de 1,5 cm espalhadas no local. A cumbuca deve receber areia de gato usada todos os dias (quanto mais a urina estiver recente melhor). Entre cinco e sete dias os ratos devem desaparecer do local supondo que há gatos residentes. Claro que para que isso aconteça é necessário que exista uma rota de fuga, ou seja, janela ou algum tipo de abertura que dê acesso à rua. E, uma vez percebendo que os ratos se foram, é preciso vedar essa mesma abertura para que não retornem, além de manter o local limpo.

Em geral, casas com gatos não possuem ratos. Só o cheiro dos gatos já repele ratos – desde que existam rotas de fuga (isso é importante). Mas se os ratos estiverem em local fora da casa, em um anexo no quintal ou compartimento onde os gatos não entram, basta colocar a areia lá e aguardar alguns dias. Quem não tem gato pode pedir para um amigo ou vizinho a areia usada. Bichinhos de pelúcia que tenham tido bastante contato com os gatos e estejam cheios de pelos dos felinos também ajudam.

Outro repelente natural é o óleo essencial de hortelã-pimenta geralmente vendido em casas de produtos naturais. Um pequeno frasco custa entre R$ 30 e R$ 35, mas é muito eficiente. Algumas gotas devem ser colocadas em pontos estratégicos do lugar onde há ratos e algodão embebido com o óleo deve ser deixado em diversos cantos. O cheiro desse óleo é bastante irritante para as narinas dos ratos e eles deixarão o local rapidamente. A planta hortelã-pimenta é outra opção, mas somente se o local permitir que ela se desenvolva, pois, sem luz e ventilação ela morrerá em pouco tempo e de nada servirá. Esse tipo de planta é melhor ter ao redor da casa.

Vale lembrar que nem a areia e nem o óleo ou plantas repelentes ajudarão se o local continuar infestado de coisas velhas ou lixo que os ratos adoram roer e comer.

O perigo de matar ratos

Os ratos de esgoto ou telhado são mamíferos muito inteligentes e não costumam ser agressivos com humanos, pelo contrário, ao mínimo ruído se apavoram e fogem. O problema é que a urina desses ratos transmite leptospirose e outras doenças, e as pulgas deles transmitem enfermidades graves como peste bubônica, entre outras, sendo algumas fatais. Por isso, quando um rato é morto dentro de uma casa há o risco das pulgas saltarem para os animais domésticos e pessoas.

Além disso, conforme o próprio CCZ orienta, é proibido o uso de veneno de ratos onde há circulação de outros animais (como cães, gatos e pássaros) e pessoas. Esses venenos comprados em supermercados são extremamente tóxicos levando a dolorosas mortes e são fatais para outros animais e humanos. Se um cachorro ou gato ingerir esses venenos aplicados em locais de circulação livre, o tutor pode e deve denunciar na delegacia mais próxima.

Usar chumbinho é crime!

Alerta para o “famoso” chumbinho: é proibido vender, comprar e usar. Proibido! Outro veneno proibido é o composto 1080 ou Monofluoracetato de sódio, mas infelizmente comercializado e usado por muita gente. Em animais domésticos e no ser humano esse veneno age no sistema nervoso central, sistema respiratório e no coração levando a convulsões e morte em apenas 30 minutos. Tão mortal quanto o chumbinho.

Caso um cachorro ou gato seja envenenado, o tutor deve pedir um laudo veterinário e registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia. É crime de maus-tratos contra animais (ainda que a suposta intenção tenha sido matar ratos) e crime de comercialização e/ou uso de raticidas proibidos.

E como salvar um animal que tenha ingerido chumbinho?

O socorro deve ser muito rápido, em no máximo 30 minutos após a ingestão do veneno. O melhor é ir direto para um veterinário que tenha atendimento emergencial. Outra medida é usar carvão ativado para retardar um pouco o efeito do veneno enquanto se vai ao veterinário. Esse carvão é vendido em cápsulas em farmácias e deve ser dado com o animal consciente até 30 minutos depois da ingestão do veneno. Não se deve dar leite e nem provocar o vômito porque as substâncias cáusticas do raticida causam queimaduras químicas nas vias aéreas e esôfago. Uma excelente matéria sobre salvamento de animais envenenados pode ser lida no link http://greenme.com.br/morar/gato-e-cachorro/393-saiba-como-proceder-em-caso-de-envenenamento-de-caes-e-gatos

E quanto aquelas caixas usadas por dedetizadoras? São seguras?

