21/07/2014

Pesquisa da USP desenvolve roupas que reaproveitam pelo de poodle



Desde 2008, conforme a  terceira matéria sobre o assunto, estão tentando aproveitar o pelo dos poodles.... A conferir se vai dar certo.... O Bom dia Brasil  fez umas piadinhas super sem graça....


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Pelo de poodle produz lã e roupas para mascotes

Os pelos dos cães da raça poodle apresentam características virtualmente idênticas à lã de carneiro, e podem ser utilizados pela indústria têxtil para fabricar tecidos e roupas para os próprios bichinhos de
estimação.

Foi o que demonstrou Renato Nogueirol Lobo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Como os poodles já são rotineiramente "tosquiados" por seus donos, a lã poderá ser aproveitada sem nenhum inconveniente para os animais. "Trata-se de uma alternativa para diminuir a quantidade de pelos descartados em pet shops por meio da reciclagem desses resíduos, que devem ter coleta especial," justifica o pesquisador.

Segundo Renato, para produzir uma tonelada de fio são necessários 600 quilos de pelos de poodle, uma quantidade obtida com a tosa de cerca de 800 animais. "Os fios poderiam ser usados para produzir qualquer tipo de roupa, mas o foco do projeto é a reciclagem do pelo de cachorro para fazer roupa para outros mascotes," acrescenta.

Lã de pelo de poodle
Em comparação com as lãs tradicionais, os pelos de poodle são fiáveis em fibra curta, entre 12 e 40 milímetros, enquanto os de carneiro são fiáveis em fibra longa, entre 40 e 80 milímetros. 
Os testes mostraram que o fio resultante é semelhante ao fio da lã de carneiro em relação à maciez, tingibilidade - capacidade de receber corante -, alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.

"Um leigo não conseguiria diferenciar um fio que foi confeccionado com pelo de poodle de um fio confeccionado com o de carneiro. Apenas pessoas com conhecimento técnico poderiam perceber a diferença ao analisar o fio e constatar que se trata de uma fibra curta", disse Renato.
Os melhores resultados foram obtidos com a mescla de lã de poodle e acrílico, produzindo um fio com 50% de pelos de poodle e 50% de acrílico.  Renato ainda não tem um plano de negócios com vistas a explorar comercialmente sua ideia, que dependeria da coleta dos pelos em diversos pet shops. Os testes iniciais foram feitos em parceria com uma indústrai têxtil.

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Em 12/10/2008
Pêlo de poodle agora é usado para fazer roupa

Idéia surgiu entre as alunas de um curso técnico têxtil, que analisaram as propriedades dos pêlos de diversos animais

Embora haja aceitação da indústria para a produção para humanos, a lã de poodle só é usada em roupinha de animais, custando até R$ 100

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dos pêlos crespos de Gabriel, um cachorro da raça poodle, nada se perde, tudo se transforma. Na tosa periódica, os chumaços que antes iam para o lixo, agora são coletados em novelos que, levados ao tear, viram lã de confecção.

A idéia surgiu entre alunas do curso técnico têxtil de uma escola profissionalizante, que analisaram as propriedades físico-químicas dos pêlos de diversos animais para saber qual deles se aproximava da lanugem das ovelhas. E a conclusão foi mesmo o danado do poodle.

A invenção ainda encontra resistência das pessoas, que acham o pêlo de cachorro menos nobre. Embora haja aceitação da indústria têxtil para a produção em escala para humanos, a lã de poodle, por enquanto, só é usada para roupinha de animais, que custam entre R$ 20 e R$ 100.

Entusiasta do projeto, o orientador, Renato Lobo, já usa um cachecol de pêlo de cachorro. "Tornamos o lixo em luxo para os animais, e passamos a fazer roupinhas para qualquer tipo de bicho", diz.
"Em mim não deu nenhum tipo de alergia. As pessoas têm preconceito e dizem: "ah, é pêlo de cachorro'", completa Lobo.
E aquele mau cheiro forte de bicho, não fica no tecido?
"Os pet shops tosam antes de lavar o animal e, no começo, o cheiro é horrível, mas depois do tratamento químico, saem o mau cheiro e as bactérias", diz Ellen Taís Santana, uma das alunas que participaram do processo de pesquisa.

Pulgas
Da lã canina, já saíram malhas, tricôs, crochês e tecidos planos. Hoje, a turma tem em estoque três toneladas de fios prontos para a produção comercial em escala.
Antes do tear, uma triagem é feita no pêlo para retirar impurezas, como fezes e pulgas.
E vale misturar todas as cores de pêlos de poodle, do preto ao branco, que, depois do tingimento, são descoloridos. Curiosamente, diz Santana, os pêlos do poodle gigante são os melhores, porque são mais compridos e "novelam" (enroscam) menos.

Segundo a escola, o Brasil tem uma população de cerca de 5 milhões de poodles, ou pouco mais de 17% de todos os cachorros do país. Para um rolo de 1,5 kg de lã são necessários três poodles de porte médio. E um único cão dá, em média, entre 500 g e 700 g de pêlo por ano nas tosas. "Seriam 2,5 milhões de quilos de pêlos de poodle", comemoram os alunos.
"Imagina se alguma "maison" vai usar pêlo de cadela para fazer casacos", desacredita a publicitária Ana Lúcia Fernandes, que na tarde de sexta levava o poodle Gabriel para passear na praça Buenos Aires, conhecido reduto para encontro de cães em Higienópolis (região central). "Ai, que nojo."

E se a lã de pêlo de cachorro causa estranheza em alguns, o que pensar de um lanche de pão de jaca, recheado de mortadela de tilápia e com sorvete de couve de sobremesa, outras invenções inusitadas dos alunos da escola profissionalizante, exibidas numa feira científica na semana passada?
E enquanto os pêlos de poodle não caem no gosto popular, os idealizadores cogitam uma fashion week só com tecidos de lã de cachorro.

4 comentários:

  1. O grande problema é que se isso pegar, vai ter gente inescrupulosa criando poodle só para usar o pelo. Ai já sabemos como esses bichinhos vão ser explorados e mal tratados...

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    1. Vera, este é um aspecto que realmente pode ser negativo desta iniciativa.
      De modo geral eu achei a proposta bem interessante e me lembrou uma outra pesquisa que li para aproveitamento de cabelos humanos (obtidos através dos salões) para fazer armações de óculos e outros acessórios.
      Se a matéria prima for somente os resíduos (dos salões e pet shops) não haveria nenhum problema.

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  2. Pode ser novidade no Brasil, porque lembro de uma reportagem, se não me engano de 2009 em algum país da Europa, onde um casal juntou pelos de seus cães adorados e teve a ideia de fazer casaco que além de quentinho, ficou bonito. Eu gostaria de usar um casaco com os pelos de minha Minny Pompom e ficar tão linda quanto ela.

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  3. As lojas de tosa poderiam dar desconto para os donos de poodles e vender os resíduos da tosa para os fabricantes destes tecidos. Provavelmente as lojas devem ter (ou pelo menos deveriam ter) algum tipo de recolhimento específico para os resíduos e pagam por este serviço. Isto poderia deixar de ser um custo para ser uma receita das lojas.

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