25/09/2014

Cães e gatos ferais viram problema em Curitiba

Tudo que o humno interfere se transforma em problema... quem tem dúvida?
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Quando soltos no meio ambiente, felinos voltam a caçar, como manda seu instinto (foto: Valquir Aureliano)
Problema já acontece em outros países, como a Austrália, e agora começa a preocupar as autoridades em Curitiba

É difícil acreditar que aquele gato ou cachorro, muitas vezes extremamente carinhosos e fieis aos donos, possam representar algum tipo de risco ao ecossistema. Contudo, o rápido crescimento da população e, principalmente, o abandono desses animais, preocupa cada vez
mais a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba. Na questão dos gatos — que podem ser considerados domiciliados, semidocimiliados, não domiciliados ou ferais — o maior problema no momento envolve os gatos ferais, que ameaçam a fauna nativa curitibana. 

Os gatos ferais, segundo definição aceita mundialmente, são descendentes de gatos domésticos que se perderam de casa e/ou foram abandonados e forçados a aprender a viver nas ruas ou em ambientes com pouco contato humano, como armazéns, fabricas e prédios abandonados, ou seja, voltam quase à origem selvagem.

“Apesar de acharmos que cães e gatos são animais de companhia, eles são topo de cadeia alimentar. O gato é um leão pequeno e o cachorro é um lobo pequeno, aquele lobo selvagem mesmo. Eles caçam filhotes de capivara, podem pegar quero-quero e o gato ainda sobe nos ninhos”, explica Alexander Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação de Fauna, da SMMA.

“Se você soltar um coelho, um pintinho ou até alguma cobaia no meio ambiente, isso tem um impacto. E quando você solta um gato, ele mata passarinho. Temos de ter a consciência de que em uma cidade como Curitiba, com tantos parques, temos de priorizar a nossa fauna nativa. E o problema se torna ainda mais sério porque é praticamente invísivel para a maioria da população”, completa.

A questão envolvendo gatos em meios urbanos, inclusive, é a mais preocupante, já que os felinos possuem uma sociabilização pós-nascimento mais curta. Enquanto um cachorro, para começar a se desenvolver e/ou crescer como feral, precisa não ter contato com outros cães ou pessoas por quatro meses, no caso dos gatos esse tempo se reduz pela metade.

Outra questão é o rápido crescimento populacional desses animais, já que os predadores são poucos e a castração tradicional não tem produzido resultados tão positivos como o esperado, já que é feita aos seis meses de idade, quando os gatos já atingiram a puberdade — eles podem atingir a maturidade sexual aos 3,5 meses de idade — e 20% deles já tiveram ninhadas, sendo a maioria (mais de 53%) indesejadas.

“Hoje, no caso dos gatos, fala-se muito na castração pediátrica. É que eles atingem a puberdade antes dos cães. Então o sistema de castração tradicional acaba inviabilizado como controle populacional porque a gata já teve três ou quatro filhotes, e cada um deles ainda vai ter uma ninhada. É uma conta absurda”, afirma Alexander. 

Mas o principal causador deste problema não são os gatos, mas a posse irresponsável. O gatos ferais são resultado do descuido dos donos e do abandono.

Atualização
Atualmente, 100% dos gatos são adotados em feiras de adoção em Curitiba e, recentemente, uma parceria foi firmada entre a Prefeitura de Curitiba e o Hospital Veterinário da Faculdade Evangélica para castração de 500 gatos, incluindo a castração pediátrica.

FONTE: Bemparana

13 comentários:

  1. O problema é o ser humano, sempre. Eu cuido de animais abandonados e, a maioria, fica comigo uma vez que, se eu não for com a cara da pessoa que quer adotar, não deixo levar. Já tive crias "indesejadas" em casa e acabei ficando com elas. Desde que um veterinário me pediu dois gatos e depois disse que haviam morrido como se falasse de um papel que caiu no chão, nunca mais confiei em ninguém. Todos que aparecem lá em casa vão ao vet e depois são castrados. E a posse irresponsável, onde donos deixam o animal perambulando pela rua, dificulta muito o cuidados com eles. Recentemente, adotei um menino que ia lá em casa para comer e, um dia, apareceu com a orelha rasgada. Levei-o ao vet, cuidamos da orelha necrosada, vacinei e coloquei-o pra dentro. O ex-dono não o vê mais.
    Se o problema preocupa os órgãos públicos, eles que tomem medidas descentes para resolvê-los, sem sacrifício, sem maldade, sempre com cuidado com os animais, afinal, eles são os melhores habitantes do mundo.

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  2. Nos EUA, praticamente 100% dos gatinhos em lares são adotivos. Aqui, os idiotas de plantão vão ao pet shop e compram - para depois abandonar. Isso acontece muito mais com cães - são em número, infinitamente, maior -que dão, em média, três crias ao ano, resultando em 24 ou 33 novos indivíduos soltos nas ruas. Isso nunca terá fim neste infeliz País.

