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Primeiro passo é isolar a área e avisar as instituições competentes com o maior número de informações, se possível com fotos
Você sabe o que fazer ao encontrar uma baleia encalhada na praia? A Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca (SC), Unidade de Conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), trabalha com o
Protocolo de Encalhes, que prevê uma série de ações para situações de encalhes de mamíferos marinhos.
Protocolo de Encalhes, que prevê uma série de ações para situações de encalhes de mamíferos marinhos.
Se você se deparar com uma situação assim, o primeiro passo é avisar as instituições responsáveis sobre o ocorrido com o maior número de informações, se possível com fotos, porque serão enviados profissionais para atuar no caso. "Também é importante sensibilizar a população de manter as distâncias necessárias", disse Luciana Moreira, chefe substituta da APA da Baleia Franca.
Animais domésticos, como cães e gatos, também precisam ficar longe do local. Além disso, não é bom ficar muito perto porque devido ao tamanho e peso da baleia pode ser perigoso. "Animais encalhados, vivos ou mortos, também podem transmitir doenças aos seres humanos", explicou a veterinária Cristiane Kolesnikovas, da Associação R3 Animal.
Baleia encalhada
Na última sexta-feira (29) um filhote de baleia franca, com aproximadamente dois meses de idade, encalhou e morreu na praia do Pantano do Sul, Município de Florianopolis (SC). O Protocolo de Encalhes foi acionado, fez a necropsia e colheu amostras de tecidos e ossos. A baleia tinha cinco metros de comprimento.
Este foi o primeiro encalhe de baleia franca registrado na Temporada 2014, mas o número está dentro da média dos últimos 12 anos, que é de dois casos por ano. "Através da análise das fotos, realizamos a comparação das calosidades em relação ao filhote que encalhou vivo em Laguna no início de agosto. A comparação indica que o filhote encalhado no Pantano do Sul não é o mesmo filhote que encalhou em Laguna", Karina Groch, Diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca.
Participaram da ação a APA da Baleia Franca/ICMBio, Projeto Baleia Franca, Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Associação R3 Animal, instituições integrantes da Redes de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB), criada pelo ICMBio em 2011 para melhorar o monitoramento e atendimento a encalhes e capturas de mamíferos aquáticos. A Secretaria Municipal de Pesca e Maricultura e a COMCAP, ambas da Prefeitura de Florianópolis, apoiaram na cessão de maquinário para destinação final adequada do mamífero.
Hábitos e ocorrências de baleias franca
Todos os anos, as baleias franca migram entre áreas de alimentação e reprodução. De julho a novembro, a espécie aparece em Santa Catarina para acasalar e procriar. O pico de ocorrência é em setembro e os últimos indivíduos são avistados em novembro.
As baleias costumam escolher os locais devido à temperatura mais amena, águas mais calmas e rasas, ambiente mais adequado para o nascimento e cuidado com os filhotes nos primeiros meses de vida. Além disso, pares de mãe e filhote têm preferência por águas rasas para evitar interações com outros grupos de baleia franca.
A permanência da espécie em locais com pouca profundidade, próximo à zona de arrebentação, quando as ondas quebram, é um hábito natural da espécie, que é adaptada naturalmente para tal comportamento.
A principal área de ocorrência da espécie é na APA da Baleia Franca/ICMBio, no litoral centro-sul de Santa Catarina. Porém, a presença do mamífero em outras regiões do Estado pode ocorrer e tem sido cada vez mais frequente devido ao crescimento e recuperação populacional da espécie no Brasil.
Protocolo de Encalhes
O Protocolo de Encalhes da APA da Baleia Franca é um programa desenvolvido pela equipe da UC para prestar assistência aos mamíferos marinhos encalhados na unidade, estabelecendo assim diretrizes entre as instituições executoras deste plano para o desenvolvimento de ações coordenadas para diminuir os casos.
Em situações de emergência que envolvam risco de vida para os animais marinhos e pessoas próximas a eles, como o encalhe, é necessário um grande número de pessoas habilitadas para agir, de forma coordenada. Por isso, a notificação ágil aos órgãos responsáveis sobre uma situação assim é fundamental para a sobrevivência do animal, assim como para obtenção de informações necessárias para adoção de medidas de manejo e conservação destas espécies marinhas.
A coordenação do Protocolo de Encalhes na Unidade é formada pela APA da Baleia Franca/ICMBio, Projeto Baleia Franca, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/Udesc/Ceres, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Unesc, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos e Policia Militar Ambiental.
Outras informações sobre como ajudar
Em caso de animais vivos
Não tente devolver o animal para a água, pois pode ser perigoso;
Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso.
Proteja a sua saúde
Evite respirar o ar expirado pelos animais;
Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos.
FONTE: ICMBio
Realmente muito boa a matéria. Informação é essencial nestes eventos. Ainda tem gente fazendo um bom trabalho neste país!
ResponderExcluirSim, isso é em Santa Catarina, mas será que nos outros estados do Brasil, é o mesmo ou teremos que ficar ligando pra tudo o que é entidade até o animal vir a óbito? Sabem como é, dificilmente um órgão é unificado no país!
ResponderExcluirÉ isso mesmo, Vitória. Lá existem orgãos que funcionam e em outros locais?
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