25/11/2014

José Lemos escolheu viver na rua para ficar com a melhor amiga

Aqui no Rio, tinha um personagem como este.... nem sei que fim levou
--------------------------
José Henrique diz mesmo que a sua companheira faz mais por ele do que ele por ela
Aos 55 anos, 17 dos quais passados na prisão, José Lemos é conhecido no Funchal por transportar num carrinho de bebé os seus fiéis companheiros -- Piloto e Menina, a cadela que o fez optar por morar na rua. 

"Eu vivia com uma irmã, mas ela não aceita a minha cadelinha, diz que não quer cães na sua casa, então, decidi vir embora porque a cachorrinha não sai da minha beira há nove anos. Ela é a minha família", conta à agência Lusa, explicando como
se tornou, também ele, num "animal" errante.

José Henrique Lemos Pinto -- ou senhor Lemos, como é conhecido na baixa da cidade -- partilha hoje com outros sem-abrigo uma casa devoluta na Rua Bela de São Tiago.

Dos tempos da prisão, onde cumpriu pena por tráfico de droga, ficou-lhe o gosto pela companhia dos animais: "A cadeia é um sítio muito solitário, então, fiz amizade com um gato - o Malvinas - e era ele que mitigava a minha solidão".

Agora vive sobretudo das ajudas que gente anónima lhe dispensa diariamente e que usa, em grande parte, para tratar da Menina e do Piloto, a sua recém-adopção, com apenas cinco meses.

Quem o contempla, com ar surpreso, a passar pelas ruas com os animais no carrinho de bebé diz-lhe para comprar comida para si e para os cães, que estão vacinados e têm chip.

"Eu vivo com pouco, mas, do pouco que amealho, grande parte gasto com os animais. Primeiro dou a eles e só depois me sirvo", afirma, referindo que sempre que pode alimenta e recolhe cães e gatos errantes.

"Aquilo que puder fazer à minha volta vou tentar fazer. Se vir um cão abandonado e, se puder, vou ajudá-lo e se necessitar de carinho, vou dá-lo. Acredito numa causa que é a causa dos animais e tento lutar por eles. Se é uma causa perdida, isso já não sei", comenta.

Para o senhor Lemos, é difícil compreender "certas mentalidades" e pessoas que maltratam os animais ou que recusam dar um copo de água quando sabem que é para o cão. 

"Acham que os animais são um saco de pulgas, que não têm valor, que não sentem, que não sofrem e que não partilham da alegria como qualquer ser humano. Os animais também estão na Bíblia", sublinha.

A ideia de poder ser separado da sua "família" ou de ver os seus cães sofrerem atemoriza-o. Se lhe tirassem os cachorros, admite, tiravam-lhe uma grande parte da vida.

José Henrique diz mesmo que a sua companheira faz mais por ele do que ele por ela -- dá-lhe carinho, fê-lo recuperar a alegria e parar de deambular como "um morto-vivo" e ajuda-o a "evitar certas aventuras" menos aconselháveis.

FONTE: Lusa/SOL

5 comentários:

  1. Benjamin Franklin, dizia que quem ama os livros, jamais estará sozinho. É uma verdade! Mas quem ama os animais terá igual companhia.

    ResponderExcluir
  2. Linda história... poucos seresumanos partilham de um amor assim...
    Lígia

    ResponderExcluir
  3. É triste ver pessoas assim, boas, excluidas da sociedade, enquanto outras que podiam mesmo sumir estão por aí atrapalhando, destruindo e matando.

    ResponderExcluir
  4. Taí, Senhor Lemos, você com pouco ou quase nada consegue fazer muito porque seu coração jamais será pobre se você não abrir mão de sentir o que sente e ser como é.

    ResponderExcluir
  5. Que homem maravilhoso, rico de espírito e de bondade. É por causa de gente como ele que ainda guardamos alguma esperança.

    ResponderExcluir

Agradecemos seu comentário, porém, não publicaremos palavrões ou ofensas.
Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

EM DESTAQUE


RECEBA NOSSOS BOLETINS DIÁRIOS

Licença Creative Commons

"O GRITO DO BICHO"

é licenciado sob uma Licença

Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas

 

SAIBA MAIS


Copyright 2007 © Fala Bicho

▪ All rights reserved ▪