Olha a encrenca anunciada.....
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Third World Network, AS-PTA, Red America Latina Libre de Transgénicos, Gene Watch UK
Brasil pode ser primeiro país do mundo a liberar Aedes aegypti transgênicos
Estudos não são conclusivos e não comprovam redução da doença
Organizações da sociedade civil alertam para o fato de que nesta quinta (10) a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pode liberar o uso comercial de mosquitos transgênicos sem que a população tenha sido devidamente consultada, sem a realização de avaliação de risco e sem a existência de dados conclusivos dos estudos de campo nem de um
plano de monitoramento. As entidades ressaltam que as consequências para a saúde e para o meio ambiente ainda são pouco conhecidas e precisam ser melhor estudadas.
plano de monitoramento. As entidades ressaltam que as consequências para a saúde e para o meio ambiente ainda são pouco conhecidas e precisam ser melhor estudadas.
O Aedes aegypti geneticamente modificado é produzido pela empresa inglesa Oxitec e responde a um intenso lobby do governo inglês para criar um mercado de exportação para o produto (1). A empresa, que tem vínculos com a suíça do agronegócio Syngenta, também desenvolve insetos transgênicos para uso agrícola, como a mosca da fruta, para a qual também já pediram liberação no Brasil.
“Os mosquitos ineficazes da Oxitec apresentam risco e são um péssimo exemplo de produto que a Inglaterra exporta para o Brasil. Trata-se de uma tentativa desesperada de promover a biotecnologia inglesa e remunerar o capital de risco, mas isso não deveria cegar os governos do Brasil e da Inglaterra para o risco da tecnologia”, disse a doutora Helen Wallace, diretora do GeneWatch UK.
A empresa ainda não publicou dados conclusivos de seus estudos de campo na Bahia, que começaram em fevereiro de 2011. Resultados de experiências anteriores nas Ilhas Cayman, com o mesmo mosquito, mostraram que a tecnologia não funciona e requer a liberação de mais de 7 milhões de mosquitos por semana para suprimir inicialmente uma população de apenas 20.000 mosquitos nativos, que deve ser seguida por liberações semanais de 2,8 milhões de mosquitos (2). Também há indicativos de que o número de mosquitos nessas áreas cresce durante as liberações (3).
A liberação desses mosquitos geneticamente modificados apresenta riscos ainda pouco entendidos (4):
- Os experimentos da Oxitec não incluíram o monitoramento do impacto sobre a doença e a empresa não considerou possíveis efeitos negativos sobre a incidência de dengue ou dengue hemorrágica. Trata-se de séria omissão pois a manifestação da doença pode ser agravada caso a tecnologia seja apenas parcial ou temporariamente eficaz em razão de efeitos sobre a imunidade humana aos quatro tipos existentes de vírus da dengue.
- O maior risco ecológico é que a redução da população de A. aegypti dê lugar ao A. albopictus, que é outra espécie de mosquito também vetor de doenças, inclusive da dengue.
- Não há testes toxicológicos que comprovem não haver riscos no caso de picadas de fêmeas do mosquito modificado em animais ou humanos.
- A técnica que limita a reprodução do mosquito modificado pode ser quebrada no caso de contato com o antibiótico tetraciclina no ambiente. Os descendentes do mosquito da Oxitec têm taxa de sobrevivência de 3%, mas esse valor subiu para 18% quando foram alimentados com ração de gato contento frango tratado com o antibiótico. A tetraciclina é usada para a produção dos mosquitos GM em laboratório.
A reunião da CTNBio será realizada nesta quinta, dia 10, a partir das 9h no Setor Policial, Quadra 3, Área 5, Bloco A – Térreo – Auditório da AEB. Brasília – DF
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Contatos:
Dr. José Maria Ferraz – 19 992 492 927
Dr Helen Wallace, Director, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (office); +44-7903-311584 (mobile)
Lim Li Ching, Senior Researcher, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (office); +6012-2079744 (mobile)
Notas:
(1) UK Chancellor George Osborne, is currently visiting Brazil to promote British exports, and has extended R&D tax credits specifically to aid the company. Oxitec is a spin-out from Oxford University, which remains one of its main investors, along with venture capital firm Oxford Capital Partners and the Boston multi-millionaire Landon Clay. Oxitec has received more than £2.5 million subsidy in taxpayer-funded grants from the UK government-funded Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC), mostly for joint projects with Oxford University. Unsubstantiated claims of benefits (based on unpublished scientific results) have been widely promoted by the BBC, whose Chairman Lord Patten is also Chancellor of Oxford University. Freedom of Information requests by GeneWatch UK have revealed that the Brazilian and UK Governments made a secret deal to commercialise Oxitec’s GM insects in 2007, regardless of any scientific evidence.
