ONG envia carta ao pároco da Igreja para não soltar fogos em respeito aos animais

Como só acredito em soluções como esta, ou seja, educação, veja o exemplo dado pela nossa companheira da ONG Animavida. Transcrevo o e-mail que nos enviou com a certeza que este padre pensará duas vezes na próxima vez:

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Amigos,

Moradores da Posse nos enviaram o cartaz anunciando a programação da festa de São João, no último dia 24. Como vocês poderão ver no cartaz anexo, estava marcado para encerrar o evento uma queima de fogos à meia noite. Alguns desses moradores questionaram junto ao pároco a possibilidade de não soltar os fogos por conta dos danos causados nos animais. Não houve resposta, mas ficamos na expectativa de que os fogos fossem cancelados. Isso não aconteceu.

Por isso, decidimos encaminhar uma carta para o pároco da igreja manifestando e justificando nosso desagrado pelo ocorrido e pedindo que, a partir de agora, os fogos sejam excluídos dessas comemorações.

Vejam o texto da carta abaixo.

Abraço,

Ana Cristina

AnimaVida

           " A AnimaVida é uma organização não governamental que atua, há 12 anos, na Cidade de Petrópolis, desenvolvendo e executando projetos em prol da saúde e do bem-estar animal. 

             Chegou ao nosso conhecimento que no último dia 24 de junho – dia de São João – essa paróquia, em meio às festividades para a celebração da data, promoveu uma queima de fogos de artifício. Diante desse fato, consideramos fundamental tecer algumas comentários sobre isso:

Primeiramente, é importante informar que a capacidade auditiva dos animais é, pelo menos, 4 vezes mais perceptiva do que a humana. Enquanto nós percebemos sons na faixa de 10Hz e 20,000Hz, os cães podem chegar a perceber 40.000Hz. Além disso, eles conseguem detectar sons 4 vezes mais distantes do que o ser humano. Assim, podemos concluir que o barulho intenso dos fogos de artifício gera um altíssimo estresse nesses animais, fazendo com que muitos fiquem apavorados. E isso também não é diferente com outras espécies, sejam elas domésticas ou silvestres. Afinal, os animais dependem de sua apurada audição para sobreviver na Natureza.

Outro ponto que não deve ser ignorado é a atenção que devemos dar aos animais, já que são criaturas divinas, nossos irmãos, filhos do mesmo Criador, como já dizia e praticava São Francisco de Assis. E esse exemplo vem servindo como referência a um outro Francisco, nosso Papa que, em uma carta dirigida ao site The Dodo (íntegra no endereço https://plus.google.com/wm/1/communities/117832642846381812051/stream/d5a22520-fee9-41c5-937a-8d061bf24409) , diz, entre outras coisas, o seguinte:

““Temos um só coração, e as mesmas mazelas que nos levam a maltratar um animal logo se manifestarão no nosso relacionamento com outras pessoas. Todo ato de crueldade contra qualquer criatura é contrário à dignidade humana.”

“Tudo está relacionado, e nós, seres humanos, estamos unidos como irmãs e irmãos numa peregrinação maravilhosa, unidos pelo amor que Deus tem por cada uma de suas criaturas e que também nos une numa calorosa afeição com os irmãos sol, lua, rio e com a mãe terra.”

Sendo assim,  acreditamos que essa paróquia poderá buscar muitas outras formas de homenagear as figuras santas da Igreja Católica, de forma a que todas as criaturas divinas, independente de sua forma física, sejam respeitadas e atendidas em suas necessidades.

Que o Pai olhe por todos nós.

Respeitosamente,"