Esse método empregado por dedetizadoras é autorizado, mas não é eficiente e muito menos seguro se outros animais tiverem acesso as caixas com veneno, geralmente, cor de rosa. As empresas alegam que o veneno é amargo e que, por isso, cães e gatos, no máximo, dão uma lambida e depois largam. O problema é que uma lambida pode ser fatal para um filhote ou mesmo para um animal adulto mais sensível. Para os passarinhos certamente uma única bicada pode ser fatal.

Por isso as dedetizadoras só podem colocar essas caixas em locais onde não circulam animais que não são alvo do veneno. Isso é lei! Devem ser colocadas em locais fechados como porões e sótãos por exemplo. Infelizmente, o que se vê são essas caixas espalhadas ao ar livre, garagens abertas, estacionamentos e pátios de supermercados. Como elas possuem uma abertura por onde presume-se que o rato entra para comer, quando chove, a água também entra por esse orifício e espalha o veneno contaminando tudo ao redor.

Mas esse não é o único problema. Os ratos vivem em grupos muito bem articulados. Há uma líder (geralmente fêmea) e vários, digamos “soldados”. Na presença de uma caixa lotada de um possível alimento (que na verdade é o veneno), quem consome primeiro é um soldado (geralmente um rato mais idoso). Se ele morre ou não retorna para o ninho, mais nenhum rato consome aquele produto e o grupo se afasta do local. Mas é por uns meses. Daí a ineficiência desse tipo de ataque. Se o lugar continuar apetitoso para os ratos com lixo e entulho, depois de uns tempos eles voltam e a líder já terá em sua memória que as caixas pretas devem ser evitadas.

Então, segundo o CCZ, biólogos e pesquisadores, a maneira mais simples, econômica e eficiente de evitar ratos é não acumulando lixo e entulho, vedando aberturas por onde eles possam entrar e se alojar e, no caso de uma invasão de ratos, usar estratégias e repelentes naturais. Foi assim que a Europa conseguiu acabar com a peste bubônica. Não foi caçando e envenenando ratos. Foi espalhando gatos na cidade. Em pouco tempo os ratos fugiram para os esgotos ou outros abrigos levando as pulgas, causadoras da peste, com eles. O método de controle natural é também o mais ético, sem causar sofrimento a um animal que é apenas mais um “fruto” das grandes cidades.

Fontes: essa matéria foi escrita com base em orientação cedida pelo CCZ de SP e pesquisa sobre métodos de controle natural de ratos

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.

FONTE: Anda

5 comentários:

  1. Podia-se inventar uma espécie de anti concepcional para ratos mas que também não causassem câncer como os usados para cães e gatos.

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  2. Adorei a descrição da foto dos ratinhos, muito delicada. Fiquei admirando as patinhas cor de rosa.

    No site da ANDA tem um comentário q indaga se é necessário q a areia deve ser de gatos não castrado.

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  3. Os anti concepcionais orais - ao contrário dos injetáveis - não causavam nenhum dano a cães ou gatos, mas, infelizmente, foram abolidos pela empresa que os produzia - creio que pelo aumento das castrações. Quanto aos ratinhos, existe um método infalível e ético que é o repelente elétrico. Esse repelente, utilizado em alguns condomínios aqui de São Paulo, é plugado em uma tomada e repele com uma frequência muito irritante ouvida apenas por eles. Existe a versão nacional e a importada que pode ser adquirida pelo IHerb - e não custa caro. Lembrando sempre que ratos que não viviam em esgotos - e podem causar doenças por isso - são extremamente asseados e mantém suas tocas muito limpas e não transmitem doenças. Já tive um gigante, branco, de nome Billy, que faleceu após 2 anos. Amo ratinhos, são lindos, carinhosos e muito inteligentes.

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  4. Tenho plantado hortelã pimenta no quintal e em vazinhos e os danadinhos sumiram. Acho que eles não gostam mesmo do cheiro. Também optei em jogar desinfetante Coala eucalipto nas janelas e ajudou a afugentar não só eles, mas também os gatos dos vizinhos, pois meu medo era que eles caíssem para dentro dos quintais e virassem picadinho na boca de meus cães.

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