(2) Winskill P, Harris AF, Morgan SA, et al. (2014) Genetic control of Aedes aegypti: data-driven modelling to assess the effect of releasing different life stages and the potential for long-term suppression. Parasites & Vectors 7(1):68.
(3) Harris AF, McKemey AR, Nimmo D, Curtis Z, Black I, Morgan SA, Oviedo MN, Lacroix R, Naish N, Morrison NI, Collado A, Stevenson J, Scaife S, Dafa’alla T, Fu G, Phillips C, Miles A, Raduan N, Kelly N, Beech C, Donnelly CA, Petrie WD, Alphey L (2012) Successful suppression of a field mosquito population by sustained release of engineered male mosquitoes. Nat. Biotech., 30(9), 828–830. Increases in surrounding areas were also observed in the Brazilian trials.
(4) Genetically Modified Mosquitoes: Ongoing Concerns. By Helen Wallace. 2013. TWN Biotechnology & Biosafety Series 15. http://twnside.org.sg/title2/biosafety/pdf/bio15.pdf
FONTE: aspta
Mosquito transgênico é liberado no Brasil e pode ajudar no combate à dengue
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo, especialmente em países tropicais como o Brasil. E as estratégias usadas no controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, resumem-se em atividades preventivas, como a eliminação de criadouros, adoção de medidas comunitárias de conscientização e, principalmente, aplicação estratégica ou emergencial de inseticidas químicos.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, no último dia 10, a liberação comercial de um mosquito transgênico, ou seja, geneticamente modificado, criado para controlar a população do Aedes aegypti selvagem, que transmite a dengue. O mosquito ainda não estará no mercado imediatamente.
Segundo nota do da CTNBio, um parecer será publicado no Diário Oficial da União e, a partir daí, órgãos de registro e fiscalização terão 30 dias para se manifestar. Após esse período, caberá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir autorizações e registros para o uso em campanhas de saúde pública. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Ciência, é o primeiro inseto geneticamente modificado a obter licença no Brasil.
A tecnologia consiste em produzir em laboratório mosquitos machos com dois genes diferentes do Aedes aegypti original. Fêmeas que vivem na natureza e cruzam com esses espécimes modificados geram filhotes que não conseguem chegar à fase adulta. “Os resultados são muito promissores e mostram que a tecnologia funciona para reduzir a população de mosquitos”, diz a pesquisadora Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que coordenou os estudos de campo em Juazeiro e está redigindo um trabalho científico sobre eles para publicação.
Os experimentos consistiram em liberar os insetos transgênicos em comunidades de Jacobina (BA). De acordo com a Moscamed, em ao menos dois bairros houve redução de 81% e 100% no registro de casos de dengue. Após os testes, a Oxitec, empresa britânica que desenvolveu o estudo, protocolou a solicitação de liberação comercial na CTNBio. A empresa abriu uma biofábrica com capacidade de produzir 500 mil mosquitos transgênicos por semana.
Além da liberação comercial, a comissão definiu também a necessidade de monitorar a população do mosquito Aedes albopictus, outro vetor do vírus da dengue, devido ao risco de a espécie ocupar o nicho ecológico deixado pela supressão do Aedes aegypti original.
Agência Graffo
FONTE: Correio de Uberlândia
O que li a esse respeito diz que os estudos foram manipulados e que, por esse motivo, não são confiáveis. Liberar um ser de outro país - que não faz parte da fauna local - já causa sérios transtornos, imaginem um modificado geneticamente? Esse desgoverno é de uma irresponsabilidade criminosa antes nunca vista neste País.
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