06/09/2014

Saiba o que fazer quando uma baleia encalhar na praia

Matéria muito boa....
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Primeiro passo é isolar a área e avisar as instituições competentes com o maior número de informações, se possível com fotos

Você sabe o que fazer ao encontrar uma baleia encalhada na praia? A Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca (SC), Unidade de Conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), trabalha com o
Protocolo de Encalhes, que prevê uma série de ações para situações de encalhes de mamíferos marinhos.

Se você se deparar com uma situação assim, o primeiro passo é avisar as instituições responsáveis sobre o ocorrido com o maior número de informações, se possível com fotos, porque serão enviados profissionais para atuar no caso. "Também é importante sensibilizar a população de manter as distâncias necessárias", disse Luciana Moreira, chefe substituta da APA da Baleia Franca.

Animais domésticos, como cães e gatos, também precisam ficar longe do local. Além disso, não é bom ficar muito perto porque devido ao tamanho e peso da baleia pode ser perigoso. "Animais encalhados, vivos ou mortos, também podem transmitir doenças aos seres humanos", explicou a veterinária Cristiane Kolesnikovas, da Associação R3 Animal.

Baleia encalhada
Na última sexta-feira (29) um filhote de baleia franca, com aproximadamente dois meses de idade, encalhou e morreu na praia do Pantano do Sul, Município de Florianopolis (SC). O Protocolo de Encalhes foi acionado, fez a necropsia e colheu amostras de tecidos e ossos. A baleia tinha cinco metros de comprimento.

Este foi o primeiro encalhe de baleia franca registrado na Temporada 2014, mas o número está dentro da média dos últimos 12 anos, que é de dois casos por ano. "Através da análise das fotos, realizamos a comparação das calosidades em relação ao filhote que encalhou vivo em Laguna no início de agosto. A comparação indica que o filhote encalhado no Pantano do Sul não é o mesmo filhote que encalhou em Laguna", Karina Groch, Diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca.

Participaram da ação a APA da Baleia Franca/ICMBio, Projeto Baleia Franca, Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Associação R3 Animal, instituições integrantes da Redes de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB), criada pelo ICMBio em 2011 para melhorar o monitoramento e atendimento a encalhes e capturas de mamíferos aquáticos. A Secretaria Municipal de Pesca e Maricultura e a COMCAP, ambas da Prefeitura de Florianópolis, apoiaram na cessão de maquinário para destinação final adequada do mamífero.

Hábitos e ocorrências de baleias franca
Todos os anos, as baleias franca migram entre áreas de alimentação e reprodução. De julho a novembro, a espécie aparece em Santa Catarina para acasalar e procriar. O pico de ocorrência é em setembro e os últimos indivíduos são avistados em novembro.

As baleias costumam escolher os locais devido à temperatura mais amena, águas mais calmas e rasas, ambiente mais adequado para o nascimento e cuidado com os filhotes nos primeiros meses de vida. Além disso, pares de mãe e filhote têm preferência por águas rasas para evitar interações com outros grupos de baleia franca.

A permanência da espécie em locais com pouca profundidade, próximo à zona de arrebentação, quando as ondas quebram, é um hábito natural da espécie, que é adaptada naturalmente para tal comportamento.

A principal área de ocorrência da espécie é na APA da Baleia Franca/ICMBio, no litoral centro-sul de Santa Catarina. Porém, a presença do mamífero em outras regiões do Estado pode ocorrer e tem sido cada vez mais frequente devido ao crescimento e recuperação populacional da espécie no Brasil.

Protocolo de Encalhes
O Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca é um programa desenvolvido pela equipe da UC para prestar assistência aos mamíferos marinhos encalhados na unidade, estabelecendo assim diretrizes entre as instituições executoras deste plano para o desenvolvimento de ações coordenadas para diminuir os casos.

Em situações de emergência que envolvam risco de vida para os animais marinhos e pessoas próximas a eles, como o encalhe, é necessário um grande número de pessoas habilitadas para agir, de forma coordenada. Por isso, a notificação ágil aos órgãos responsáveis sobre uma situação assim é fundamental para a sobrevivência do animal, assim como para obtenção de informações necessárias para adoção de medidas de manejo e conservação destas espécies marinhas.

A coordenação do Protocolo de Encalhes na Unidade é formada pela APA da Baleia Franca/ICMBio, Projeto Baleia Franca, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/Udesc/Ceres, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Unesc, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e Policia Militar Ambiental.

Outras informações sobre como ajudar

Em caso de animais vivos

Não tente devolver o animal para a água, pois pode ser perigoso;
Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso.
Proteja a sua saúde

Evite respirar o ar expirado pelos animais;
Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos.

FONTE: ICMBio

3 comentários:

  1. Realmente muito boa a matéria. Informação é essencial nestes eventos. Ainda tem gente fazendo um bom trabalho neste país!

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  2. Sim, isso é em Santa Catarina, mas será que nos outros estados do Brasil, é o mesmo ou teremos que ficar ligando pra tudo o que é entidade até o animal vir a óbito? Sabem como é, dificilmente um órgão é unificado no país!

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  3. É isso mesmo, Vitória. Lá existem orgãos que funcionam e em outros locais?

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