28/03/2015

Filhote de tamanduá não desgruda da mãe à espera de socorro em piscina

Dona Noêmia e Tamanduás em São João da Barra (Foto: Priscilla Alves / G1 Norte Fluminense)
Animais parecem debilitados após caírem em piscina de sítio.
Caso aconteceu em São João da Barra, no Norte do Rio.

Um caseiro de uma propriedade rural de São João da Barra, no Norte Fluminense, se surpreendeu ao ver um filhote de tamanduá agarrado à mãe no fundo de uma piscina, que estava vazia. Eles foram encontrados na tarde desta segunda-feira (23) e ainda permaneciam no local até o fim da manhã desta terça (24). Procurados pela reportagem do G1, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Animais (Nepas) informou que solicitou auxílio do Inea para fazer o resgate ainda nesta terça. Segundo os moradores, os animais aparentam estar debilitados. Eles serão submetidos a exames antes de serem soltos na natureza. (Veja o Vídeo)

Preocupada com os tamanduás, a dona da propriedade, Noêmia Magalhães, cobriu parte da piscina e colocou galhos de pés de cocos, além de cupins e formigas para alimentar os animais até a chegada do socorro.

“Sei que não podemos estressar eles, por isso fizemos uma espécie de ninho. Me preocupo com a situação porque desde que começaram a construir o Porto do Açu sentimos maior proximidade com os animais silvestres. Acredito que no habitat deles deve estar faltando alimentação”, disse a agricultora, que mora há poucos quilômetros do distrito de Água Preta, onde acontecem as obras.

O caseiro, Guilherme Machado, confirma que se tornou mais comum a presença de animais silvestres após as obras no complexo portuário.

“Ontem depois do almoço eu vim aqui pra ver como estava a piscina, já que às vezes estes animais ‘diferentes’ aparecem. Já encontrei cobras, gambás, tatus, ouriços e outras espécies", revelou.

A reportagem do G1 entrou em contato com a Prumo Logística Global, responsável pelas obras. A empresa informou que realiza um Programa de Monitoramento de Fauna contínuo formado por técnicos especializados, cujos resultados são enviados periodicamente ao Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA). A empresa disse ainda que mantém a maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de restinga do país, a Fazenda Caruara que conta com 3.845 hectares destinada a preservar a flora e fauna local. Se solicitado pelo órgão ambiental, esta RPPN poderá receber animais da fauna local eventualmente encontrados nas residências do entorno.

Manuseio deve ser feito por especialistas
Em casos como o do tamanduá-mirim, a orientação é buscar ajuda de órgãos e profissionais especializados. Segundo Henrique Nogueira, médico veterinário e colaborador do Nepas, o ideal é evitar o contato com o bicho e chamar ajuda. “Quanto mais perto as pessoas chegam do animal, pior pode ser para ele. É preciso procurar ajuda o mais rápido possível”, afirma. Em Campos é possível acionar a Guarda Ambiental através do 153. Em regiões próximas de São João da Barra, o atendimento pode ser feito pelo Parque Estadual da Lagoa do Açu no telefone (22) 2747-5316.

Transformar sítio em refúgio
No início deste ano, um tatu também apareceu na piscina do sítio de dona Noêmia. O animal ficou na propriedade por mais de um mês e, após ser solto, acabou morrendo atropelado em uma estrada na frente da casa. Por causa destes casos, ela sonha em transformar o local em um refúgio para estes animais.

“Este sítio foi o projeto da vida da minha família e agora quero poder receber aqui os animais. Pedi ao Ministério Público Estadual (MPE) que aqui fosse transformado em um refúgio. Eu não sei o que fazer com os tamanduás porque se eu soltar, eles podem ir para a direção da estrada e aí é morte certa, assim como aconteceu com o tatu”, lamentou Noêmia.

A reportagem do G1 também tentou contato com o Ministério Público Estadual para obter informações sobre o processo da Dona Noêmia, mas o órgão informou que não conseguiu localizar o processo.

Para a médica veterinária e professora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Helena Hokamura, a urbanização tem interferência direta no surgimento destes animais em residências.

“A urbanização invade a área dos animais e eles vão sofrendo compressão. Com isso, aumentam os casos de animais mortos por atropelamento em estradas e também o surgimento em casas. Outra consequência é a diminuição da procriação. O tamanduá-mirim não está em extinção, mas assim como outros animais pode ocorrer a diminuição da espécie nesta região”, comentou a médica.

O “Sítio do Birica”, como a propriedade de Dona Noêmia é conhecida, fica em uma área onde várias propriedades foram desapropriadas para a construção do Complexo Portuário do Açu. Ela e mais 91 famílias ainda não saíram do local, mas o caso corre na Justiça.

FONTE: G1

6 comentários:

  1. Mesmo preocupada, mamãe tamanduá não poderia demonstrar isso ao seu filhote que julgava estar no lugar mais seguro e bonito do mundo, junto dela.

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  2. ELES SÃO OS JUSTOS AOS QUAIS A BIBLIA SE REFERE VEJA,
    “O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel.” Provérbios 12:10
    “Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.” Eclesiastes 3:19
    “Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo.”Salmos 50:11

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  3. - Pobres dos animais...perdendo espaço neste planeta como os índios...

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  4. Não importa as empresas alegarem que estão deixando uma reserva aqui ou acolá, porque animais não sabem ler placas e se não houver alimento disponível na área em que estão, evidentemente vão se transportar para outras, inclusive atravessando perigosas rodovias.

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  5. Esses infames motoristas atropelam os pobrezinhos de propósito, que ninguém se engane. Quando eu residia no interior, cansei-me de ver sapos atropelados nas ruas - de minha casa e outras - por motoristas que eu sabia fazê-lo por pura maldade, assim como alguns motoqueiros que colocam um objeto de metal cortante na roda para ferir cães que aproximam-se deles. São todos canalhas e pagarão por isso cedo ou tarde.

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    1. Na década de oitenta, gatos sumiam na região onde eu morava. Mas tarde descobrimos que era um dos vizinhos que prendia os gatos em armadilha e os envenenava. Ao ser descoberto, mudou-se às pressas com medo de ser agredido.
      Este maldito morreu gritando com um câncer devorando seu estômago. Enfim, matou inocentes pelo estômago e morreu pelo estômago.

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