A matéria é bem interessante. Gostei!!!! Agora eu tenho muitas dúvidas sobre esta tal "crise" que este pessoal anda falando.....
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Não importa o tamanho, o tipo, a raça ou o gênero. Os animais de estimação costumam ser o xodó dos donos e têm recebido cada vez mais mimos no dia a dia, desde acessórios, como coleiras de identificação customizadas e roupas de São João e de Natal, até rações que podem prolongar a vida deles em muitos anos.
O mercado pet não está imune à crise econômica brasileira, porém,
mantém índices de venda bastante satisfatórios e sustenta muitos empregos formais em Mogi das Cruzes. Isso tudo por um motivo muito simples: as pessoas estão gastando cada vez mais com seus animais. Hoje, segundo comerciantes, o valor médio que os donos de animais domésticos investem chega a R$ 400,00 por mês.
O Brasil é o segundo maior mercado pet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, conforme dados recentes da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Há uma estimativa da entidade que, por ano, algo perto de R$ 14 bilhões sejam movimentados no País graças ao setor. O gasto, em média, no Brasil é de R$ 350,00. Aqui pela Cidade não há números fechados exclusivamente sobre este mercado, porém, lojistas apontam que os donos de animais domésticos daqui superam, em muito, os gastos da média nacional.
Pedro Rosinha, um dos proprietários da Mogivet, explica que o valor mensal pode chegar a R$ 400,00. “As pessoas se preocupam em manter o bem-estar dos animais e cada vez mais se interessam em comprar acessórios que tragam mais conforto aos bichos. Há coleiras, roupas, cestos, produtos de higiene, entre outras coisas. O mundo pet não está isento à crise. Houve uma queda nas vendas, contudo, conseguimos manter uma constância, graças ao gasto médio que as pessoas têm com ração e produtos de higiene”, comentou.
Os bichos mais procurados continuam sendo os cachorros e os gatos, preferência nacional dos brasileiros. É perceptível, contudo, o aumento da busca de animais diferenciados como roedores, aves, peixes e até os exóticos, como cobras, lagartos e corujas. “Os mais procurados são mais dóceis, portanto têm melhor relacionamento com as crianças que são quem, muitas vezes, estimulam os pais a comprarem os pets”, disse a gerente da Polipet, Elisabete da Cunha.
Em Mogi é difícil achar locais que comercializem esses animais “diferentes”. Os interessados buscam em São Paulo e tratam, quando necessário, em veterinários aqui da Cidade. Um dos locais, um hospital veterinário, é mantido pela Polipet, na Rua Ipiranga. “A demanda é maior do que se imagina. A gente não tem noção de quantas pessoas têm animais exóticos em casa”, acrescentou Elisabete. Para ter alguns desses bichos em casa, a pessoa precisa ter autorização especial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Mais de 50% dos gastos com pets no Brasil, segundo pesquisas do setor, são por conta da alimentação dos bichos. A indústria alimentícia viu um nicho a ser ampliado e a disputa parece estar boa. “A alimentação pet tem comercialização ampla aqui na região Sudeste e no Sul do País. Com o passar dos anos, nós pudemos perceber que a demanda por outros tipos de rações fez com que a indústria criasse mais. Até pouco tempo atrás, por exemplo, não havia ração para cavalos ou animais exóticos. Agora já se produz e bastante. Os animais passaram do status de melhores amigos do homem para o de filhos”, analisou o supervisor de vendas da Nutriave Alimentos, Luís Nawoe.
A afirmação de Nawoe é verdade. O comerciante Roberto Megumi Sagawa, de 51 anos, tem uma casa de ração na Rua Thuller, no Jardim Universo, cujas atrações são as duas gatas (Nina e Vênus) e as duas cachorras (Peppa e Yuka). Elas esbanjam fofura e estilo desfilando pelo estabelecimento ou até mesmo tirando uma soneca do lado de dentro do balcão. “Elas chamam a atenção dos clientes que fazem perguntas sobre elas. As quatro são praticamente da família e são tratadas como. As gatas são mais difíceis de manter por perto porque saem pela vizinhança e retornam no decorrer do dia (prova disso é que na hora da entrevista, elas não estavam lá)”, disse à reportagem.
Sagawa, aliás, é um exemplo da evolução do mercado pet na Cidade. Ele é comerciante desde 1980 e começou no mesmo endereço. À época, entretanto, a empreitada era vender produtos alimentícios e de limpeza para humanos. Em resumo, era um mercadinho. A partir dos anos 2000, quando nem se sonhava ainda com a explosão do segmento pet, Sagawa achou que a oportunidade de investir em alimentação de animais era um espaço a ser ocupado. Acabou fazendo freguesia e hoje é procurado até mesmo por pessoas de outros bairros. “É um negócio que precisa ser bem planejado e estruturado para ter o retorno esperado. As pessoas acreditam que estamos fora da crise, só que estamos dentro dela. Tive queda nas vendas também, mas assim como em qualquer negócio, quem se estrutura, consegue sair da turbulência de forma menos prejudicial”, concluiu.