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  3. Sabe aquela menção às MINÚSCULAS 500 castrações? Pois é, são as PRIMEIRAS castrações prometidas para gatos no município de Curitiba. Creiam vocês!
    Até aqui apenas ONGs e pessoas assumiam os custos e o compromisso de castrar gatos. E começando a castrar aos 04 meses e não aos 06 meses! Como regra, pois há quem castre mais novos.
    E vale destacar que a verba destinada às tais 500 castrações poderiam castrar um número MUITO maior.
    Se a matéria servir, de alguma forma, para reduzir abandono, tudo bem.
    Mas temo que mais uma vez tenha sido usada como "palanque" do que não é embora devesse ser.
    Selma Castanheira.

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  4. Estranhei muito os comentários contidos na postagem acima. Em Curitiba Ongs e protetoras atuam há anos no resgate, castração e adoção de gatos e cães. Somente agora escutamos falar em movimentos do poder público para castrar esses animais. Para gatos parece existir uma parceria entre Prefeitura e uma Faculdade, deixando claro que essa dita parceria contempla apenas 500 felinos sendo que a verba destinada, ao que se sabe, daria para castrar pelo menos o dobro disso, senão mais. Pela 1a vez escuto dizer que existem cães e gatos FERAIS em Curitiba numa quantidade capaz de colocar em risco a fauna nativa. Quanto ao abandono e descuido desses animais, com certeza um Programa efetivo de conscientização sobre a Guarda Responsável não teria deixado a situação chegar ao ponto que chegou. Acho que nem são usados mais os termos Donos e sim Responsáveis e Guarda
    e não Posse. Quanto a maturidade sexual das gatas ser atingida aos 3,5 meses, foi novidade para mim, mas vou procurar me informar com quem realmente entende do assunto e por fim, podemos e devemos castrar cadelas e gatas antes do 1o cio, antes dos 6 meses de idade. Vania Rombauer

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    1. Vânia, parabéns!
      Conseguiu permanecer lúcida, como sempre, mesmo diante da matéria que me deixou "fora da casinha"...
      Para quem até pouco meses não "sabia" da existência de gatos na cidade dá para esperar todo o tipo de comentários desprovidos de realidade... O pior é que dá publicidade a essas coisas. Sensacionalismo é mesmo a "praia".
      Por favor, envia para a Sheila postar aqui as respostas/informações corretas que você vai pesquisar com quem domina a matéria, ok?
      Abraços, Selma Castanheira.

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  5. Se as autoridades se comprometessem a castrar todos os animais, não haveriam tantos procriando e sendo abandonados. Agora, quem paga por isso?

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    1. A solução existe e é de conhecimento público mas nunca se comprometeram a resolver.

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    2. Castração deve integrar os PROGRAMAS de políticas públicas.
      Em Curitiba, infelizmente, quando ocorre algo nesse sentido, é mera CAMPANHA, ou seja, algo sem continuidade, não é amplo, não é geral, é restrito. Esquecem que o protegido com a castração não é o humano responsável pelo cão/gato, mas SIM, o próprio cão ou gato.
      Abraços, Selma Castanheira.

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  6. Eu não havia entendido ainda o que era FERAL ... e estava com vergonha de perguntar.

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    1. Percebi que você é uma garota modesta, por isso, nunca tenha vergonha do saber, pois envelhecemos e morremos sem aprender tudo. Tenho mais de cinquenta anos e ainda tenho fome de conhecimento e até pelo desconhecido. Perguntar não ofende, só esclarece. A primeira vez que li a palavra FERAL foi na reportagem dos gatos da Austrália a que a Sheila cita acima e se não me engano, a notícia é de abril desse ano.

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    2. Verônica, bem vinda ao "time" dos que têm consciência de que sempre aprendemos e que quando perguntamos o que queremos saber o aprendizado ocorre mais depressa.
      O que deve ser lamentado é o não querer nem saber, né? A apatia com relação a saber e agir é que deveria causar vergonha, mas, felizmente, esse não é o nosso caso, né?
      Abraço, Selma Castanheira.

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  7. Quando decidi publicar esta matéria pensei nos alertas que temos que promover a todas as pessoas que acham que gatos e cães sobrevivem nas "florestas" (leia-se matas nativas, parques, áreas de proteção ambiental). Supondo que eles terão o que comer nestes locais, as pessoas não percebem que eles vão interferir radicalmente no desequilibrio da fauna local. Aqui no Rio tivemos um exemplo triste e que NÃO CONCORDO MESMO. Uma protetora levou seus gatos para um trecho de uma APA no Grajau. Quando foi dado conta, aquela colonia de 70 gatos (que não é um predador natural) havia matado toda fauna local. Ora, não é justo tamanha irresponsabilidade. Quando protegemos animais, não podemos nos limitar a esta ou aquela espécie.

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  8. Sheila, a sua percepção do narrado na matéria deveria, mesmo, ser preocupação de todos.
    Mas a mim incomodou não isso, pois que há anos atuando na dita proteção animal, não chegou nenhum relato sobre essas ocorrências aqui em Curitiba.Razão pela qual outros aspectos se revelaram relevantes...
    Abraço grande, Selma Castanheira.

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