29/01/2016

Campanha promove adoção de animais com deficiência - SP

Ações como estas nos fazer ter orgulho do nosso movimento, da nossa gente e da nossa coragem.... Axé para todos estes persistentes protetores de animais..... Veja o Facebook desta campanha clicando AQUI.
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Doralice é uma gata carinhosa e muito arteira de 8 anos. Brinca e corre à tarde toda no apartamento em que mora, em Osasco. Tem uma vida saudável e feliz. Três meses atrás, no entanto, sua realidade era bem diferente. Ela vivia em um abrigo, à procura de um novo lar que custou a encontrar por um único motivo: ela é cega.

A nova “mãe” da bichana é a analista de treinamento Cíntia Nazareth, 36 anos. Segundo
ela, a afinidade entre as duas foi imediata. “Conheci Doralice em uma feira de adoção no Vila Lobos. Eu sempre gostei de gatos e, quando a vi, não tive dúvidas. Para mim, uma deficiência não é motivo para excluir um animal de estimação quando se gosta dele.”

A cegueira de Doralice se deu em decorrência de uma doença chamada FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina), também conhecida como Aids felina. Não há cura para a patologia, mas remédios podem controlá-la e permitir que o bicho viva bem por muito tempo. Humanos não são vítimas de contágio. “Ela só não pode conviver com outros animais, porque pode transmitir a doença. Apesar disso, a deficiência dela é quase imperceptível. Às vezes parece até que ela enxerga”, afirma a analista.


Infelizmente, nem todos pensam como Cíntia. Em uma feira de adoção comum, 90% dos filhotes ganham um lar. Esta realidade, contudo, é inversa quando se trata de animais deficientes ou especiais (idosos e da cor preta) – 90% deles acabam não sendo adotados. O preconceito ainda domina.

Para tentar mudar essa realidade, a empresária Lívia Clozel, 34 anos, decidiu criar a campanha #AdoteUmPetComDeficiencia. A ação – a mesma que encontrou um lar para Doralice - acontece em parceria com a Luiz Proteção Animal, uma ONG que há mais de 25 anos se dedica à proteção animal.

“Eu já tinha adotado dois cachorros com cinomose (doença provocada por vírus e altamente contagiosa que gera infecção aguda). Cuidei deles até ficarem bons e, passado um ano e meio, também peguei Amora, uma cadela amputada. Ela já estava há muito tempo no abrigo e aquela situação me tocou”, lembra Lívia.

Em agosto do ano passado, a parceria com a ONG foi firmada e a empresária passou a promover eventos destinados especificamente à adoção de animais deficientes e especiais. “Em uma ação normal, se você mistura cães ‘perfeitos’ com deficientes, estes últimos perdem totalmente a possibilidade. Acaba sendo um bonito ao lado do feio.”

As feiras de adoção acontecem mensalmente em um local fixo, na Rua Groelândia, número 393, no Jardim América, Capital. O projeto busca ainda outros lugares para as edições itinerantes, que ocorrem com frequência.

Em média, cada evento apresenta de 10 a 15 pets. Destes, de um a cinco conseguem ser adotados, já vacinados, vermifugados e castrados. As deficiências são as mais diversas – cegos, cardíacos, com problemas renais, de pele, amputados, entre outros. “É um evento em que a adoção tem índice muito baixo. O nosso primeiro objetivo, na verdade, é conscientizar, e não empurrar uma adoção. Mesmo porque, um cachorro ou gato que volta para o abrigo não é vantagem, pois existe o estresse da mudança de ambiente e o sentimento de rejeição”, explica.

Saber onde e por quem o bichinho será abrigado é uma preocupação constante de Lívia e dos voluntários da ONG. Segundo a empresária, os interessados passam por um processo que envolve aplicação de questionário e entrevista. Dependendo do resultado da avaliação, a adoção é negada. “A gente prefere conscientizar e fazer doação qualitativa.”

A ideia é realizar 24 feiras de doação este ano, mas para isso é preciso que o projeto encontre lugares que possibilitam os eventos itinerantes. O Grande ABC ainda não recebeu nenhuma edição, porém não está descartado. “Temos o objetivo de levar o projeto para onde conseguirmos. Se nós conseguimos um lugar, nos interessa. Só precisamos de parceiros que cedam espaços”, afirma.

Em seis meses de trabalho, Lívia assegura que já percebe mudanças em relação à causa. “Pode-se dizer que é um assunto polêmico, não convencional. É um trabalho árduo, longo e sei que não vou conseguir mudar o mundo, mas a gente consegue atingir algumas pessoas e isso é o que importa.”

Confira as datas e locais das próximas edições:

31/01/15 – Rua Groelândia, 393, Jardim América, das 9h às 18h
07/02/16 – Rua Brigadeiro Gavião Peixoto, 557, Lapa, das 9h às 18h
28/02/16 – Rua Groelândia, 393, Jardim América, das 9h às 18h
27/03/16 – Rua Groelândia, 393, Jardim América, das 9h às 18h

Mais informações podem ser obtidas na página do projeto no Facebook

FONTE: dgabc

2 comentários:

  1. Quem procura uma feira de animais deficientes é porque realmente deseja encontrar um amigo.

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  2. Quero adotar um cachorro de porte pequeno/médio em Belém - PA ou cidades próximas, e uma deficiência jamais me faria excluir a possibilidade de adotar um animalzinho com o qual me identificasse mais.

    ResponderExcluir

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