Mercado impulsiona novos negócios
O crescimento do mercado de animais domésticos tem feito novos negócios surgirem no Alto Tietê. Já imaginou você comprar roupas de São João, Natal ou Páscoa para o seu bichinho pela internet? Isso agora já é possível. Projeto iniciado pela empresária Juliana Miyata, de Suzano, a Kiwi Dog apostou, há mais de três anos, numa tendência internacional de animais usarem roupinhas. O marido dela, Gustavo Rejani, explica a rotina do trabalho. “A ideia era mesmo desenvolver roupas comuns e sazonais para os animais. A demanda maior é para cães porque eles aceitam melhor o uso das vestimentas. Há modelos para gatos também, mas é mais difícil eles permitirem que os donos as coloquem”, disse a O Diário.
Uma das apostas da empresa é com os smokings. É isso mesmo, os nossos amiguinhos de quatro patas têm smokings que são feitos sob medida. As peças são muito solicitadas por noivos com casamento já marcados e querem que os cachorros levem a aliança até o altar.
As peças são produzidas pela própria empresa que tem uma fábrica em Suzano. Segundo Rejani, em meses de venda em alta (maio e agosto, meses mais frios), a produção de roupas chega a 300 peças por dia. O comércio não se restringe ao Alto Tietê. A Kiwi Dog tem clientes de diferentes partes do País, com destaque para o Sul. “Há muitos pedidos vindos do Paraná. É um público muito ligado em nossos modelos”, acrescentou Rejani.
Os modelos de Natal, São João e Páscoa têm bastante saída também, já que alguns donos gostam de deixar os bichinhos no clima das comemorações. O site da loja é www.elo7.com.br/kiwidog.
Clínica popular
Um sobrado na Alameda Santo Ângelo, em Jundiapeba, tem movimento acima do normal o dia inteiro. Há três anos, Thiago de Carvalho Salgado, de 29 anos, teve a ideia de abrir a Spacão, uma clínica veterinária popular, bem na região central do distrito. “Estamos numa localidade afastada da região central que tinha uma carência muito grande de um serviço do tipo. Quando eu percebi esta necessidade, achei que seria viável iniciar um atendimento aqui”, afirmou. E deu certo. A clientela não se restringe aos moradores de lá. Cachorros e gatos da Vila Oliveira, César de Souza, Alto do Ipiranga, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Itaquera são trazidos por seus donos para serem tratados na unidade. O negócio, aliás, está se expandindo. Uma segunda unidade da Spacão está funcionando há dois meses em Guaianases, extremo leste de São Paulo, na divisa com o Alto Tietê.
Salgado pediu que os preços dos procedimentos não fossem divulgados, por uma questão estratégica, porém garante que eles custam 50% a menos do que os praticados por outras unidades veterinárias da Cidade. “Com o valor que a pessoa iria gastar em outro lugar, aqui ela paga o atendimento, o exame e o remédio para o bichinho”, acrescentou.
Outro diferencial da empresa é que ela tem um laboratório lá dentro. Os exames clínicos ficam prontos em 10 minutos e de forma rápida as pessoas já têm um diagnóstico do que o animal enfrenta. O investimento inicial para o negócio foi de R$ 20 mil. O endereço da Spacão é Alameda Santo Ângelo, 400, em Jundiapeba. O telefone 2378-1522.
Veterinário é um apaixonado por aves
Figura conhecida por todos aqueles que amam animais, Jefferson Renan de Araújo Leite é um dos veterinários mais requisitados de Mogi das Cruzes. Apaixonado por aves, o seu hobby é sair para fotografar os bichinhos voando pelas matas. As suas saídas aos finais de semana para fazer registros já renderam mais de 200 espécies catalogadas.
De acordo com ele, o mercado pet é amplo e sempre tem possibilidade de crescer. “À medida que ele evolui, cresce também a opção de produtos. Um deles, por exemplo, é o alimentador automático. Muitas pessoas vão fazer uso dele neste período de festas, mas não é algo recomendado. Se você precisa ficar um dia fora pode usá-lo, se for ficar uma semana, já não é a melhor opção. O aparelho pode quebrar, falhar ou o cachorro pode adoecer. A melhor alternativa é pedir que alguém cuide do bicho”, comentou. (Lucas Meloni)
Fonte: O Diário
Seria muito bom que outros veterinários tivessem a visão empreendedora de criar novas clínicas populares para atender os animais de pessoas mais humildes. Que venham mais SPACÃO e se espalhem pelo Brasil. Poderiam também expandir planos de saúde veterinários.
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