Diarista luta para manter lar funcionando, e já não resgata animais por falta de estrutura e recursos
Quando você vê um cão de rua sem rumo, sem carinho, sem comida, o que você faz? A diarista Cleuza Martins, 50 anos, leva para casa. Logo que chega à Ong Vira-Latas, a reportagem do Diário Digital é recebida por mais de 30 latidos. Apesar da bagunça e do barulho ensurdecedor, os cães se comportam com um comando de Cleuza que recebe lambidas e chamegos de todo o canil como numa forma de agradecimento.
Fica claro o carinho entre cães e a cuidadora. O difícil é compreender tamanha paixão que faz com
que alguém abandona tudo para ficar em função de dezenas de vira-latas. Cleuza assumiu a missão, sozinha, de recolher animais abandonados das ruas de Campo Grande há dois anos, após a morte de Sueli Cravero, fundadora do local que existe desde 2009. Mas há um ano, a diarista vive uma angústia. Sem apoio financeiro, ela já deixou de resgatar os animais e mantém apenas os que já estão na Ong.
Agora, o destino de mais de 30 cães, vítimas de maus-tratos e doenças, está nas mãos de Cleuza que, num esforço solitário, cumpre a tarefa que deveria ser de uma cidade inteira.
“Eu não posso resolver o problema da cidade, se o povo não está preocupado como que eu vou fazer?”, diz Cleuza angustiada.
Ano passado, a dívida com clínicas veterinárias chegava a R$ 30 mil. Após conseguir parcerias para realização de um almoço solidário, a diarista conseguiu levantar metade do valor. A outra metade ela ainda luta para pagar. “Eu não aguento mais cuidar sozinha. Não tenho mais domingo nem feriado”, conta Cleuza.
O sonho de ampliar o local e prestar solidariedade a mais cães abandonados está abalado pela falta de recursos. Sem saber o que fazer, Cleuza afirma que o futuro pertence à bondade de pessoas que, assim como ela, não conseguem ver um cão sem o carinho de um verdadeiro lar. No adeus a um cão adotado, Cleuza diz que, no primeiro instante, o sentimento é de vazio.
“Eu fico triste, sinto falta, mas quando vejo que ele está sendo mimado, recebendo todo o cuidado, isso recompensa o sacrifício”.
FONTE: DiarioDigital
Pessoas como ela são desprezadas, ridicularizadas, criticadas, abandonadas... É por isso que essas pessoas se deprimem, se afastam e se tornam reclusas. Não é fácil, eu sei bem como é isso.
ResponderExcluirVamos divulgar bastante essa postagem, pois há esperança de encontrar pessoas que, de alguma forma, possam ajudar. Lembrando que, de grão em grão, a galinha enche o papo, certo?!
Se não houver número de telefone para contato, fica ainda mais difícil ajudar.
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